Sheik Hassan foi recebido por uma aglomeração de fotógrafos no aeroporto. Tentou se desvencilhar sem sucesso, precisou da ajuda dos seguranças para ir embora. A mídia encontrava-se curiosa em saber o motivo da ida do Príncipe Sheik árabe Hassan al-Rashid a Coréia. Assim que saiu do aeroporto entrou no carro preto que o esperava. Sentou-se no banco de trás e respirou aliviado.
–Odeio visitar países diferentes. Os repórteres não me deixam em paz – confessou.
–Cuidarei para que isso não aconteça – secretario Jahid disse olhando pelo retrovisor do banco do passageiro – devemos ir vê-la agora ou ir para o hotel?
–Ao hotel. Quero tomar um banho e dormir um pouco.
–Sim senhor.
O caminho para o hotel transcorreu de forma tranqüila e sem grandes movimentações. O carro parou, minutos depois, em frente ao InterContinental Seoul Coex, um hotel de luxo próximo ao rio Han em Seul. O Sheik desceu do carro acompanhado de seu secretario, foi ao balcão pegou as chaves dos quartos e seguiu para o elevador. O quarto de Hassan ficava na cobertura. Ele caminhou ate a janela e vislumbrou a vista de Seul.
–Me parece que amanha a essa hora eu vou ser noivo – falou sozinho – uma pena que não seja com você, Lana. – olhou mais uma vez pela janela e foi para o banheiro. Abriu a porta de sua suíte, encheu a banheira, tirou a roupa exibindo seus músculos, entrou na banheira e deixou-se relaxar na água morna. Após sair de lá se deitou na cama e dormiu.
***
Yoon Hee olhou para o anuncio em sua mão e caminhou para a lanchonete em sua frente. Entrou, timidamente, e perguntou pelo gerente a primeira garçonete que viu. Caminhou ate o homem baixo e sorriu para ele.
–Bom dia. Eu vim pelo anuncio.
–Bom dia. Você tem alguma experiência?
–Já trabalhei em um restaurante, mas não acho que o trabalho seja muito diferente em uma lanchonete.
–Está contratada – falou após pensar um pouco – pode começar agora?
–Posso sim.
–Vá para a sala dos fundos, use esse armário – disse dando uma chave a ela – lá dentro tem uma roupa, deve dar em você. Se troque e comece a trabalhar – falou saindo.
–Mas... É só isso? – se perguntou ao se ver sozinha no meio da lanchonete com uma chave na mão. Andou ate o lugar indicado pelo gerente, passou por um estreito corredor e se viu em meio a um vestiário. Procurou pelo numero 14 da chave, abriu o armário, guardou as suas coisas, pegou o uniforme, vestiu-se rapidamente, prendeu o cabelo em um rabo-de-cavalo e saiu. Começou atendendo uma mesa com seis adolescentes. Não demorou muito para entrar no ritmo, logo ela atendia a todos com maestria.
***
Hassan estava parado de frente para uma casa na parte pobre de Seul. Olhou ao redor para ter certeza que se encontrava no lugar certo. Olhou mais uma vez para o endereço e suspirou. Apertou a campainha e esperou ser atendido. A porta foi aberta por uma garota de 13 anos.
–Sim? – perguntou olhando com curiosidade para Hassan.
–Estou procurando Park Yoon Hee, ela esta?
–Noona não está. Ela esta trabalhando. Quem é o senhor?
–Meu nome é Hassan al-Rashid. Quero conversar com ela. Ela vai demorar?
–Não. – pensou um pouco e sorriu – quer entrar? Pode esperá-la aqui dentro.
–Obrigado – disse entrando. Entrou tirando os sapatos, sentou no sofá de frente para a garotinha – como é seu nome?
– So-Yeon.
–Bonito nome.
–Obrigada, mas o que quer com minha irmã?
–Você é bem direta para uma criança – falou sorrindo.
–Tenho 14 anos, não sou uma criança.
Hassan limitou-se a sorrir. Olhou para a jovem sentada a sua frente e imaginou se sua irmã teria o mesmo temperamento que ela.
–Tenho uma proposta para fazer a sua irmã.
–De trabalho?
–Mais ou menos.
–Ah. Quer um café ou água?
–Não obrigado. Moram aqui há quanto tempo?
–Há um ano, viemos para cá logo depois que o nosso pai faleceu.
–Entendo.
–O senhor mora por aqui?
–Na verdade não sou da coréia. Moro nos Emirados Árabes, para ser exato em Abu-Dhabi.
–Mas seu coreano é ótimo.
–Obrigado. Anos estudando e você sabe falar algum outro idioma?
–Apenas o inglês que a noona me ensina de vez em quando.
–Na sua escola não ensinam?
-Ensinam sim, mas o de noona é mais avançado – disse orgulhosa.
–Porque não entra em um curso?
–Não temos dinheiro pra isso.
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