O trajeto de volta ao hotel é silencioso e tenso. Tento me concentrar na paisagem que passa pela janela, mas a atitude de Sean desde que recusei almoçar com ele torna isso quase impossível. O homem descontraído que conversava comigo há poucos minutos parece ter sido substituído pelo homem frio e distante a que estou acostumada.
Ao chegarmos ao hotel, desço do carro rapidamente e sigo para a recepção para pegar a chave do meu quarto. Poucos minutos depois, ao chegar no elevador, encontro Sean parado em frente às portas metálicas, mexendo no celular. Ele entra comigo e, assim que as portas se fecham, quebra finalmente o silêncio:
— Zoe, você sabe que está aqui a trabalho, certo? — ele indaga, num tom sério, enquanto me encara com insatisfação. — Não quero que você se distraia com outras coisas.
— Estou ciente, Sean. Mas eu realmente preciso resolver algumas coisas pessoais e o seu próximo compromisso dispensa minha presença. — afirmo, desviando o olhar para manter a compostura.
— Quem garante que eu não irei precisar de algo enquanto estiver na reunião? Talvez seja melhor repensar seu compromisso. Preciso de você disponível.
— Todas as pautas da reunião já estão no seu e-mail, Sean. — respondo, agradecendo mentalmente quando vejo nosso andar se aproximando. — Meu celular estará ligado, basta entrar em contato comigo. Estarei de volta antes que você precise realmente de mim.
Ele abre a boca para retrucar, mas as portas se abrem antes que ele consiga formar uma frase. Em silêncio, saímos do elevador e seguimos em direções opostas no corredor, indo para nossos quartos.
Assim que entro no meu quarto, deixo a bolsa sobre a cama e solto um suspiro pesado. “Por que ele está agindo assim?” penso, tentando entender a causa de sua atitude controladora. Sacudindo a cabeça negativamente, tento afastar os pensamentos intrusivos e sigo para o banheiro para um banho rápido.
Após alguns minutos, estou pronta para sair. Ao deixar o hotel, apresso meus passos ao ver um táxi estacionado que acabou de deixar um passageiro. Cumprimento o simpático senhor e, em pouco tempo, chego ao consultório médico.
Após algum tempo de espera, sou finalmente chamada pela médica, sentindo o nervosismo e a ansiedade tomarem conta de mim.
— Bom dia, Srta. Adkins. Sou a doutora Elizabeth Barnett. — A médica me cumprimenta com um sorriso simpático. Ela folheia alguns papéis em cima da mesa antes de me olhar novamente. — Como posso ajudá-la hoje?
— Estou… grávida. Descobri recentemente e, bem, não sei muito bem o que devo fazer agora. Só sei que preciso dar um fim nesses enjoos que ando sentindo.
— Entendo. Primeiro, faremos alguns exames básicos e verificar como está indo a sua gestação. Depois, iremos para a parte das medicações. Tudo bem?
— Parece ótimo. — concordo, tentando disfarçar o nervosismo na minha voz.

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