Whisky Chocolate romance Capítulo 123

O contrato estava escrito à mão.

A primeira coisa que Vicente notou foi que a letra da Pequena era bonita, embora não fosse delicada, com traços fortes que mostravam seu estado de espírito enquanto escrevia aquele contrato.

Ele então começou a analisar o que estava escrito.

1. Deveríamos nos dar as mãos uma vez por dia. Se eu não tomar a iniciativa, você não deve fazer nada.

2. Um beijo por semana, quando eu escolher. Fora isso, não pense, não fale e nem sonhe com isso.

3. Você não pode simplesmente decidir aparecer na minha casa para jantar.

4. E não me ligue sem um motivo válido!

5. Ainda estou pensando, posso adicionar mais regras depois.

Vicente levantou uma sobrancelha.

A primeira regra era tranquila, pois já faziam isso. Mas, um beijo por semana? Parecia muito pouco. Quanto à terceira, um convite do sogro resolveria. Na quarta, só poderia ligar se tivesse um bom motivo, né?

Ele refletia sobre cada item e, ao olhar para a Pequena, viu que ela o observava séria, com um olhar intenso que lembrava um gato pronto para saltar, como se ela fosse atacá-lo caso ele tentasse discutir as regras.

Vicente deu um sorrisinho e concordou: "Tá certo."

Ao ver que ele aceitou, ela finalmente se acalmou e começou a preparar o café da manhã no balcão.

Na ausência de Daniel, Vicente se adiantou e arrumou as coisas na mesa.

Pequena comia em silêncio e, ao segurar a mão dele depois da refeição, estava ainda mais séria, o que o impedia de brincar com a situação. Depois de soltar sua mão, ela perguntou, sem mostrar emoção: "Essa sua roupa é de material sintético?"

Vicente, meio confuso, respondeu: "Acho que sim, por quê?"

Quem se importa tanto assim com o material das roupas?

Mas ao ouvir a resposta, Rita se sentiu aliviada.

O contato de materiais sintéticos com a pele pode criar eletricidade estática. Era por isso que ela sentia um formigamento toda vez que se tocavam, como se passasse uma corrente elétrica entre eles.

Ela então sugeriu, de maneira séria: "Você deveria usar algodão... é mais agradável."

"Ah, saquei."

Vicente achou o papo meio esquisito, mas já estava acostumado com as peculiaridades da Pequena. Ela não se dava ao trabalho de explicar, e ele não tinha como adivinhar o que ela pensava.

Rita, sem vontade de detalhar mais, pegou sua mochila e foi para a escola.

Andando devagar até a entrada, viu Artur, o ruivo, mexendo no celular enquanto entrava no campus.

Atrás dele, Labareda01 carregava um livro de português, todo concentrado.

Rita achou a cena estranha e os seguiu, curiosa.

Artur percebeu-a de canto de olho e, guardando o celular, levantou o queixo e disse: "Contratei um professor de capoeira ontem."

Rita: "?"

Artur pigarreou e acrescentou: "Depois de um tempo treinando, vou te desafiar."

Rita: "... Boa sorte, então."

Artur: "..............."

Por que o "boa sorte" dela soou tão sem interesse?

Ele manteve a postura e, de repente, deu um chute leve em Labareda01, dizendo: "Se liga!"

Labareda01: "..............."

Por que ele sempre era o alvo?

Ele então deixou o livro de lado e, com um sorriso maroto, perguntou: "Chef Rita, vai ler?"