A Dama Cisne Partida romance Capítulo 295

Orlando comentou: — Deve ter acontecido algo interessante.

Santiago pareceu entender, soltando uma risadinha baixa: — Então isso ficou realmente curioso.

Orlando hesitou: — Tem certeza de que não deveríamos contar nada para a Srta. Guedes?

Santiago respondeu: — Não precisa. Quero ver até onde essas pessoas vão chegar.

Orlando ponderou. Provavelmente, o Sr. Rossi queria proteger a Srta. Guedes, evitando que ela presenciasse tanta feiura, e, ao mesmo tempo, estava enviando um sinal claro: era hora de abandonar definitivamente aquele tal de Anjos.

No entanto, enquanto o Sr. Rossi estivesse presente, a Srta. Guedes e a senhora idosa estariam sob cuidadosa proteção. Nada de ruim lhes aconteceria.

Santiago mal havia guardado o celular quando, de repente, a avó, deitada no leito, deu sinal de movimento.

As pálpebras tremeram, e ela soltou um som rouco e fraco: — Giselle...

Tanto Giselle quanto Santiago levantaram ao mesmo tempo, cada um se posicionando de um lado da senhora.

— Vovó, a Giselle está aqui, a Giselle voltou... — Giselle segurou a mão da avó, contendo o choro e falando suavemente.

A senhora ainda estava um pouco confusa, mas ao ouvir a voz de Giselle, lágrimas imediatamente escorreram pelo canto dos olhos. Ela murmurou: — Giselle foi embora, vovó está suja... Giselle, não chegue perto...

O coração de Giselle se apertou como se fosse perfurado por agulhas. Ela se debruçou sobre o rosto da avó: — Vovó, não fale bobagem. Você não está suja. Já estamos no hospital, está tudo bem agora, ninguém vai mais te machucar...

— Vovó, olha só, você está tomando medicação, está vendo? Está tudo limpo, não precisa ter medo... — Giselle beijou a bochecha da avó, tal como fazia quando era criança, tentando acalmar aquela senhora que nunca recebeu amor suficiente.

Sentindo-se finalmente em segurança, a avó não conseguiu se conter e, abraçadas, as duas se entregaram ao choro.

Santiago esperou até que as lágrimas cessassem um pouco, então disse: — Pronto, já passou, não precisamos mais chorar! — e abraçou suavemente as duas.

O médico examinou cuidadosamente a senhora, com especial atenção aos olhos. Depois, disse a Giselle e Santiago: — Não se preocupem. Esse problema nos olhos ocorreu devido à falta momentânea de irrigação, provocada pela forte diarreia anterior. Vai se recuperar. Além disso, o estado geral dela está melhor do que quando foi internada. Com repouso, ela vai melhorar. Não é tão idosa e, normalmente, tem boa saúde. Não há grandes riscos.

Giselle suspirou aliviada.

— Vou ajustar a prescrição. Se precisarem de algo, me chamem — disse o médico.

Quando médico e enfermeira saíram, Giselle estava prestes a sentar-se para conversar com a avó, mas Kevin se adiantou, abaixando-se e segurando a mão da senhora: — Vovó, Kevin está aqui. O que a senhora quer comer? Kevin vai providenciar.

Mais uma vez, a avó retirou a mão.

— Vovó... — Kevin não conseguia acreditar. — Sou eu, Kevin, vovó...

Mas a senhora fechou os olhos, exausta, e fez um gesto para que ele se afastasse.