Whisky Chocolate romance Capítulo 124

Lucas franziu a testa e disse: "Não é algo que dá para explicar rapidinho, é meio complicado. Pode-se dizer que é uma espécie de sugestão psicológica."

Rita, meio confusa, quis saber mais: "Sugestão psicológica?"

Lucas sorriu e explicou: "Tipo, se você balançar a cabeça concordando enquanto fala, pode induzir o outro a concordar também. Tem vários exemplos disso. Muitas vezes, a pessoa influenciada nem nota, pode ser um olhar, um gesto..."

Rita ficou maravilhada, se não fosse pela "maldição do amor", talvez não acreditasse. Era como se um mundo novo tivesse se aberto para ela, e ela quis saber: "Tem como parar com essa sugestão?"

Logo que perguntou, sentiu um aperto no coração, como se, no fundo, soubesse que "provavelmente não tem jeito de fazer isso".

Perdida em pensamentos, viu Lucas suspirar e falar: "Por enquanto, não tem como."

Rita soltou um "ah" desanimada e estava prestes a falar mais quando Lucas interveio: "Mas eu posso te ajudar a lidar com isso."

Lidar...

Rita pensou no quanto estava dividida recentemente sobre "beijar ou não beijar Vicente". Se pudesse controlar isso, talvez pudesse voltar ao começo, onde segurar as mãos era o suficiente?

Seus olhos brilharam de esperança: "Como fazer isso?"

Lucas tirou um pequeno frasco de remédio da bolsa e passou para ela: "Este remédio pode amenizar temporariamente, mas não resolve de vez, só vai... bem, fazer seu caminho no amor ser mais devagar."

Rita aceitou o frasco, deu uma olhada rápida e concordou com um aceno: "Entendi."

Mas Lucas não se apressou em ir embora. Ele a observou por um momento e, com um suspiro, tocou levemente na cabeça dela dizendo suavemente: "Esse rapaz é complicado, não o irrite."

Rita surpreendeu-se: "Lucas, você conhece o Vicente?"

Lucas não respondeu direto: "Pelo que você me contou, ele parece não ter más intenções com você, não precisa se preocupar demais, mas também não se envolva muito."

Rita escutou atenta e concordou mais uma vez.

Lucas então viu que já tinham conversado por uns vinte minutos. Era hora de ir. Olhou para Rita com um quê de relutância em seus olhos amáveis.

"Tenho que ir agora."

Infelizmente, Rita ainda estava fria e distante: "Ah, Lucas, até mais."

Lucas sorriu de forma resignada, entrou no carro e foi embora.

Rita ficou parada por um instante, vendo o carro de Lucas se afastar, antes de voltar para dentro de casa.

Lá dentro, Elsa e Sylvia estavam quase coladas na janela, espiando para fora sem disfarçar.

Elsa estava confusa: "Sobre o que será que a Rita e o Dr. Nogueira conversaram tanto tempo?"

Sylvia também estava curiosa: "Eles já se conheciam? Na primeira vez que se viram, Rita o acompanhou até a porta, algo me parece estranho!"

As duas conversavam enquanto Rita entrava. Rapidamente, se recompuseram e Elsa, tentando ser casual, perguntou: "Rita, o que você acha do Dr. Nogueira?"

Rita, sem parar, respondeu enquanto subia as escadas: "Ele é bem bonito e parece ser uma boa pessoa."

Depois de responder, ela foi para o quarto.

Sylvia ficou pensando no que Rita quis dizer com isso.

Elsa refletiu: "Rita se interessou pelo Vicente também por ele ser bonito, deve ter sido assim que ela o conquistou."

Com esse comentário, as duas se entreolharam, pensativas.

Sylvia murmurou: "Será que Rita acha o Dr. Nogueira bonito também?"

Elsa: ?!?

Quando Elsa estava no meio do preparo do café da manhã, não se aguentou e jogou mais umas coxinhas no prato: "Da última vez que o Vicente deu as caras por aqui, ele falou que era doido por coxinhas."

Rita não se ligava nessa e respondeu meio que no automático.

Enquanto Elsa ainda estava no corre da comida, o telefone tocou. Ela foi atender, deixando a Sylvia encarregada de terminar de arrumar o café da manhã da Rita.

Com a marmita em mãos, Rita estava quase vazando quando Elsa soltou um "Nossa!" surpresa.

Rita parou e deu uma olhada para trás.

Depois de ouvir mais um cadinho, Elsa falou toda feliz: "Isso é demais!"

Desligando o telefone, ela espalhou a novidade: "O fera da pintura Sr. Sábio desembarcou na Cidade Litorânea para uma exposição e meu quadro 'Pintura de montanha fria' foi escolhido!"

Sylvia, que não era muito por dentro das artes, perguntou: "Quem é esse Sr. Sábio do Deserto Estelar?"

Elsa explicou sorrindo: "Ele é um craque da pintura contemporânea, da minha geração. Ele preside a Associação Nacional de Artes e é diretor da Academia Nacional de Belas Artes. Seu nome de batismo é Pelé Furtado, mas nas artes ele é o Sr. Sábio."

Regina só tocava a associação de arte da Cidade Litorânea, mas Sr. Sábio tinha moral em todo o país!

Rita ficou pasma.

As condecorações que a Elsa listou eram manjadas pela Rita - isso não tinha a ver com o Grupo do Chefão, que também mandava ver nas tintas?

Ele tinha dado um pulo na Cidade Litorânea atrás de Amanhecer da noite?

Com essa ideia na cabeça, Rita partiu com o lanche.

Já no carro, caiu a ficha de que deveria ter perguntado à Elsa sobre Amanhecer da noite. Tinha dado uma vacilada momentânea, mas daria um jeito nisso à noite.

Ao chegar em Penhor e aproveitando que Vicente estava na função do café da manhã, o olhar da Rita bateu num livro de "O Evangelho". Esticou a mão, agarrou o livro, descobrindo—