Alberto
Os olhos glaciais acompanharam as pessoas se dispersando. Samanta foi embora totalmente descompensada depois do que viu. Ela não devia ter feito aquilo.
Seus punhos cerrados eram a prova de que seu auto controle estava por um fio. O esforço que teve que fazer para não agarrar aquela mulher e levá-la para o seu apartamento para lhe ensinar uma boa lição, era simplesmente sobre-humano.
Alberto voltou para o anexo, e fechou a porta com uma pancada que reverberou por toda a estrutura de pedra.
- Você disse que ela não viria aqui. – Catarina resmungou, virando a cabeça para o lado. – Por que ela tinha que aparecer?!
- Isso também é culpa sua! INFERNO! – com movimentos rápidos e ágeis ele a desamarrou, libertando a mulher da plataforma em forma de X.
- Fique aqui, o Ticiano deve estar chegando. – reuniu seus pertences, rumando de volta para a porta.
- Alberto... eu juro que sinto muito... - Catarina disse baixinho.
- Nunca mais! Você entendeu?! – ele advertiu, com um olhar frio.
Saiu porta afora sem esperar pela resposta dela. Catarina não era sua prioridade, ela nunca foi. Na verdade havia poucas coisas que importava para ele.
Ao entrar no carro, acendeu um cigarro e deixou que as primeiras nuvens de fumaça e o ar frio da noite aplacasse aquela fúria descontrolada que ardia dentro dele.
Dirigiu pelas ruas movimentadas da cidade, pensando na expressão do rosto de Samanta quando abriu aquela porta. A culpa disse tudo era de Ícaro Darius, seu segundo irmão. Ele cumpriu a ameaça que fez, de revelar a sua mulher a existência de Catarina e a participação dele no clube.
- Porra! Por que diabos você tinha que meter o nariz onde não devia?!
Praguejou, acelerando o seu Dodge Challenger SRT de oitocentos e sete cavalos de potência. O motor roncou suave, enquanto os vultos dos veículos ficavam para trás.
Alberto Darius era o mais jovem dos três irmãos mais ricos da América Latina. Visto como um homem arrogante, frio e inflexível, ele nunca se importou com o que as pessoas pensavam a seu respeito.
A fama de playboy mulherengo não era totalmente falsa, mas dizer que era um homem que colecionava mulheres como seus ternos de alfaiataria inglesa; isso era demais.
Aos trinte e três anos, suas expectativas em relação ao sexo oposto eram quase inexistentes, e se deu muito bem assim, porque de uma forma ou de outra não passava a noite com mulher nenhuma.
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