Viver Para Crescer romance Capítulo 13

Beatriz

Desperto mas não abro os olhos.

Sei que é tarde, qualquer hora da madrugada. Sinto como se estivesse sendo observada, procuro meu cobertor mas não o encontro, abro um olho e vejo ele jogado no chão longe de mim.

Estou ainda de shorts e regata, deitada de barriga para baixo, meu corpo está frio.. Sinto pontas de dedos passarem pelas minhas pernas e o cheiro de um certo perfume me engolfa.

É ele!

O que fazer? Mostro que to acordada ou finjo estar dormindo? Pego na segunda opção e tento ficar o mais quieta possível.

- Sei que está acordada. - sinto ele sentar nas minhas pernas, deixando minha bunda a vista pra ele e falar bem perto do meu ouvido. - Creio que temos um assunto pendente.

- Aii. - reclamo ao sentir um tapa na minha bunda. Não doeu, mas me pegou de surpresa.

- Gostosa. - ele sussurra no meu ouvido e de seguida morde ele.

Estremeço e ele se levanta. Ele fica em pé fora da cama e me puxa pelos tornozelos.

- Pare seu louco! - me debato e ele me vira.

- Louca é você. - e com isso ele me beija.

Não entendo nada, o beijo parece de raiva, me sinto mal com isso! Ele pega meu braço e deposita um tapa na minha perna. Segundos depois ele me larga e me olha estranho, depois seu olhar escurece e ele sorri de lado.

- Como pensei. Não desperta nada em mim! Espero que a Mia esteja errada, porque com você não quero nada. Espero que seja recíproco.

Fico parada sem dizer nada e ele abre a porta e sai.

Por algum motivo isso me abalou.

Não desperto nada nele, mas ele desperta algo em mim. Não sei o que é, mas qualquer coisa me incomoda, não sei o que está acontecendo, e ouvir ele dizer essas coisas machuca.

Mas como alguém poderia querer algo comigo? Ninguém nunca poderia querer uma pessoa como eu para amar e cuidar.

Não passo de um nada.

Me levanto num pulo e sigo para o banheiro. Tiro a roupa e me olho no espelho.

Graças a Eles me tornei assim. Para esconder cicatrizes que marcaram meu corpo eu me tatuei. Quando doía no fundo sempre que me lembrava e mais me abalava, eu me tatuava.

No total tenho 7 tatuagens. 7 das quais 5 tapam cicatrizes. No total são 2 nas costas, 1 na barriga, duas nas coxas, 1 no braço e 1 na bunda. Passo o dedo por cada uma delas e suspiro.

Eu mudei naqueles dias. Fui obrigada a mudar! Eu era uma menina e fui forçada a ser uma mulher..

Balanço a cabeça e afasto os pensamentos. Entro no banheiro e tomo um banho gelado.

Me seco e limpo meus brincos. Na orelha acabei tirando todos brincos mesmo a contra gosto. Fiquei apenas com os furos normais no lóbulo e um no tragus.

Me visto e vou pra cama. Vejo a hora e são 4h da manhã. Entro nas cobertas e durmo. Rezando para que amanhã o dia seja mais calmo.

Entramos na sala onde ocorrerá a festa e cumprimentamos várias pessoas. Noto olhares de ódio para cima de mim vindo de algumas mulheres. Por mim levavam ele, me dariam um alívio! Mas elas não sabem. Depois de muito cumprimentar e ser apresentada nos sentamos.

Afastados de algumas pessoas ele volta a ser o mesmo.

Noto o olhar dele guloso para algumas mulheres que dançam provocantes para ele.

- Disfarce o olhar pervertido para essas mulheres. - digo.

- Você não manda em mim querida. Eu mando em você! E sua voz me tira o tesão que tava sentindo. Pode se calar? - ele diz rindo mas sua voz denuncia a raiva que está sentindo. Me calo e me sinto triste.

Horas passaram e fiquei sozinha em minha mesa. Ele desapareceu não sei para onde. Suspiro e me levanto procurando o banheiro.

Vejo uma plaqueta escrito Vip e decido experimentar, talvez esse banheiro esteja vazio.

Entro e me deparo com ele se relacionando as duas mulheres de mais cedo.

Ele penetra uma de quatro enquanto ela chupa a outra. Fito aquela cena sem poder acreditar. E se fosse outra pessoa entrando aqui agora? Não tenho palavras.

- Rafael, sua namoradinha. - uma delas diz rindo.

- Não tem problema não. Vá dar uma volta Beatriz. Estou ocupado agora, depois procuro você. - ele diz e depois continua estocando na vadia. A única coisa que oiço agora são gemidos, risos e minha tristeza matutando minha cabeça.

Me viro e saio. Pego minha bolsa e saio do salão. Ando para bem longe dos paparazzis e apanho um táxi. Entro e peço que me leve a uma máquina do banco. Tiro dinheiro do cartão dele e peço que me leve a um hotel.

Prefiro retirar o dinheiro do banco pela caixa do multibanco, pois eu não quero que ele veja o movimento no hotel. Se tiver que verificar a conta, verá apenas o levantamento de dinheiro! Assim não saberá onde estou. Uma parte de mim sabe que ele não se preocupará, mas outra insiste em querer acreditar que ele se importa.