Viver Para Crescer romance Capítulo 12

Rafael

Suspiro e me afundo na cadeira. Quase não durmo por ter tanto trabalho aqui.

Enfim, hoje é sexta feira, a semana passou rápido e meus amigos querem ir a balada espairecer como dizem. Aceito de bom grado claro.

Oiço o barulho do batente da porta e peço para que entre.

- Desculpe Sr. Romano, mas vim informar que o Sr. Assunção dará um jantar de gala amanhã as 18h. - ela me estendeu um papel onde continha toda informação.

A dispenso e volto a afundar na minha cadeira. Penso na festa, talvez será bom, darei as caras com Beatriz e finalmente será conhecida na mídia como minha namorada e tudo será tomado como verdadeiro.

Olho no relógio e vejo que está no fim do expediente. Desligo meu computador e saio da minha sala.

Saio da empresa e entro no meu Lamborghini cinzento e sigo pra casa.

Minutos depois chego a mesma e entro.

- Teresa, viu Beatriz? - pergunto a minha governanta.

- Ela está no quarto senhor. - ela responde e não me espanto.

Ela sabe que tem liberdade limitada nesta casa, e para não dar de caras comigo ou ultrapassar esse limite ela se mantém no quarto, descobri que fica lendo ou escrevendo..

Deixo minha maleta no escritório e sigo para o quarto dela.

- Amanhã irá ao cabeleireiro na companhia de Jerry, no seu closet tem vários vestidos de gala, espero que esteja apresentável, não tente gracinhas comigo. 17h30min a quero entrando no meu escritório já pronta! - digo e saio do seu quarto em direção ao meu.

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Beatriz

Ele só pode estar brincando comigo! Entra aqui, começa me dando ordens e ameaçando e depois sai! Bufo e saio do quarto em direção a cozinha, estou com fome..

Chego na mesma e converso com Teresa, ela me serve de lasanha de frango e um copo de sumo. Oiço barulho de saltos e já sei quem é.

- Oi Beatriz. - ela diz com desdém.

Pego ele e rabisco alguns desenhos abstratos enquanto me perco em pensamentos.

Porquê me incomoda o facto de ele acreditar sempre nela e nunca em mim?

Ele aceita sem questionar o que ela fala, para ele eu sou um nada.

Na verdade é o que sou. Para ele e para todo mundo. Um nada.

Não passo de pedaços estilhaçados do que uma vez foi alguém.

Para ele sou apenas alguém que ele pagou. Mesmo sem envolvimento sexual, não passo de uma vagabunda e prostituta.

Passo a mão na bochecha vermelha e me afundo na cama. Na minha bochecha tem a marca da humilhação de hoje.

Seu olhar só mostrava o quanto ele me acha um nada, um lixo.

Fecho o meu caderninho e coloco ao lado da cama. Me encolho ainda de calções pretos e regata preta. Não me macei em colocar o pijama, só quero um pouco de paz, perdida em sonhos e pensamentos.