Alberto
A mesa de trabalho estava lotada de documentos, mas há duas horas lia o mesmo contrato e não compreendia uma vírgula do que estava escrito. Os trovões do céu tempestuoso do fim de tarde cortavam os céus traduzindo seu mal humor perfeitamente.
Ele se levantou, lentamente, caminhando até a parede de vidro que mostrava a cidade aos seus pés. Um homem como ele aceitava NÃO como resposta.
Mas parece que sua teimosa e impulsiva odalisca pensava o contrário. Subestimou a capacidade de alimentar paranoias de Samanta. Não estava com paciência para esperar que ela se cansasse de fazer birra por causa de Catarina. Às vezes os dramas daquela mulher durava tempo demais.
Samanta agiu como uma esposa traída e ofendida pela imoralidade. A expressão dela quando viu o que estava acontecendo no anexo, só comprovava o que ele já sabia. Ela não foi feita para aquele mundo. A submissão total e as práticas intensas de BDSM eram demais para Samanta.
Alberto sabia que ela não ia voltar atrás em sua decisão de romper tudo entre eles, ela não hesitou ao proferir aquelas palavras, nem mesmo titubeou enquanto se desmanchava em lágrimas na sua frente.
Para ele, as coisas já tinham passado dos limites. Ela deveria entender de uma vez por todas que não tinha escolha.
Praguejou ao se lembrar dos cortes nos braços e no rosto dela. Não tinha percebido que Sam se machucou quando caiu no gramado da Masmorra durante a discussão.
Sacou o celular do bolso e enviou uma mensagem texto para sua secretária. Ela deveria providenciar um representante da joalheria Valiam o mais rápido possível.
A odalisca morena que povoava seus desejos mais lascivos e obscenos, era uma mulher emocionalmente intensa em todos os aspectos de sua vida.
Na verdade, ele nunca pensou que poderia ficar com uma mulher com o comportamento igual ao dela. Alberto sempre apreciou as garotas mais caladas, obedientes, e que se fingiam de santas. Todas as suas submissas que já teve, eram assim.
O oposto daquela morena sexy, que fazia seu corpo despertar só com a sua presença extravagante e chamativa, contrariando tudo o que ele determinou para sua vida.
O telefone da sua mesa tocou. Pegou o aparelho verificando a hora, precisava se apressar para o compromisso inadiável, essa noite no Fiorant. Samanta não poderia escapar.
- Sr. Darius, Marina Barbosa, a diretora de planejamento, pediu que eu o informasse que ela já enviou os contratos que o senhor pediu via e-mail.
- Obrigado, Gabriela. – agradeceu a sua secretária.
Alberto desligou o telefone, ainda com os olhos fixos na tela de seu computador. A proposta de negócios do imbecil chefe de Samanta ainda não havia chegado. Será que não foi claro o suficiente quando exigiu receber essa proposta ainda hoje?!
Uma batida na porta o fez se voltar irritado.
- Entre.
Vitório adentrou sua sala com um olhar crítico e desagradável, o mesmo que ele mantinha desde que ambos ficaram responsáveis pela Acrópole durante a ausência de Ícaro, o atual presidente da holding bilionária que sua família construiu.
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