Whisky Chocolate romance Capítulo 58

"O que é que está ‘certo’?"

O pós-graduando estava um pouco confuso, deu um passo à frente para dar uma olhada e exclamou surpreso: "Isso é...?"

Sérgio Goulart finalmente se deu conta, levantou-se apressadamente, organizando os papéis sobre a mesa. Vendo que seu aluno desviou o olhar no momento certo, ele respirou aliviado.

O estudante ainda estava atônito: "Certo?"

Sérgio Goulart assentiu com a cabeça.

Lembrando-se de algo, pegou rapidamente o celular e fez uma chamada via WhatsApp para Rita.

Já era madrugada, a jovem parecia estar dormindo, o telefone tocou bastante tempo até ser atendido, e ela pareceu confusa com aquele modo de comunicação, demorando um pouco para dizer "Alô?"

Sua voz era rouca e indiferente, carregada de sono.

Sérgio Goulart falou rapidamente: "Essa hipótese, você compartilhou com mais alguém?"

Houve uma pausa do outro lado, "Não."

Sérgio Goulart suspirou de alívio e falou seriamente: "Antes de publicar, não mostre a mais ninguém, há muita gente no meio acadêmico que roubaria o trabalho dos outros."

"Ah, tudo bem," respondeu ela, ainda muito calma, fazendo Sérgio Goulart sentir-se como se estivesse mais ansioso que o necessário.

Ele tossiu e perguntou: "Essa hipótese, foi você que provou sozinha?"

Houve uma breve pausa e ela respondeu seriamente: "Não, meu avô provou dois terços, você deve ter percebido pelos rascunhos que te enviei."

Sérgio Goulart tinha percebido, mas muitos já haviam tentado provar essa hipótese dessa maneira, sempre encontrando um obstáculo no último passo e não conseguindo avançar.

Portanto, os dois primeiros terços não eram nada demais, apenas o começo; a parte mais difícil era o último terço!

Mesmo que a jovem dissesse que havia comprovado a hipótese por conta própria, não haveria problema algum.

Sérgio Goulart confiava ainda mais no caráter dela.

Como se estivesse tratando uma pessoa mais jovem com carinho, ele perguntou com um sorriso: "Onde você pretende publicar esse artigo?"

Houve uma pausa do outro lado: "Ah?".

Ela obviamente parecia confusa.

Sérgio Goulart continuou: "Você precisa organizar isso em um artigo e enviá-lo para uma revista de matemática de renome. Você sabe como escrever um artigo?"

"Não sei."

Sérgio Goulart riu: "Posso ajudá-lo com isso. Sugiro que o envie para a Inventiones Mathematicae, pois sua hipótese certamente terá um grande impacto na comunidade matemática internacional!"

Do outro lado, no entanto, ela não parecia afetada e apenas respondeu calmamente: "Tudo bem".

Sérgio Goulart: "........."

Se eu fosse ele, certamente ficaria acordado a noite toda arrumando o artigo, mas a atitude dela...

Ele perguntou novamente: "Você teve algum tempo recentemente?"

"Não."

"Está muito ocupada com os estudos?"

"Não é isso, vou participar da Olimpíada Brasileira de Matemática." Rita não havia se dedicado devidamente aos estudos por uma semana e, por respeito à competição, decidiu que nos próximos três dias se concentraria em desafios de matemática.

"........."

Sérgio Goulart mais uma vez sentiu que o mundo estava cheio de mistérios.

Você, capaz de provar uma conjectura dessas, competindo com um bando de adolescentes?

Mas ao lembrar que a jovem ainda estava no ensino médio, ele engoliu em seco: "Você está no terceiro ano?"

Jeferson Lima também ficou surpreso. A suíte presidencial ficava no 28º andar, inacessível aos hóspedes comuns!

Rita apenas concordou com um "uhum".

Logo um funcionário se aproximou para levar as malas e, depois que todos saíram, Jeferson Lima pensou um pouco. Ele ainda tinha muito dinheiro para gastar e se virou para pedir um upgrade, mas viu outras pessoas fazendo o check-in: "Vocês ainda têm quartos individuais disponíveis?"

"Sim, senhor. Em que andar o senhor gostaria de ficar?"

Jeferson Lima ficou atônito, sem entender o que estava acontecendo. Quando chegou a sua vez, e ele pediu um upgrade, foi informado: "Desculpe, mas todas as nossas suítes já foram reservadas e não podemos lhe oferecer um upgrade no momento."

Jeferson Lima ficou confuso.

Naquela noite, Rita dormiu maravilhosamente bem. No dia seguinte, o café da manhã foi servido em seu quarto, e ela embarcou no ônibus revigorada para o dia do exame.

Chegando ao local do exame, Osíris deu algumas instruções finais e Rita seguiu o grupo para dentro. Ela encontrou sua sala de exame e, com o cartão de confirmação em mãos, entrou na sala.

Imediatamente, ela viu uma conhecida - Zara.

Por coincidência, Zara estava sentada ao lado dela.

Desde o último incidente, Zara vinha guardando ressentimentos e espalhando que Rita era uma menina do papai que só queria se divertir. Mas quando Rita ganhou o primeiro lugar, ela deserdou Zara completamente, tornando-a motivo de chacota na escola.

Durante esse período, Zara não conseguia se concentrar nos estudos e sabia que não tinha chance de ganhar nenhum prêmio.

A contragosto, Zara cerrou o punho. De repente, se levantou, pegou seu estojo e o jogou violentamente na direção de Rita, pensando: se ela não pudesse ganhar, então a causadora de tudo isso não teria um exame tranquilo!

Então - "Plaft!" - Rita segurou o pulso com força.

Um professor olhou em sua direção e repreendeu: "O que está acontecendo aqui?"

Zara estreitou os olhos e, em um movimento rápido, jogou-se para trás, derrubando a cadeira e gritou, segurando a dor na região lombar: "Professor, ela me bateu!"

Uma briga durante o exame resultaria em desqualificação para ambas as partes!