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A Dama Cisne Partida romance Capítulo 154

Dona Valeria tinha machucado tanto os pés quanto as mãos. O tornozelo estava torcido e inchado, do tamanho de um pão francês, tornando impossível caminhar. Ao apoiar o braço no chão, acabou fraturando-o, o que explicava porque nem conseguia segurar o celular direito.

Giselle havia sofrido um ferimento na cabeça e precisou levar alguns pontos; fora isso, não havia nada mais grave. Sentia-se um pouco tonta, o que podia ser efeito tanto do vinho da noite anterior quanto da perda de sangue.

Giselle estava muito preocupada, questionando se, após levar pontos, conseguiria pegar um voo internacional de longa duração.

O médico não lhe deu uma resposta definitiva, apenas perguntou a data do voo. Ao fazer as contas, viu que faltavam mais de dez dias e, como o corte não era grande, respondeu que dependeria da cicatrização até lá.

Giselle e Dona Valeria ficaram internadas em quartos diferentes. Sem ninguém por perto para cuidar delas, as enfermeiras perguntaram sobre familiares. Giselle, sem hesitar, pediu à enfermeira que contratasse duas cuidadoras.

Mesmo com a cabeça girando, Giselle organizava tudo com serenidade. Quando finalmente terminou de resolver todas as pendências, não aguentou mais e caiu em um sono profundo e pesado.

Ela dormiu profundamente, por várias horas a fio.

No quarto, de tempos em tempos, enfermeiras e médicos passavam, sempre havia algum ruído. Normalmente, ela não conseguiria dormir bem nessas condições, mas dessa vez foi diferente: Giselle permaneceu adormecida, sem ouvir absolutamente nada.

Na outra ala, Dona Valeria estava preocupada e pedia constantemente para as cuidadoras verificarem como Giselle estava. A resposta era sempre a mesma: "Ela ainda está dormindo."

Dona Valeria já estava ficando aflita, mas os médicos garantiam que Giselle estava bem, que não havia com o que se preocupar.

Dona Valeria não conseguia entender: se estava tudo bem, como conseguia dormir tanto? E o que mais a incomodava era o fato de que, mesmo estando as duas internadas, o marido não havia dado sequer um telefonema! Mesmo que a esposa estivesse dormindo pesado e não atendesse, o celular dela também não tocou! Na noite anterior, ela mesma havia ligado para o marido! Se ela ligou, era porque havia algo importante, e mesmo assim ele não retornou...

Kevin ligou, sim, mas apenas na tarde do dia seguinte.

Naquele momento, Giselle tinha acabado de acordar. Sem ter tomado café da manhã nem almoçado, ouviu o celular tocar na gaveta e aquilo acabou despertando-a de vez.

Ela pediu à cuidadora que trouxesse o celular. No visor, aparecia: Kevin.

"Então... Ontem à noite eu bebi demais e acabei ficando no hotel."

A mente de Giselle finalmente clareou. Na verdade, ele não voltou para casa na noite anterior e, provavelmente, tampouco voltaria naquela noite. Por isso resolveu ligar — afinal, não estava em viagem a trabalho e era raro ficar duas noites seguidas fora de casa.

"Ah." Ela respondeu de forma indiferente. Não tinha energia, realmente não tinha disposição para lidar com ele. "Vou desligar, estou com fome."

Após quase um dia inteiro dormindo, ela realmente estava faminta, e o estômago ainda embrulhado pelo vinho da noite anterior.

"Tá bom." Do outro lado, Kevin falou com uma voz suave. "Quando eu voltar, levo alguma coisa gostosa pra você. O que você quer comer?"

"Tanto faz." Voltar? Ela nem estaria lá para vê-lo, de que adiantava trazer algo bom?

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