A Virgem de Luxo romance Capítulo 1

Dias Atuais, San Diego - Califórnia.

As luzes do estabelecimento estavam baixas, a música de fundo era “Blues Jazz” deixando o clima um tanto sensual.

Não havia muitas pessoas por ali; era dia de semana e as únicas pessoas que frequentavam o lugar eram aquelas que mantinham seus compromissos com afinco.

Eu estava no quarto me arrumando e a fantasia escolhida pela gerente da “Lux” era de universitária. Ela pedia sempre para que usássemos roupas diferenciadas para agradarmos os clientes, mas é claro, não poderíamos nunca nos desfazer das máscaras e mostrar a nossa identidade ou teríamos sérios problemas.

Eu estava ajeitando a minha roupa enquanto me olhava no espelho; vesti uma camisa branca e uma saia curta xadreza na cor vermelha. A máscara era preta de renda e cobria quase todo meu rosto, deixando exposto apenas os lábios pigmentados em um tom vermelho sangue.

Respirei fundo e então, quando toquei na tela do meu celular para ver o horário, o telefone do quarto tocou.

— "Angel" ele chegou! - Disse o recepcionista me alertando.

—Certo! - Respondi de volta.

Coloquei o telefone novamente no gancho e saí do quarto, caminhando lentamente pelo piso amadeirado, indo em direção aos quartos no piso superior.

Somente os membros de Elite eram permitidos beber naqueles quartos, sendo acompanhados por garotas.

O lugar era frequentado por vários deles, eram todos Homens de poder, que as vezes procurava o ambiente para relaxar e beber até cair. Alguns faziam acordos que valendo muito dinheiro e acabava tendo mais do que o PUB oferecia.

Mas tudo era feito mediante a acordos contratados e apenas se a parte “B”, no caso a funcionária concordasse.

Quando entrei para esse lugar, foi mais pelo “cachê”. Eu era apenas atendente e minha função era fazer que os homens na pista gastassem tudo o que tinha com bebidas.

Agora estou prestes a girar a maçaneta de um quarto VIP, um pouco amedrontada sobre como seria minha noite lá dentro.

De uma coisa era certeza e sempre foi deixado claro, meu corpo não era algo negociável ali.

Dei algumas batidas na porta e adentrei no cômodo, encontrando um Homem com uma áurea poderosa, de costas para mim fumando um charuto.

Ele me deu a incrível visão de suas costas largas através da camisa branca social. Confesso que não sabia se, eu estava nervosa por saber que ele era o mais importante do estabelecimento, ou se era porque eu o achava muito atraente.

Talvez as duas coisas fizessem muito sentido juntas, já que eu sempre achei Homens de traje a Rigor muito atraentes, mas nada se compara com o inalcançável Senhor “X”.

Era dessa forma que ele era conhecido por aqui. Da mesma forma em que as “funcionárias|” não poderiam revelar suas identidades, os engravatados também não poderiam correr o risco de serem expostos e então, cada um usava um “pseudônimo”.

“X” era o mais discreto de todos os outros que frequentavam o lugar. Ele mantinha seus horários organizados e aparecia sempre nos mesmos dias da semana sem exceção e à procura de sua companhia fixa para beber.

—Senhor...- Falei dando dois passos à frente, freando os pés em seguida. Eu não era permitida aproximar sem que ele autorizasse.

O senhor “X” apagou o charuto no cinzeiro e se virou para mim, me lançando seu olhar intimidador.

—Vem! - Falou ele colocando em seguida as mãos dentro dos bolsos da calça.

A partir dali entendi o recado. Me abaixei para desamarrar as alças do salto que eu calçava e com os pés diretamente no chão, caminhei até ele com o olhar baixo.

Ali naquele quarto era ele quem dava as ordens e eu era bem paga para obedecer.

Assim que me coloquei de frente para ele, “X” tocou em meus ombros e me virou me mantendo de costas e em seguida, senti as mãos firmes dele percorrer meus braços parando em minhas mãos.

Prendi minha respiração e fechei meus olhos, me sentindo constrangida por ter que passar por aquilo; como se me revistasse procurando por arranhões e qualquer marca que existisse desde o nosso último encontro.

—Você realmente não bebe? - Perguntou ele tocando as laterais do meu corpo descendo dos meus seios até a minha cintura.

—Não, senhor! - Respondi com a voz fraca.

Aquilo era provocante e ao mesmo tempo irritante, porque ele insistia em fazer isso mesmo sabendo que não havia nada entre nós.

Cheguei até a pensar algumas vezes que, ele sentia prazer com aqueles toques. Só que toda vez que esse tipo de coisa passava pela minha cabeça, me lembrava da gerente nos alertar sobre essa mania.

Ele sempre escolhia uma só, porque sentia confiança, mas se elas ousassem a fazer companhia ou se deitar com algum homem, ele mesmo seria capaz de acabar com a tal.

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