A filha do meu padrasto (Depois da verdade) romance Capítulo 37

O processo correu rápido demais, um dia eu estava bem, no outro eu estava em uma cela, recebendo tratamento diferenciado apenas por ser rico e formado, mas nada mudava o fato do meu nome ter sido jogado na lama junto com a minha dignidade.

O Demétrio e o meu pai são as únicas pessoas que vem me visitar, e chega a ser vergonhoso eu ter que passar por esse constrangimento.

A minha empresa eu sei que está sendo bem cuidada, bem administrada, e pelo menos isso eu sei que vou ter quando eu sair da prisão.

Eu não falo com a minha mãe desde o dia que tudo aconteceu, eu até que tentei falar com ela algumas vezes mais não consegui, ela jamais vai me perdoar.

O que eu sei é que ela gastou uma grana alta pra fechar a boca da imprensa pra que o nome da família não caísse na boca do povo, isso abalaria a carreira dela, carreira essa que ela lutou pra ter.

Tudo o que sinto é raiva, e o fato de eu estar preso não mudou em nada e nem diminuiu a minha vontade de quebrar o Diego e o Matheus por terem ajudado a Melissa e a Yanka a acabarem com a minha vida, eu seria preso de qualquer forma, se não fosse por isso, seria por matá-los.

Tenho recebido a ajuda de um psicólogo novamente, a pedido do meu pai, pra me ajudar a lidar com os meus sentimentos.

Não está sendo fácil, eu sinto saudades, e não é qualquer saudade, é uma saudade cortante, massacrante, uma saudade absurda pela Yanka.

Eu não sei o que aconteceu com todo o sentimento que eu sentia pela Melissa, aos poucos eu fui aceitando que a nossa história já deu o que tinha de dar, que nós havíamos vivido o que tínhamos pra viver, mas com a Yanka tem sido diferente, eu não a esqueço.

Eu tento lidar todos os dias com o ódio em saber que ela pode estar com o Matheus, que ele pode estar fudendo ela, pegando naqueles peitos que me faziam perder todo o controle, e beijando aquela boca dela que me fazia perder a respiração.

Eu não sei o que mudou em mim, mas eu durmo e acordo pensando nela, e nos motivos que a levaram a fazer isso comigo.

Eu vi o quanto ela estava sofrendo por ter tomado a atitude que tomou, mas naquele dia, a minha raiva, o meu rancor, não me permitiram levar isso em consideração.

Nem o Demétrio e nem o meu pai me dão informações sobre como ela está, e quando eu finalmente sair daqui, eu não posso chegar perto dela e nem da Melissa.

A pior prisão, é a da minha mente.

Eu estou preso no dia que a conheci, no dia em que ela me olhou pela primeira vez.

Estou preso nas inúmeras oportunidades que tive de amá-la, mas não amei por puro egoísmo, egocentrismo e mau caráter, e hoje olhando pra tudo isso, consigo ver a mulher que eu perdi.

O que eu posso esperar daqui a dois anos e meio? uma mulher casada? com filhos? uma família formada por outro homem? pensar nisso está me deixando cada vez pior, nem a terapia está dando jeito pra tantos conflitos internos.

A Yanka me levou a loucura, aceitar que eu a amo, foi a parte mais dolorosa que passei até hoje, e saber que esse amor jamais será possível de ser vivido, me faz querer parar de viver.

Todos os dias eu tenho direito a duas ligações, e todos os dias eu ligo pra ela, eu descobri que o número continua sendo dela, ela apenas não quer me atender.

A primeira vez que a liguei, eu ouvi a voz dela, mas quando ela ouviu a minha, ela ficou em silêncio, eu praticamente implorei pra ela me ouvir, pra ela não desligar, mas ele acabou desligando, desde então, eu tento incansavelmente fazer ela me ouvir, e tudo que consigo são dez segundos da respiração cortante dela.

Se ela não sentisse mais nada por mim, ela nem me atenderia, mas ela me atende, escuta a minha voz e sem falar nada, ela desliga.

As vezes acho que ela sente vontade de me responder, mas não responde por puro medo, talvez medo de eu fazer tudo outra vez, de eu magoá-la uma outra vez, de tratá-la da forma como eu a tratei.

Como eu queria olhá-la nos olhos, e dizer o quanto sinto falta dela, do quanto eu estou sofrendo por não tê-la.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: A filha do meu padrasto (Depois da verdade)