Por um momento, Thaddeus quase acreditou nas palavras de Cassandra.
No entanto, ao refletir, percebeu que sua inclinação em confiar nela devia-se ao vínculo que a Deusa da Lua havia criado entre eles. Talvez fosse esse laço que o levava a querer acreditar em Cassandra, independentemente do que ela dissesse. Ainda assim, ele era um homem racional o suficiente para entender que precisava escolher Meredith e confiar nela.
Quando percebeu que os olhos de Meredith estavam marejados, seu coração se apertou e qualquer dúvida que ainda restava se dissipou. O sentimento de compaixão tomou conta dele.
Segurando sua mão delicadamente, ele a beijou e disse:
— Agora que você está recuperada, vamos deixar o passado para trás. Não quero que esse acidente de carro te assombre mais.
Meredith esboçou um leve sorriso, finalmente aliviada.
— Está bem — respondeu suavemente, sentindo-se mais segura ao perceber a lealdade dele.
Thaddeus, então, lembrou-se do que Cassandra havia dito sobre as doações de sangue. Seu olhar endureceu ao explicar:
— Cassandra foi a única doadora compatível na época. Ela usou isso para me chantagear, e foi assim que acabamos nos vinculando. O Coração de Azura que ela levou vale uma fortuna.
Meredith relaxou ao ouvir essa explicação, certa de que Thaddeus continuava leal a ela. Com um sorriso satisfeito, ela se aproximou, envolvendo os braços ao redor da cintura dele.
— Obrigada por esperar por mim, Thaddeus. Agora que estou bem, passarei mais tempo ao seu lado e com a Sra. Fallon — disse com doçura.
O perfume de rosas dela, que normalmente o incomodava, encheu o ar. Thaddeus franziu a testa involuntariamente. Meredith não era sua companheira destinada, e, por isso, seu cheiro nunca o agradava. Isso sempre o fazia lembrar de Cassandra, cujo aroma lhe era estranhamente reconfortante.
Antes que pudesse refletir mais, Ophelia e Trevor se aproximaram. Ao ver a filha abraçada a Thaddeus, Ophelia sorriu, mas a advertiu:
— Meredith, controle-se. Estamos em meio a convidados. Comportar-se assim não é adequado.
Constrangida, Meredith se afastou e se acomodou ao lado de Thaddeus.
Enquanto um garçom atravessava o salão com uma bandeja, Thaddeus, de repente, se lembrou de algo e o chamou:
— Traga uma jarra de suco de manga espremido na hora.
— Certamente. Um instante — respondeu o garçom, afastando-se rapidamente.
Ao ouvir o pedido, a expressão de Meredith mudou sutilmente, mas ela permaneceu em silêncio.
Quando o suco de manga chegou, Thaddeus serviu um copo e o entregou a Meredith com um sorriso. Ele se surpreendeu ao notar que seu rosto ficou ainda mais pálido enquanto ela encarava o copo.
— Algum problema? Achei que você adorava suco de manga — comentou, confuso. — Nas cartas que trocávamos, você mencionou que gostava tanto de mangas que uma vez comeu trinta de uma só vez na casa de sua avó.
Meredith sorriu timidamente, apertando o copo com força.
— Eram mangas pequenas. Não tinha muita polpa — murmurou, hesitante.
Trevor e Ophelia trocaram olhares tensos, cientes da alergia severa de Meredith a mangas. Se ela ingerisse qualquer quantidade, poderia entrar em choque anafilático.
Trevor tentou intervir:
— Thaddeus, Meredith não pode...
— Pai, por favor — interrompeu Meredith, lançando um olhar significativo aos pais. — Eu amo suco de manga. Sempre adorei.
Ophelia tentou impedi-la, mas Meredith levou o copo aos lábios e tomou todo o suco, rangendo os dentes.
Thaddeus franziu a testa, percebendo a tensão entre Trevor e Ophelia.
— O que vocês estavam prestes a dizer? — perguntou, desconfiado.
Trevor balançou a cabeça, compreendendo o recado da filha.
— Nada demais. Apenas nos preocupamos com a saúde dela. Meredith sempre foi delicada.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: A ascenção da Luna