A filha do meu padrasto (Depois da verdade) romance Capítulo 31

Já fazia bastante tempo que eu não trocava nenhuma palavra com o meu pai, e a conta onde ele depositava dinheiro pra mim, só fazia crescer, mas eu sempre me recusava a usar, pois era como se ele tivesse comprando o meu perdão.

Mas agora, olhando de uma forma geral, eu era a última pessoa que deveria apontar o dedo pra ele, eu perdi o meu direito de ter raiva dele no momento em que eu fiz a mesma coisa que ele fez, a diferença é que ele foi muito mais homem do que eu em assumir a culpa e deixar a minha mãe seguir a vida dela.

Eu nunca parei pra me perguntar como ele conseguiu, como foi tão fácil pra ele seguir em frente sem pirar como eu estou pirando agora.

O pior é saber que eu tenho consciência de quão errado eu sou e não faço absolutamente nada pra mudar isso, eu continuo errando e magoando as pessoas, sem pensar muito no que elas sentem.

A Yanka e a Melissa são duas mulheres incríveis, mas eu só consigo pensar no quanto são sexys, sensuais e gostosas.

Eu sei que são muito mais do que isso, e é por saber disso que é tão difícil fazer uma escolha.

Era pra ser um dia normal de trabalho, mas eu decidi não ir trabalhar.

Liguei pro Demétrio, pedi pra ele cobrir todo o meu serviço e disse que não poderia comparecer ao trabalho.

Se existia uma forma de sair desse buraco, eu teria que conversar com alguém que já conseguiu sair dele antes, pelo menos eu acho que saiu.

Me arrumei, e não levei nenhuma mala, eu pretendia voltar no mesmo dia.

Fui pro Aeroporto e comprei uma passagem pra Natal, esperei por uma hora até o meu vôo chegar.

Eu não sabia como eu iria olhar na cara de um homem que eu tanto julguei e falar que eu sou tão errado quanto ele foi.

Cheguei em Natal por volta das 09:30, peguei um táxi e fui até a empresa dele.

Eu não sabia muito o que esperar, não sabia exatamente o que eu iria falar, eu já não sabia mais de porra nenhuma.

Assim que cheguei na empresa dele, pensei em voltar, achando tudo uma verdadeira loucura, mas tomei coragem e entrei.

- Bom dia, você poderia avisar pro Sr. Afonso que o Rodrigo está aqui por favor.

Recepcionista: Desculpe Senhor, mas você tem hora marcada?

Eu não podia julgá-la, ela só estava fazendo o trabalho dela, mas que me deu raiva, me deu.

- Não, eu...

Recepcionista: Desculpe Senhor, mas ele só atende com hora marcada.

Ela nem deixou eu terminar de falar, o que me deu mais raiva ainda.

Eu sabia que todas as empresas do meu pai tinha uma senha exclusiva de acesso ao elevador privativo, isso é, um elevador que apenas ele podia utilizar, e ele sempre me disse que eu tinha acesso livre a todas elas e que ele nunca mudaria a senha.

Eu não sabia se a senha permanecia a mesma, mas eu não pensei duas vezes em tentar.

O elevador privativo ficava na lateral da recepção, e os dos funcionários ficavam na outra lateral depois das catracas biométricas.

Eu caminhei até o elevador privativo e digitei a senha, e a porta do elevador abriu imediatamente pra mim.

Assim que entrei, a funcionária me olhou com a boca aberta, e nessa hora ela deve ter se tocado que eu não era qualquer um.

Assim que cheguei no último andar, a assistente já estava com o telefone no ouvido.

Assistente: Sim, ele chegou agora aqui, obrigada.

Ela desligou o telefone e olhou pra mim.

Assistente: Desculpa Senhor, eu não sei como o senhor conseguiu chegar aqui pelo elevador privativo, mas o Sr. Afonso só atende com hora marcada.

Eu tive que ignorar essa também.

- A outra não se tocou, pensei já entrando na sala do meu pai.

Assistente: Senhor, você não pode entrar aí.

O meu pai estava de cabeça baixa, fazendo algumas anotações e olhou pra porta assim que entrei.

A assistente entrou logo em seguida.

Assistente: Desculpa senhor, ele foi logo invadindo.

O meu pai se levantou da cadeira dele, e me encarou sem acreditar que estava me vendo.

Pai: Ele não invadiu Alana, ele tem livre acesso a essa empresa, pode se retirar.

Assistente: Desculpa senhor, eu não sabia, com licença.

Ele deu a volta na mesa dele e caminhou até a mim.

Pai: Filho, quanto tempo, que bom ver você aqui.

Eu fiquei em silêncio analisando ele, que estava com os cabelos grisalhos, mas continuava muito bonito.

- Oi pai...

Ele me abraçou forte, e eu senti o quanto ele estava com saudades, e eu o abracei de volta pois embora eu tentasse não demonstrar, o abraço dele me fez muito bem.

Pai: Venha, sente-se e me conte o que trouxe você aqui?

Eu sentei enquanto ele nos servia um café.

- Eu vim aqui conversar com você, mas pretendo voltar pra Fortaleza hoje mesmo.

Ele sentou e ficou em silêncio enquanto eu falava.

- Primeiramente eu gostaria de saber o que levou você a trair a minha mãe.

Ele ficou um tempo em silêncio, como se tivesse pensando no que deveria me falar.

Pai: Eu não me sentia o suficiente pra ela.

- Mas você sempre teve mais grana do que ela.

Pai: Não se tratava de poder aquisitivo, mas de não se sentir amado o suficiente.

- Você está falando que a culpa foi dela?

Pai: Não, a culpa foi toda minha, pois eu deveria ter me separado dela antes de fazer tudo o que fiz.

A verdade é que quando conheci sua mãe, ela ainda sofria por um ex namorado dela.

Nós fomos felizes Rodrigo, acredite, eu amei muito a sua mãe e sei que ela também me amou, mas ela sempre teve esse amor de juventude no coração dela.

Rapidamente a minha mente me levou até o Pyter.

- Então você já sabia sobre o Pyter antes de mim?

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