A Babá e o Juiz romance Capítulo 3

Alex saiu para trabalhar e eu me ajeitei na cozinha. Estava faminta.

— Não Bella, isso não é serviço seu!— era Giorgia que me repreendia.

De repente, Cristal ficou paralisada e os seus olhinhos lacrimejaram.

Giorgia cobriu a boca com as mãos.

— Meu Deus, onde achou essa roupa?— ela quis saber.

Eu olhei para o vestido confortável, estampado em amarelo e branco e sorri.

— Ah, eu achei no armário, lá no quarto em que eu…

Giorgia me interrompeu e pôs-se a me arrastar para fora da cozinha.

— Deixe ela assim, Gi!

Giorgia paralisou ao ouvir o tom autoritário da menina.

Eu sorri inocente, mas Giorgia estava aflita.

— O seu pai não vai aprovar essa ideia!

— Ela está linda! Parece a minha mãe!— Cristal disse, se aproximando e segurando a minha mão.

Eu me deixei levar de volta à mesa de serviço, onde antes comia um lanche.

Cristal debruçou-se na mesa, me olhando com admiração.

— Você caiu do céu?— ela indagou tão séria que eu fiquei paralisada, segurando o meu pão.

— Eu? Do céu!

A menina explicou, afastando os braços da mesa:

— Sim, a mamãe disse que você chegaria, para eu esperar!

Eu franzi a testa e olhei para Giorgia que tinha os olhos inundados.

— Você a conheceu?— Cristal insistiu.

Giorgia me salvou. Passou na frente da menina e a arrastou falando agitada:

— Vem Cristal, tem que se arrumar para a aula de balé!

— Eu não gosto de balé!— a menina protestou.

Giorgia parou me olhando sem jeito e disse:

— A Bella vai estar lhe esperando quando chegar. Ela vai ajeitar as suas roupas e o seu almoço! Não é Bella?

Eu me assustei.

— É sim, claro!

Elas saíram e eu comecei a comer rápido.

Pouco depois, as duas passaram por mim apressadas. Eu me sobressaltei.

— O que eu faço agora? Eu vou junto?

Giorgia sorria achando graça.

— Não se preocupe, o motorista vai levá-la!

Eu olhei para a porta e só então percebi um rapaz, usando um terno preto. Ele tinha mais cara de segurança, imaginei que andava sempre com o juiz.

Cristal me mandou um beijo de longe e saiu sorridente.

Giorgia se voltou ofegante.

— Menina, se o juiz te ver vestida assim, não quero nem pensar!

— Por que? Que mal tem, Giorgia? Não está para doação?

Giorgia suspirou e respondeu agoniada:

— Querida, tem menos de seis meses que a patroa faleceu! Ele não pode vê-la vestida assim, em hipótese alguma!

Eu fiquei daquele jeito e combinamos que antes do juiz chegar, ao final da tarde, eu tiraria o tal vestido.

O destino parecia estar brincando, porque o motorista na volta, trouxe o patrão e nos pegou desprevenidas.

Eu arrumava o seu quarto, quando avançou para a escada correndo, dizendo ter esquecido uma pasta.

Giorgia tentou impedi-lo mas não deu tempo.

Eu forrava a cama tranquilamente quando o som da porta se abrindo bruscamente me assustou.

Eu me virei e ele estava lá, segurando a maçaneta, me olhando como se tivesse vendo um fantasma.

— Senhor!

— Essas roupas…onde as achou?

Eu engoli em seco e só naquele momento me dei conta de que usava o vestido da falecida.

— Eu…

— Tire, agora!

Eu passei por ele desesperada e saí correndo, com vontade de chorar.

Giorgia veio atrás de mim.

— Calma Bella! Por favor, não chore, ele foi pego de surpresa, foi só isso!

— Ele gritou comigo!— eu disse abaixando as alças do vestido.

Capítulo 3°— O primeiro beijo 1

Verify captcha to read the content.Verifique o captcha para ler o conteúdo

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: A Babá e o Juiz