Samanta
Quando o despertador tocou de manhã, ela praguejou imprecações e o desligou. Suas pálpebras mal podiam se abrir, o peso da ressaca e da noite mal dormida era uma merda.
Um cochilo de mais cinco minutos causou uma situação pior ainda. Sam caiu da cama em cima do vidro quebrado da garrafa de vinho.
- Aiiii merda! – gritou, quando sentiu a pele ser cortada pelo vidro.
Se levantou e correu para o banheiro quando viu o sangue pingar no chão. Pegou o kit de primeiros socorros e analisou seu rosto.
Um fragmento estava cravado em sua testa, e o restante cortou os dois antebraços e pulso. Não era nada grave, então decidiu limpar e evitar uma visita desnecessária ao hospital.
Tomou um banho rápido e verificou as horas. Para variar, estava em cima da hora. Vestiu um tubinho preto e um blazer branco, calçou os saltos agulha caramelo e pegou a bolsa de couro que sua prima Amélia lhe deu de presente de aniversário.
A maquiagem poderia ser feita no banheiro da agencia, ela só precisava chegar na hora para não dar motivos para seus chefes misóginos a advertissem.
Pegou as chaves do carro e saiu pra rua, se agradecendo por não ter que tirar o veículo da garagem.
Entrou no carro apressada e então percebeu que havia alguma coisa errada com os pneus. Desceu para checar se estavam vazios, e constatou que realmente estavam, porque foram cortados por algum noía idiota!
- Hoje não! Mais que merda! – reclamou chutando o pneu vazio.
Entrou no carro novamente e verificou o horário, em trinta minutos tinha uma reunião importante na agência.
Foi nesse momento que percebeu que um carro encostou atrás do seu. Não era qualquer carro, era o Dodge de Alberto.
- Só me faltava essa! – murmurou irritada.
Pelo espelho viu ele descer do carro e caminhar tranquilamente até o carro dela. Sam apertou o volante como se ele fosse o pescoço daquele homem arrogante. A humilhação da noite anterior não foi o suficiente? O que mais ele queria dela?!
Seu rosto moreno se contorceu de raiva, seus olhos arderam porque ela tentava impedir que as lágrimas rolassem. Ele fez isso, ele danificou os pneus de seu carro para se vingar por ela ter voltado ao clube e desmascarado sua vida dupla na frente da sua preciosa submissa.
- Saia do carro, Samanta. – Alberto ordenou, num tom cortante.
- POR QUE VOCÊ ESTÁ AQUI?! VAI EMBORA SEU BABACA DO CARALHO! – ela gritou, totalmente descontrolada ao constatar o quanto foi tola em não se precaver sobre uma possível retaliação.
Ele exigia sua submissão, aceitação e arrependimento. Mas Sam não estava disposta a renegar seus sentimentos machucados. Mesmo que seus lábios encontrassem nos dele a fonte de agua pura e inesgotável em meio ao deserto que era sua vida.
Alberto aprofundou o beijo, invadiu sua boca com volúpia. Sam sentiu seu coração doer quando o empurrou com toda sua força, desferindo um tap@ na cara dele.
Ofegante, ela se afastou, com uma expressão de raiva, dor e decepção.
Levando a mão ao rosto ele não esboçou nenhuma outra reação, mas podia ver em seus olhos verdes flamejantes que estava ultrajado pelo que acabou de acontecer.
Sem mais uma palavra, ele agarrou Samanta pelo braço e a arrastou para seu próprio carro.
- O que você está fazendo, seu desgraçado?! – ela gritou. – Eu não vou a lugar algum com você!
- Cale a boca. – ele abriu a porta do passageiro e a empurrou para o banco trancando a porta. – Eu juro que se algum vizinho enxerido sair para fora e isso virar um circo, eu faço você se arrepender!
Sam tentou abrir a porta do carro, mas ele a travou rapidamente no controle em suas mãos. Alberto se acomodou atrás da direção, e arrancou com o carro sem olhar para ela.
Isso era mais uma de suas vinganças? Porque se fosse, ela não queria nem imaginar para onde ele a levaria.
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