Um Contrato Por Engano romance Capítulo 3

"Por Ava"

Depois de algumas horas de sono, entreguei-me a um banho prolongado e reanimador, seguido de um café forte para recompor-me das emoções das últimas horas. Em seguida, chamei a Emma e nos encontramos diante de uma das lojas de penhores da cidade.

— Boa tarde, amiga! — Emma me cumprimenta com um abraço e me olha sem jeito. — Me desculpa por te deixar sozinha ontem, mas…

— Tudo bem, Emma, não precisa se explicar.

— E então, como foi a noite com o senhor gostosão?

— Ótima até certo ponto. — Sorrio sem graça e mostro o relógio para ela antes de entrarmos na loja — Situações desesperadas pedem medidas desesperadas, não é?

— Não me diga que você…

— Não! Digamos que apenas peguei emprestado, mas eu vou dar um jeito de devolver! Pelo menos amanhã terei o dinheiro para resolver o problema da minha mãe. Depois, posso tentar vender o Porsche novamente e pegar o relógio de volta. Talvez eles melhorem o valor.

— O Porsche? Amiga, você é apaixonada por ele! Além disso, vender um Porsche por $70 mil é loucura!

— Sim, mas também sou apaixonada pela minha liberdade e não sou uma ladra, Emma. Eu não faço ideia de quem é aquele homem, e se ele…

— Calma! — Emma me dá um sorriso reconfortante enquanto acaricia o meu braço — Já está feito, agora vamos resolver essa parte antes de pensar em como você irá recuperar esse relógio depois.

Emma me puxa pelo braço, e entramos na loja de penhores, onde um homem com uma expressão entediada nos encara.

— Boa tarde, senhor, gostaria de saber quanto o senhor me oferece por esse relógio?

Cumprimento-o enquanto retiro o relógio da bolsa e o coloco sobre o balcão. Inicialmente, o homem olha com desdém para o objeto, mas após alguns segundos, sua fisionomia entediada desaparece instantaneamente.

— Hum... — ele pega uma lupa de relojoeiro e observa o relógio cuidadosamente. — Embora seja um Rolex, esse modelo está um pouco ultrapassado, senhorita. Mas estou de bom humor hoje, então ofereço $50 mil.

— O quê?! — Emma exclama ao tentar tirar o relógio da mão dele. — Não aceitamos menos de $150 mil!

— Isso é impossível, senhorita, darei sorte se conseguir vendê-lo. Provavelmente será mais um objeto ocupando espaço, mas gostei de vocês.

— Ava, — Emma cochicha para mim enquanto o homem observa novamente o relógio —, ele está mentindo; esse relógio deve valer uns $100 mil. Senhor, que tal melhorar a sua oferta? $120 mil?

— Ofereço $80 mil, é a minha última oferta.

— Muito obrigada pelo seu tempo, senhor. — Agradeço e pego o relógio da mão dele, guardando-o na bolsa novamente. — Desculpe por ocupar o seu tempo, mas tenho certeza de que outra pessoa reconhecerá o valor desse relógio.

— Senhoritas, — o homem nos chama quando estamos prestes a sair —, tudo bem, eu pago $100 mil e não um centavo a mais.

— Foi um prazer negociar com o senhor. — Agradeço após alguns minutos, verificando o valor depositado na minha conta.

Antes de irmos embora, decidimos fazer uma parada em uma cafeteria próxima à minha casa. Solto um longo suspiro de alívio por resolver parte do problema da minha mãe ao concluir a transferência bancária.

No final da tarde, nos despedimos e vamos para casa. No entanto, sou surpreendida ao parar em frente à minha residência e me deparar com um Bentley Mulliner Batur estacionado a poucos metros. "Respire, não entre em pânico, Ava! Com certeza é apenas uma visita de um dos vizinhos", murmuro a mim mesma ao estacionar o meu carro e abrir a porta para sair.

Contudo, ao ver a figura masculina emergindo do carro, percebo que, na verdade, a visita é para mim. Forço um sorriso quando nossos olhares se encontram e ele começa a se aproximar. Mas ao notar a expressão desagradável em seu rosto, minha única reação é voltar para o carro e dirigir até a casa de Emma.

— Ava?! — Emma se surpreende ao abrir a porta e me ver entrar em pânico. — O que está acontecendo?

— Ele, Emma! — Respiro freneticamente, tentando explicar.

— Calma, Ava, respire!

— O homem, aquele homem de ontem!

— O que tem ele?

— Ele estava lá... — Sou interrompida pelo toque insistente da campainha, e nós duas nos entreolhamos. — Não abra, por favor! Ai, meu Deus, ele me encontrou!

— Srta. Hampton, eu sei que você está aí. Que tal abrir a porra da porta de uma vez? — Sua voz soa impaciente e ríspida, seguida de batidas fortes na porta.

— Acho que vou ter que abrir, Ava... Senão, ele vai acabar derrubando a minha porta.

Capítulo 3 — A Golpista 1

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