A ascenção da Luna romance Capítulo 205

"Não há necessidade de complicar as coisas; já tenho um plano," disse Quentin, rindo.

Cassandra o encarou curiosa. "E qual seria?"

“Parece que você esqueceu que me deu o Coração de Azure e sua aliança de casamento há dois meses, pedindo para vendê-los e doar o valor aos lobisomens carentes. Acontece que ainda não vendi nenhum dos dois. Que tal doar esses itens em vez disso?” sugeriu ele, fazendo um gesto com as mãos.

Os olhos de Cassandra se arregalaram de surpresa. “Você ainda não os vendeu?”

“Isso mesmo.” Quentin assentiu. “O Coração de Azure é muito caro, poucos podem pagar. Além disso, todos sabem que foi feito especialmente para Thaddeus. Quem o comprar pode acabar o ofendendo. Agora, sobre a aliança de casamento…” Ele lançou um olhar atento a Cassandra antes de continuar: “Minha ideia era vender a aliança depois de vender o Coração de Azure, mas como o colar não saiu, os dois acabaram ficando comigo até agora.”

“Entendi. Onde está a aliança agora?” perguntou Cassandra.

“Está na minha casa. Quer doá-la?” perguntou Quentin.

Cassandra assentiu. “Você mesmo disse que o Coração de Azure é muito caro. Doá-lo agora pode não funcionar. E como Thaddeus estará no leilão, alguém se atreveria a comprar o Coração de Azure? Seria quase uma afronta a ele. Melhor doar a aliança; ainda vale algumas centenas de milhares.”

“Você tem razão. Depois da sua cirurgia, volto e dou a aliança em seu nome,” concordou Quentin, acariciando o queixo pensativo.

À tarde, após o almoço, os dois seguiram para o hospital. Embora ainda indecisos sobre o que fariam, Cassandra precisava passar pelo exame.

Quando chegaram à entrada, Cassandra mal saía do carro quando Harvey apareceu acenando para eles.

Quentin lançou-lhe um olhar de leve hostilidade. “O que você está fazendo aqui?”

“Vim fazer companhia à Cassandra,” respondeu Harvey, ignorando o tom frio de Quentin e exibindo um sorriso alegre.

Quentin desviou o olhar, contrariado, e se virou para Cassandra. “Querida, você contou isso para ele?”

“Eu também contei para você, não?” ela disse, rindo.

Quentin fez cara de injustiçado. “Querida, não é a mesma coisa. Somos amigos de infância. Ele? Além do mais, havíamos combinado que eu seria o único a te acompanhar.”

“Hã? Quando isso foi decidido?” perguntou Cassandra, visivelmente confusa.

Harvey riu. “Cara, você ouviu isso? Cassandra nem sabia que tinha feito um ‘acordo’ com você. Relaxe. Quanto mais gente, melhor. Se ela precisar de cirurgia, alguém tem que buscar os remédios e cuidar dela no quarto.”

Quentin, mesmo contrariado, acabou concordando. Apesar de incomodado com a presença extra, não quis insistir por causa de Cassandra.

Harvey suspirou aliviado. Graças à sua habilidade de disfarçar, conseguiu ocultar seus sentimentos por Cassandra. Caso contrário, se Quentin tivesse percebido, certamente o expulsaria. Quentin também nutria sentimentos por Cassandra, mas ela acreditava que sua amizade era puramente platônica.

Ah... ter tantos rivais amorosos pode ser uma dor de cabeça, pensou Harvey, soltando uma risada irônica, mas com um olhar determinado.

Não importava quantos rivais houvesse, ele não desistiria. Era raro se apaixonar e, quando isso acontecia, valia a pena lutar.

Vendo que já eram quase duas horas, Cassandra chamou os dois. “Tudo bem, vamos entrar agora.”

Ambos assentiram em uníssono. “Sim, vamos.”

O trio seguiu para o hospital. Do outro lado da rua, Thaddeus os observava de dentro de um sedã preto. Seu olhar estava sombrio, e a expressão tão fria que quase ninguém conseguiria encará-lo diretamente.

Como é que aqueles dois podem estar ao lado dela, tão despreocupadamente? Afinal, sou o pai biológico dessa criança! Droga, droga, droga!

Consumido pela raiva, Thaddeus cerrava o punho com tanta força que as veias saltavam nas costas de sua mão.

No banco do motorista, Maddox observava a irritação do Alfa pelo retrovisor, balançando a cabeça em resignação.

Perto de Thaddeus, Meredith mantinha sempre uma postura de elegância, mas com Thiago, não precisava de formalidades.

Ao ouvir o tom de reprovação na voz de Meredith, Thiago sentiu um leve desconforto, mas respondeu pacientemente: “Nada demais, apenas vi Thaddeus.”

“Thaddeus?” Meredith levantou-se do sofá. “Por que ele está no hospital?”

“Não tenho certeza, mas ele veio de cadeira de rodas. Provavelmente está aqui para tratar a perna,” respondeu ele, observando Thaddeus à distância.

Quando ela ia suspirar aliviada, Thiago continuou em tom urgente: “Espere, o assistente está levando-o para o departamento de obstetrícia e ginecologia.”

“O quê?” Meredith ficou em choque. “Ele foi para o departamento de obstetrícia e ginecologia? Será que sabe da gravidez de Cassandra?”

Thiago estreitou os olhos. “É possível. Caso contrário, não haveria motivo para ele estar aqui justamente agora, indo diretamente para aquele setor.”

“Droga! Como ele descobriu?” Meredith começou a tremer, tomada por pânico e medo.

Thaddeus estava ali por saber que Cassandra carregava seu filho. Ele planejava impedi-la de abortar? E, depois, revelar a verdade para se reconciliar com Cassandra e assumir o filho?

Quanto mais pensava, mais temia. Seu rosto se distorcia, e seus tremores se intensificavam.

Com o telefone nas mãos trêmulas, ela sibilou com ressentimento: “Thiago, quero que você interrompa a gravidez de Cassandra agora. Não me importa como; drogue-a, engane-a, faça o que for preciso para ela acreditar que o bebê corre risco. Mas uma coisa é certa: quero que você realize a operação pessoalmente. Quero saber que ela está fora do caminho antes que Thaddeus consiga impedi-lo. E quero que ela sofra até o fim!”

Thiago sempre se considerou uma pessoa justa, mas as palavras de Meredith o deixaram chocado.

Como alguém tão cruel podia ser o mesmo “anjo” que o salvara tantos anos antes?

No entanto, a marca de nascença vermelha no pulso de Meredith confirmava que ela era, de fato, quem ele pensava ser.