Parte 6...
— Não pode ser cínico assim, filho. Serão os filhos dela também. Acha que vai querer se casar para ter herdeiros com alguma doença estranha? - balançou a cabeça.
— Sei lá - mexeu os ombros — Tudo é possível com essa família. E não quero uma esposa, menos ainda sendo escolhida por aquele golpista ladrão.
Chegou até a dar uma risadinha pensando que a sobrinha deveria ser muito feia ou ter um problema mental para que o tio precisasse lhe comprar um marido. Qual mulher hoje em dia aceitaria tal coisa? Ainda mais com o feminismo em alta.
— Primeiro conheça a moça, deve ser uma ótima pessoa - ele riu — Falo sério, filho!
— O senhor confia demais papai.
— E você é desconfiado demais.
— Pai, ela deve ter algum problema. Pense bem - meneou a cabeça fazendo careta — Se fosse uma pessoa normal nós saberíamos alguma coisa, por menor que fosse - balançou a cabeça — No mínimo deve ser entediante ou ter personalidade de um porco-espinho. Nunca soube nada de uma sobrinha dele na mídia.
— Ela vive no Brasil há muitos anos - explicou — Vai ver eles nem sabem que ela é herdeira de um dos homens mais ricos da Grécia.
— Logo no Brasil? - fez um som de desdém — Com aquela gente que adora fofoca de celebridade e vive grudada em sites de bobagens? Como a mídia não falaria dela? Estou dizendo, vai ver é careca - foi sarcástico.
Kratus suspirou exasperado com sua insistente teimosia.
— O pai dela era grego, não esqueça disso. Foi enviada para longe após o acidente que matou o irmão de Yago e a menina foi criada em um colégio interno no país de sua mãe. Não deve ter o costume de sair em jornalecos e revistas de fofocas, assim como você que vira e mexe dá um show.
— Sei disso, me lembro do acidente - deu um gole e bebeu tudo de vez, as lembranças voltando à sua mente — Ele morreu quando o barco explodiu naquele acidente horrível.
— Sim e a mãe morreu logo depois - Kratus disse com pesar, apertando os lábios — A menina cresceu órfã e não é fácil passar por uma coisa assim. Logo depois que foi enviada para longe, para outra cultura. Apesar de ser meio brasileira, ela antes morava aqui e todos lá eram estranhos.
As recordações pesadas anuviaram seus pensamentos e o deixaram um pouco triste. Não era algo bom de se lembrar.
Um corpo inerte cheio de machucados e sangue, mole em seus braços quando a puxou para fora da água, um dia horrível, muita gritaria e choro, gente desesperada, chamas, caos, tragédia... Horrível demais. Pesado demais.
Kostas puxou o ar fundo, tentando ficar impassível diante das lembranças.
— Ainda assim não entendo como o senhor aceitou de bom grado um encontro com essa gente. Se ela tiver herdado um por cento de seu sangue, vai nos causar problemas enormes - disse sarcástico e desconfiado — Vou ter que dormir com um olho fechado e o outro aberto para não ser esfaqueado durante a noite. Yago Demetriou nos culpou e fez um inferno na mídia sujando nosso nome, inclusive nos processou.
— Mas ele perdeu o processo. Foi provado que não tivemos culpa do ocorrido e ele teve que se calar. Foi difícil para todos nós. Perdemos gente nossa também e não é fácil superar um fato desses, sem volta - mexeu no pescoço tenso — Ele quer tentar deixar para trás e se sente velho demais para continuar brigando.
— Os canalhas envelhecem papai.
— E os teimosos também, sabia? - fez uma careta apontando para ele — Os tempos agora são outros e ele já repensou o passado - esfregou a mão no rosto — Estamos ambos cansados de brigas, de processos, de fofocas com os nossos nomes. Ele quer assegurar que a única sobrinha tenha uma vida tranquila e não quer correr o risco de perder tudo o que conseguiu.
— Com golpes e mentiras - ele completou.
— Que seja - abanou a mão — O que importa é que ele quer assegurar que sua família continue e casando a sobrinha com um grego isso vai acontecer. Você também precisa de herdeiros, nem que seja um apenas. Se não tiver filhos nossa família acaba.
— E essa moça aceita isso assim? Fácil? - estranhou — Não diz nada, não é contra esse arranjo? Vai ver não tem maturidade ou então não tem o juízo certo.
— Se você for ao encontro pode ver com seus próprios olhos e se realmente se sentir mal com esse acordo não precisa se casar. Você não tem que dizer sim, apenas a conheça, fale com ela e se no final ainda se sentir inseguro ou com alguma dúvida sobre a estabilidade mental dela, apenas diga não.
— Não vai me forçar a casar?
— Não se você for honesto. Não crie coisas onde não existem apenas para não assumir o acordo.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: A Noiva Inocente do CEO
eu gostei, embora tenha faltado alguns capítulos na historia deu pra entender, mas fica a sensação de ter perdido algo....
os capítulos estão picotados?? pulou do 1 para o 6 e do 9 para o 13...
Parabéns gostei muito da história...
Estou adorando...