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A noiva rejeitada romance Capítulo 87

O som de botas apressadas e o eco metálico de armas sendo carregadas preencheram o ar. Carttal sentiu a adrenalina tomar conta de seu corpo enquanto seus olhos vasculhavam a escuridão, procurando a origem da voz.

— Movimento! — sussurrou Ethan com urgência.

Carttal mal teve tempo de reagir quando os primeiros disparos ecoaram pela sala. Escondeu-se atrás de um console destruído e atirou na direção dos atacantes. Sombras se moviam entre os clarões dos tiros, figuras espectrais em um laboratório condenado.

— Estamos cercados! — gritou um dos homens da equipe antes de cair, abatido por uma rajada.

Ethan abriu fogo, cobrindo Carttal enquanto ele analisava a sala. Precisavam de uma saída. Rápido.

— Aqui! — apontou uma porta lateral, mal visível entre os escombros.

Carttal correu até ela, atirando às cegas para ganhar tempo. Chutou a porta com força e, após um estalo metálico, ela se abriu.

— Movam-se! — ordenou.

O grupo se lançou dentro de um corredor estreito. Carttal fechou a porta atrás deles e a travou com um tiro preciso no mecanismo de fechamento.

— Isso não vai segurá-los por muito tempo — disse Ethan, ofegante.

— Só precisamos de tempo suficiente para chegar à superfície.

O túnel era um antigo duto de ventilação, sujo e apertado, mas os levava para longe do fogo inimigo. Depois de alguns minutos avançando entre sombras e ruídos distantes de perseguição, chegaram a uma escada de metal.

— Subam — ordenou Carttal.

Um por um, começaram a subir. No topo, a saída dava para um armazém em ruínas. O ar noturno entrava pelas rachaduras nas paredes. Mas o alívio foi passageiro.

Lá fora, o som de hélices cortando o vento rompeu o silêncio.

— Não me fode... — murmurou Ethan.

Carttal olhou para o céu. Um helicóptero preto descia com precisão sobre a estrutura destruída. Suas luzes ofuscantes iluminavam a área, projetando sombras distorcidas nas paredes quebradas.

— Vamos, vamos! — gritou Carttal, empurrando sua equipe para os fundos do armazém.

Correram entre os escombros, sentindo a vibração do rotor sobre suas cabeças. De repente, uma nova rajada de tiros rompeu a noite. Faíscas saltaram dos metais enferrujados quando as balas os atingiram ao redor.

Carttal rolou para trás de uma pilha de caixas.

— Ethan! Plano B?

Ethan, que já manipulava um pequeno dispositivo, sorriu nervoso.

— Eu diria... improvisar.

Apertou um botão e, à distância, uma explosão sacudiu o solo.

— Isso distraiu alguns — disse Ethan, satisfeito.

O caos lhes deu a brecha necessária. Aproveitando a confusão, Carttal e sua equipe correram até uma área desobstruída onde sua própria aeronave os esperava: um helicóptero oculto entre a vegetação, pronto para decolar.

Carttal foi o último a embarcar, cobrindo a retaguarda com disparos enquanto o helicóptero se elevava. Lá embaixo, os inimigos ainda tentavam se reorganizar em meio à confusão.

Mas enquanto o helicóptero se afastava, Carttal sentiu um calafrio percorrer-lhe a espinha.

À distância, de pé sobre uma colina, um homem solitário observava a cena.

Não usava uniforme, nem portava arma visível. Mas sua postura era relaxada, quase como se já esperasse por aquele desfecho.

Carttal semicerrava os olhos, tentando distinguir mais detalhes. Mas nesse instante, o helicóptero virou e o homem desapareceu de sua vista.

— Você viu? — perguntou Ethan.

Carttal assentiu.

— Vi... e tenho a sensação de que vamos vê-lo de novo.

— O importante é que voltei. E agora sabemos mais.

Ela o olhou fixamente.

— O que mais você descobriu?

Carttal suspirou.

— Que você não era só um experimento. Você foi o primeiro protótipo. O mais importante.

Aslin baixou o olhar para sua barriga, sua expressão escurecendo.

— Então... se eu fui um protótipo… o que isso significa para o nosso bebê?

Carttal sentiu uma pontada no peito. Sabia que esse medo a consumia.

Inclinou-se e beijou suavemente seu abdômen.

— Significa que ele ou ela será forte. Livre. Porque eu não vou deixar ninguém tocá-lo.

Os olhos de Aslin se encheram de lágrimas.

— Estou com medo, Carttal…

Carttal segurou seu rosto entre as mãos, forçando-a a olhá-lo.

— Me escuta bem, Aslin. Você não é só um experimento. É a mulher mais incrível que já conheci. E nosso filho não é um erro. É o nosso futuro.

Aslin soluçou suavemente, mas um sorriso trêmulo surgiu em seus lábios.

Carttal a beijou com ternura, com a promessa silenciosa de que faria o impossível para protegê-los.

Lá fora, a tempestade rugia ao longe. E em algum lugar, o homem na colina ainda observava, esperando o momento certo para fazer sua jogada.

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