Camila narrando
Acredito que faz já 2 mês e meio que eu fui sequestrada. Igual aquela noite nunca mais aconteceu, mas pelo menos 3x por semana ele me mandavam me buscar, obrigava a transar com ele e depois me mandava de volta para o quarto, pelo menos a violência diminuiu um pouco, e eu nunca mais fiquei no estado que tinha ficado aquelas noites.
Fazia alguns dias que a Marina não aparecia mais aqui. Nesse momento estou sentada no banheiro com a porta trancada escrevendo na agenda, fazia alguns dias que eu não escrevia nada, e então hoje eu tinha muita coisa para escrever.
Essa noite passada Henrique me chamou lá para cima, ele estava estranho e inquieto mas ele fez a mesma coisa de sempre, só que uma hora ele me empurrou contra a cama e machuquei o meu braço, agora ele está doendo muito.
Guardo o meu caderno atrás da pia e volto para o quarto, pego a escova de cabelo e começo a pentear meu cabelo que está enorme , depois o amarro. Ligo a televisão que mal pegava os canais direito, desisto e desligo.
Era 14h da tarde e lá fora estava bem agitado, algumas vozes, barulhos como sempre. Eu já estava sem paciência para ficar nesse lugar.
Foi ai que eu percebi que o meu plano, quer dizer, que um dia foi o meu plano, podia estar dando certo. Pela as minhas contas eu já estava à mais de dois mêses e meio sequestrada, e que a minha menstruação só tinha descido uma semana antes de eu ter sido sequestrada, e eu poderia estar gravida, ou ela desrregulada por causa das relações.
Mas eu andava tonta de mais, e enjoada também,será que eu estava gravida desse monstro?
No começo eu ate queria isso,porque pensei que gravida ele não iria mais me violentar, mas deppis da aquela noite eu vi que ele não tem pena de nada e de ninguém, e que eu estando gravida não mudaria, eu já tinha até achado que isso nunca daria certo, pelo tanto de surras que eu levei, e chutes na barriga, uma criança não iria sobreviver.
- Oi. -Marina diz entrando com o meu café.
- Oi. - Digo para ela saindo dos meus pensamentos.
-Eu vim te trazer seu café. Dona Nina fez bolo de laranja. -Ela diz colocando a bandeja na mesa.
- Obrigada.
- Está tudo bem Camila?
- Sim. E você?
- É estou.- Ela diz pensativa. -Eu preciso desabafar. - Ela diz me olhando e sentando na minha frente.
- Eu prometo que não falo para ninguém. - Eu digo para ela. Se eu tiver a Marina como amiga, talvez eu consiga sair desse lugar.
- Eu amo o Diogo. - Ela diz parecendo estar bem triste.
- E ele te ama? - Digo olhando para ela.
- Nós temos um rolo sabe Camila, e estamos assim à uns 6 anos, nos conhecemos a vida inteira, crescemos juntos. - Ela diz parando para suspirar.
- O problema é o seu irmão? Ele não aceita?
- Não, o Henrique nunca se meteu no nosso rolo. - Ela diz passando as maos em seus cabelos ruivos. -Eu queria largar tudo isso, ir para outro país , viver a nossa vida longe de tudo isso, mas ele não quer. -Ela diz fazendo um asseblante triste.
-Porque ele não quer ir? -Digo olhando ela diretamente.
- Porque ele cresceu junto com o Henrique, e ele disse que não vai deixar sozinho ele agora. - Ela me diz com um tom de voz bem triste.
- Eles parecem ser bem amigos. - Digo um pouco mais baixo.
-Eles cresceram como irmãos, os pais do Diogo morreram muito cedo, e depois quando perdemos os nossos, nos criamos nós 3 juntos e.. -E a porta se abre e ela é interrompida.
-Marina, Henrique está te chamando lá encima. - Diogo entra á chamando.
- Depois terminamos. -Marina diz saindo pela porta..
- Você não vai comer não Camila, ou, eu posso levar?- Diogo diz me olhando, com a conversa da Marina até esqueci de comer. Na mesma hora que ele falou em comida, uma ansia subiu, e eu corri para o banheiro para vomitar, senti alguém segurando os meus cabelos e era o Diogo.
- Você está bem? - Ele diz me olhando estranhando a situação.
-Si... -E antes de conseguir responder já estava vomitando novamente.
Ele pega o celular dele e faz uma ligação.
- Henrique desse aqui no quarto da Camila, ela tá passando mal. -Ele diz logo depois desligando o celular e guardando.
- Não precisava ter ligado, eu estou bem. - Digo tentando me levantar e acabo ficando tonta e só não caio no chao porque Diogo me segura. Ele me leva até a cama e me da um pano eu conseguir limpar a minha boca e um copo de água.
- Eu vou pedir para te trazer algo mais leve para você tentar comer. - Ele diz mechendo no seu celular. A porta se abre e é o Henrique e a Marina.
-Oque aconteceu? -Eles perguntaram juntos.
- Eu perguntei se ela ia comer, e ela já saiu vomitando e quando fui tentar ajudar ela, ela quase desmaiou nos meus braços. -Ele diz apontando para mim, eu desvio o olhar para Henrique que estava com um asseblante pensativo, e Marina com uma cara de que já sabia do que se tratava.
Enquanto eles se entre olhavam, novamente mais um enjoo veio, e eu sai correndo para o banheiro, meio tonta e quase caindo, só deu tempo de chegar até o banheiro e vomitei oque nem mais tinha para vomitar, quando olhei para o lado estava os três na porta do banheiro me olhando, Marina veio e me ajudou a levantar, escovei os meus dentes, e novamente mais uma tontura veio, e Henrique veio correndo para ajudar a Marina me segurar, eles me levaram até a cama.
A porta mais uma vez se abriu e era o Mané.
- Tá aqui chefe oque você pediu. -Ele entregou uma sacola para Henrique, e eu já até imaginava oque teria ali dentro, eu temia pelo oque tinha ali.
Henrique agradeceu, e a porta se fechou. Ficamos mais um minuto na aquele silêncio, os tres se olhavam e depois paravam os olhares em mim, parecendo que queriam que eu falasse alguma coisa, eu não sabia oque fazer na aquele momento.
- Você pode estar gravida? - Marina quebra o silêncio e pergunta, Henrique estava com a cara mais fechada ainda, e Diogo sentado tomando um copo de água.
- Dentro da sacola é o teste? - Eu respondo a Marina com outra pergunta,e acho que eles entederam que a resposta poderia ser sim.
- Você sabe fazer isso? -Henrique me pergunta e eu apenas assenti com a cabeça. -Entao vai de uma vez. -Ele diz me dando a sacola, e eu vou em direção ao banheiro. Entro e fecho a porta e antes de abrir a sacola, eu escuto a conversa deles.
- Como isso foi acontecer? - Escuto a Marina perguntar.
- Acontecendo. -Escuto a voz do Henrique. -Vai dizer que você não sabe como se faz os bebês?
- E oque vai acontecer se ela estiver gravida? - Diogo pergunta.
- Ela tem o bebê e depois eu vejo oque façoo com ela. - Ele diz grosso.
Eu estava no fim do poço, eu não sabia mais oque fazer.
E se eu tiver gravida mesmo, oque vai acontecer comigo? Com essa criança depois?
Cah narrando
Como eu não posso sair desse lugar, Marina me trouxe outro teste do Clear Blue para ver com quantas semanas eu estou agora, pelas nossas contas eu estaria de 12 semanas, eu ainda não fiz o teste novamente, eu estou trancada escrevendo uma carta para o meu filho/filha ler quando ele crescer.
Eu tinha pedido para a Marina para pedir ao Henrique para colocar um espelho no quarto,para que eu conseguisse ver quando a barriga começasse a crescer, e ele deixou que colocasse o espelho no banheiro. Eu ficava ali todos os dias me olhando para ver se tinha algum sinal de barriga,porinquanto apenas uma bolota em um canto da barriga. Sinto uma batida na porta e me tira dos meus pensamentos, guardo o caderno com tudo.
- Camila você está ai? - A voz dele soa do outro lado da porta.
Eu abro a porta rápido.
- Sim estou sim. - Digo olhando para ele.
- Você estava passando mal?
-Nao. - Depois que ele descobriu que eu estava gravida, ele nunca mais me bateu, e isso já me deu um alivio.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: A VINGANÇA |
Quero ler o 2 livro!!!...