Whisky Chocolate romance Capítulo 57

Sérgio Goulart fixava o celular, reconhecendo cada palavra, mas quando juntas, pareciam sem sentido.

Perdeu-se em pensamentos por tempo demais, até que seus óculos pesados deslizaram para a ponta do nariz. Estendeu a mão, empurrou-os para cima e espremeu os olhos para olhar o celular novamente.

Um homem de sessenta e tantos anos, com rugas profundas no rosto e dedos trêmulos, apagava meticulosamente a mensagem que havia escrito, respondendo: "Você está brincando?"

Como uma garota de dezoito anos poderia provar o Conjectura de Poincaré?

Estudo: "?"

Estudo: "Qual é o seu email?"

Sérgio Goulart se acalmou e enviou o e-mail, depois guardou o celular e aguardou pacientemente.

Sem pressa.

Ao longo dos anos, muitos alegaram ter provado a Conjectura de Poincaré, mas todos foram desmascarados por falhas e erros. Talvez a garota estivesse apenas adivinhando.

Ele respirou fundo e, cerca de cinco minutos depois, o "ding" do computador anunciou um novo e-mail, e seu celular acendeu ao mesmo tempo.

Aluno: "Eu enviei, você recebeu?"

Sérgio Goulart perguntou com relutância: "Você sabe o que está provando?"

Talvez ela não entendesse nem mesmo o significado de conjectura no mundo da matemática.

Estodo: "A Conjectura de Poincaré, sim, é bem complicada. Quando o senhor veio me perguntar, eu já a havia provado há meio mês, somando esta semana, levei quase vinte dias no total."

Sérgio Goulart: ?

Por que ela achou que o tom da moça era "não acredito que levei vinte dias para provar"?

Será que ela se deu conta de quantas pessoas passaram a vida inteira sem conseguir provar?

Sérgio Goulart ficou ainda mais cético em relação à conjectura e respondeu: "Está bem, vou dar uma olhada".

Após a resposta, ele baixou os trinta rascunhos do e-mail, imprimiu-os e os organizou em ordem, depois olhou a primeira página.

A partir daí, ela não conseguiu parar de ler.

-

Rita esperou um pouco mais, mas seu professor de matemática não respondeu. Faltando dez minutos para o fim da aula, decidiu pegar um conjunto de problemas da Olimpíada de Matemática para resolver.

Jeferson Lima, da mesma turma de matemática avançada, observava-a de longe.

Ele pesquisou muito sobre a Conjectura de Poincaré recentemente e descobriu que ela realmente estava tentando provar esse desafio difícil.

Pelo jeito dela agora, parecia ter desistido, certo?

Dez minutos depois, o sinal para o intervalo soou.

Jeferson Lima arrumou seus livros e se aproximou dela, falando com seriedade: "A Conjectura de Poincaré não é algo para nossa idade, não adianta ter ambições tão altas. Melhor se concentrar na Olimpíada Nacional."

Rita lhe lançou um olhar indiferente, sem dizer uma palavra.

Jeferson Lima, achando que ela havia entendido, continuou: "A competição deste ano é nacional, você não pode subestimar os outros. Você sabe quem foi o campeão nacional de matemática no ano passado? Ele fez 270 pontos, e o detalhe é que ele estava no segundo ano do ensino médio! E ele já havia ganhado a medalha de ouro na Olimpíada Nacional no ano anterior. Se não fosse por um problema de saúde que o impediu de ir ao acampamento de inverno, ele já poderia ter sido aceito na Universidade Castelo. Ele é o Leandro da nossa região. E não subestime o Wallace, ele pode não ter ido tão bem na prova de matemática quanto você, mas isso não significa que ele não possa vencê-la na competição."

Rita o achou irritante, apressou-se em arrumar seus livros e saiu com eles.

Ele olhou involuntariamente para trás, para a garota na última fila.

Ela estava meticulosamente guardando seus livros na mochila e, em seguida, saindo com a bolsa pesada...

Ele desviou o olhar e respondeu: "Acho difícil."

Naquele exame, seriam selecionados os vencedores do primeiro prêmio do estado para participar da Olimpíada Nacional de Matemática, e além do primeiro colocado, qual seria a diferença entre os demais premiados?

E Rita, depois de voltar para casa, jantar e resolver várias questões, ainda olhava incessantemente para o celular antes de se deitar.

Por que seu professor de matemática ainda não havia respondido suas mensagens?

Na Cidade de Loretuma, na Universidade Royal, no laboratório de matemática.

Um aluno de pós-graduação estava fazendo sua última verificação quando, de repente, percebeu que a luz ainda estava acesa na sala do professor Sérgio Goulart.

Instintivamente, ele se aproximou, abriu a porta para apagar a luz e viu o professor Sérgio segurando os óculos com uma das mãos e examinando algo em um pedaço de papel com grande intensidade.

Suas mãos tremiam e ele parecia estar em um estado de extrema excitação.

O aluno parou e perguntou com cautela: "Professor, por que o senhor ainda não foi para casa?"

Já passava da meia-noite! Além disso, o projeto de hoje não parecia exigir trabalho noturno, certo?

Sérgio Goulart, interrompido, voltou à realidade.

Ele olhou incrédulo para a solução em suas mãos, levantou-se abruptamente e exclamou: "Certo, é isso mesmo!"

Ela realmente havia resolvido um dos grandes problemas do mundo!