Uma Noite, Uma Esposa romance Capítulo 733

Vários dias depois, no Distrito Militar XX em Mento.

Ao observar as sentinelas paradas na entrada como duas árvores eretas, a postura de Cary involuntariamente se tornou mais ereta também.

Ela respirou fundo, juntou coragem e se aproximou. "Oi, senhor. Eu gostaria de perguntar sobre alguém da sua unidade. Será que o senhor pode me ajudar com algumas informações?"

O sentinela parecia estar nos seus vinte anos. Ele olhou para mulher diante dele, carregando sacolas grandes e pequenas, com um grande buquê de flores nos braços. "Você é... família visitando?"

Cary balançou a cabeça. "Não, tô aqui pra encontrar um homem bondoso do seu exército."

Falando, ela pacientemente explicou os eventos que ocorreram algumas noites atrás e então apresentou a foto do veículo militar.

"Eu não consegui agradecer direito aquele dia, e não consegui o contato dele. Foi bem difícil, mas com a foto da placa do carro, eu descobri que ele pertence a sua unidade nesse distrito."

"Esse é realmente um veículo da nossa unidade."

"Falando nisso, eu tenho uma foto dele, mas não tá muito boa, porque é um print da câmera do painel do meu carro e tá um pouco borrada. Você pode dar uma olhada e ver se ele é da sua unidade?"

Cary rapidamente mostrou a foto do celular para o sentinela.

O sentinela olhou a foto e parecia um tanto surpreso. "Hmm, parece ser o Major Silva da nossa unidade..."

Major Silva?

Era esse o nome dele?

Cary sentiu uma onda de alegria. "Então ele é mesmo da sua unidade? Eu posso encontrar com ele então?"

O sentinela esboçou uma expressão de dificuldade. "Pode ser um pouco desafiador. É uma zona militar, e a entrada de pessoas sem parentesco não é permitida. Mesmo pra visitas familiares, é preciso informar antes pros superiores e pedir aprovação antes de permitir a entrada."

"Isso..."

Cary sentiu-se um pouco desapontada, mas também não queria interromper o trabalho deles. No fundo, ela compreendia que instalações militares não eram como locais de trabalho comuns.

Após pensar por um momento, ela ergueu o olhar e disse, "Bom, senhor, já que eu não posso entrar, será que eu posso deixar essas coisas com você? Se não for te atrapalhar, você pode entregar pra ele?"

O sentinela pensou por um momento e assentiu, "Tudo bem, você pode deixar as coisas aqui. Assim que eu terminar o meu turno, entrego pra ele."

Cary apressou-se em expressar sua gratidão e entregou todas as frutas, suplementos nutricionais, flores, e a faixa de agradecimento personalizada ao sentinela.

Depois de agradecer milhares de vezes, ela finalmente foi embora da entrada da base militar.

Mesmo que ela não pudesse agradecer pessoalmente, os sentimentos dela haviam sido transmitidos. Isso pode ser considerado como uma forma de gratidão?

Com esses pensamentos em mente, Cary foi embora de carro.

E não muito tempo depois do carro dela ter acabado de partir, outro veículo saiu do portão.

O sentinela, ao ver o veículo, animou-se e se aproximou rapidamente. "Major Silva!"

Phillip diminuiu o carro até parar, baixou o vidro e olhou para o sentinela. "O que tá acontecendo?"

O sentinela rapidamente disse, "Agora mesmo, uma mulher veio te procurar. Ela até trouxe um monte de coisas pra você."

Antes que Phillip pudesse responder, Aileen, sentada no banco do passageiro, falou primeiro. "Ah, essas mulheres são bem proativas, encontrando diretamente o caminho pra cá."

Havia um toque de sarcasmo no tom dela.

Phillip franziu o cenho levemente, olhou para Aileen e disse ao sentinela, "Não é pra aceitar coisas das pessoas. Você não entende as regras?"

O sentinela, percebendo o mal-entendido, também pareceu um pouco desconcertado.

"Não, não é o que você tá pensando... A mulher veio agradecer o senhor. Ela falou que você ajudou ela alguns dias atrás e queria te agradecer pessoalmente. Eu falei pra ela que ela não podia entrar, então ela deixou essas coisas pra eu entregar pra você..."

"Agradecer?" Phillip estreitou os olhos.

Aileen perguntou casualmente, "O que ela mandou?"

O sentinela respondeu, "Umas frutas, flores, ah, e também tem uma faixa."

"O Danny era paquerador, mas mudou depois de ficar comigo. A gente tá até noivo agora. Você não pode simplesmente me desejar felicidades?"

Aileen respondeu sem ânimo e não queria tocar no buquê.

Phillip parou de falar e concentrou-se no trânsito.

Muitas coisas são melhores se não forem ditas, falar mais não trará benefícios.

Trinta minutos depois, o carro entrou no prédio da família Silva.

Phillip e Aileen voltaram para casa juntos. Por acaso, era hora do almoço, e o aroma atraente do caldo fervendo emanava do fogão.

"Nossa, que cheiro gostoso. Quando eu sinto o cheiro, fico morrendo de vontade."

Aileen trocou de sapatos e foi direto para a cozinha.

Phillip entrou em casa com um buquê de flores em uma mão e uma faixa na outra.

A Sra. Silva, ao ver o que o filho estava segurando, pareceu um tanto surpresa. "Phillip, o que é isso?"

"Ah, é de outra pessoa."

"Hãn? Um presente de outra pessoa? Um homem ou uma mulher?"

Os olhos da Sra. Silva brilharam de animação. Será que era um presente de alguma mulher que gostava do filho dela?

Phillip estava hesitando se devia ou não explicar. Afinal, explicar as coisas poderia ser um tanto problemático e ele, por natureza, não era muito falante.

Nesse momento, Aileen saiu da cozinha e disse em um tom peculiar, "Mãe, nem se dá ao trabalho de ficar pensando nisso. Que mulher ia dar uma faixa de presente? Eu acho que é porque o Phillip ajudou uma velhinha atravessar a rua ou algo assim, então ela fez uma faixa pra agradecer ele."

Ao ouvir isso, a Sra. Silva ficou um pouco decepcionada.

Freddie saiu do escritório, os olhou com indiferença e disse: "Bom, vão lavar as mãos e se preparar pra comer."