Whisky Chocolate romance Capítulo 55

Ele não tinha desprezo em seu coração.

A garota era apenas uma estudante do ensino médio, e era natural que ela não conseguisse resolver o problema. Ele tinha apenas um vislumbre de esperança.

Agora que estava mais velho e incapaz de avançar em sua carreira matemática, ele tinha o desejo de treinar novos talentos para a América Latina.

Como um dos maiores matemáticos da América Latina, ele havia conhecido um prodígio da matemática anos atrás, pensando que poderia trazê-lo para o mundo da matemática e contribuir para o seu desenvolvimento. Infelizmente, essa pessoa era misteriosa demais e tinha muitas responsabilidades para abandonar tudo pela matemática.

Ele se resignou dolorosamente - bem, era mais uma questão de não ousar incomodá-lo - e pensou que, depois de tantos anos, finalmente havia encontrado outra pessoa com potencial.

Afinal, os que entravam nesse círculo não eram ordinários.

Ele sorriu ironicamente para si mesmo, sentindo que talvez tivesse criado expectativas demais.

A garota nunca disse que era boa em matemática. Foi ele que, desejando demais encontrar um aprendiz, a desafiou com um problema matemático. Se ela era tão boa no piano, como poderia ser também em matemática?

Depois de uma palestra, Sérgio Goulart estava prestes a sair, cabisbaixo, quando um professor do departamento de matemática da Universidade Castelo o abordou: "Você já ouviu falar do vencedor do concurso de estrelas da matemática deste ano?"

A Universidade Royal e a Universidade Castelo eram as duas universidades mais prestigiadas do país, ambas localizadas na cidade de Loretuma, competindo e colaborando entre si.

Sérgio Goulart balançou a cabeça: "Alguém não ganha o primeiro lugar todo ano?"

O homem disse de repente: "Ela tirou a nota máxima na prova de matemática!"

Para Sérgio Goulart, competições como a de matemática eram insignificantes e ele não as levava a sério. "Isso não prova nada. O importante é ver como eles se saem na competição nacional."

-

Cidade Litorânea.

Em meados de setembro, o tempo esfriava, e podia-se sentir um ar fresco pela manhã e à noite, então Rita colocou um agasalho sobre o uniforme escolar.

Ela ainda usava o boné branco e carregava uma mochila pesada ao descer do ônibus em frente ao Penhor.

Com a chegada do outono, as folhas das árvores à beira da estrada começavam a amarelar. Nesse horário, os vendedores de ambos os lados estavam vendendo café da manhã.

Rita era linda e sempre chamava a atenção, não importava onde estivesse. Ela apertou o boné contra a cabeça, ignorando os olhares que a cercavam, e foi direto para a loja de penhores.

Assim que entrou, percebeu que algo estava errado.

O estabelecimento, que normalmente estava vazio, era ocupado por sete ou oito homens de aparências variadas. Todos com cabelos bem cortados e roupas diferentes; quando ela entrou, todos viraram a cabeça para olhá-la.

O líder, com uma cicatriz de faca no rosto e um olhar ameaçador, pareceu surpreso ao vê-la e tentou forçar um sorriso.

Rita hesitou por um momento.

Esses homens pareciam ser os valentões locais que exigiam proteção. A expressão feroz do líder era um aviso para que ela não se metesse nisso?

Rita instintivamente olhou para trás do balcão.

Vicente Pacheco ainda estava relaxado, sentado sob a luz fraca com um livro nas mãos. Sua postura era nobre e elegante. Aqueles que o conheciam sabiam que ele era o proprietário da casa de penhores; aqueles que não o conheciam talvez acreditassem que ele vinha de uma família distinta.

No entanto, naquele momento, seu rosto contornado estava levemente franzido, sua mandíbula tensa e seus olhos castanhos profundos revelavam insatisfação.

É compreensível, já que ninguém ficaria feliz em pagar por proteção.

Sob o olhar dos homens, Rita instintivamente caminhou em direção às prateleiras, fingindo comprar algo, mostrando que não tinha nada a ver com o que estava acontecendo.

Ela não prestou atenção ao que estava nas prateleiras, seu olhar periférico ainda estava em Vicente.

Naquele momento, Rita teve uma ideia repentina.

Se, hipoteticamente, Vicente fosse morto pelos valentões, a maldição sobre ela seria quebrada?

Seus olhos enevoados ficaram vidrados ao pensar nisso, mas então uma dor aguda a atingiu no peito!

A dor era mais intensa do que nunca, como se até mesmo respirar doesse!

... Droga! É claro que isso não era possível.

Mesmo que Rita fosse sempre indiferente, ela não pode evitar explodir com um palavrão em sua mente.

Como poderia assistir à morte do seu amor sem fazer nada?

Ela apenas pensou nisso de propósito e sentiu uma dor aguda no peito.