Dias atuais, Prédio da Schimidth Company - Lavine Narrando.
Engoli seco e passei pelas enormes portas de vidro automáticas, indo até a recepção para pedir informações. Haviam três mulheres bem vestidas atendendo as pessoas e assim que chegou a minha vez, uma delas me encarou de baixo a cima, fazendo pouco caso.
—Você está perdida? - Perguntou a loira com um ar de superioridade. Me aproximei dela e dei um sorriso simples, notando uma plaquinha prateada e brilhosa pregada no uniforme dela com as credenciais.
—Olá senhorita Cibele, estou aqui para falar com o senhor Schimidth. -Respondi tentando ser mais simpática o possível. Mania de pessoas que trabalham com ricos, acharem que também são!
Antes mesmo que eu voltasse a falar, ela deu uma gargalhada e se pendurou no balcão, olhando para os meus pés.
—Desculpa, mas a fila da caridade e outros assuntos é aquela ali! -Respondeu ela apontando para uma enorme fila onde só tinha mulheres nela. Algumas seguravam bebês, outras estavam com um envelope em mãos e faltavam uma engolir a outra competindo por espaço.
—Desculpa, acho que não entendeu. Eu vim a mando do próprio senhor Schimidth. - Assim que tentei mais uma vez explicar, a loira deu a volta vindo até mim e então, ela tocou meus ombros me virando para a porta.
—Quem não entendeu foi você, querida. Nem todos conseguem o que você quer então, desista. - Falou me guiando até a porta.
Me senti completamente humilhada e enquanto andávamos, meu celular tocou algumas vezes, mas eu não estava em condições de atender.
A mulher não me soltaria até que me colocasse para fora e como todos ali já estavam me encarando, eu não queria a tratar como ela merecia e acabar saindo em jornais no dia seguinte.
Eu não poderia por agora.
Assim que nos aproximamos da porta, quatro homens bem vestidos passaram por ela e logo a loira me soltou ao ver de quem se tratava.
—Senhor Schimidth, bom dia! -Falou ela unindo as mãos na frente do corpo e abaixando a cabeça.
—Lavine? - Perguntou ele me olhando fixamente e com um tom de surpresa.
—Me desculpe senhor, eu estava já a acompanhando até a saída. Espera, o senhor realmente a conhece? -Perguntou Cibele, levando o olhar até Arson em pedido de aprovação, mas ao invés disso, ele segurou a minha mão e me puxou com ele.
—Vamos. - Falou me arrastando para dentro da empresa, enquanto todos olhavam para nós, cochichando a respeito.
Assim que chegamos até os elevadores, me desfiz do toque deixando-o confuso.
—Obrigada, mas não tinha necessidade. - Falei séria, alisando meu pulso.
—Eu não diria isso. Elas não são fáceis de se comunicar e é por isso que trabalham para mim. - Respondeu Arson, sorrindo de forma inaudível.
O elevador chegou e as portas se abriram para que pudessemos entrar. Como haviam mais pessoas paradas próximos de nós, segurei a porta para dar espaço, vendo Arson me olhar confuso.
—Eles não vão entrar? - Perguntei intercalando o olhar entre Arson e as pessoas do lado de fora, vendo todos me olhar confusos e entrarem juntos na porta ao lado.
Assim que levei os olhos para Arson novamente, ele apontou o dedo para uma placa prateada em cima da cabeça dele que estava escrito: "USO EXCLUSIVO".
Liberei as portas e fui até ele, me colocando ao seu lado. Eu estava me sentindo envergonhada por cometer aquela enorme "Gafe" e então, me mantive em silêncio.
—Lavine sempre querendo salvar o planeta. -Falou ele em um tom baixo e irônico, indo até o painel de controle apertar o último botão.
—Pois é, acho que essa sou eu. -Respondi fraca, encarando a porta. Finalmente elas foram abertas e pude respirar aliviada.
Se já era difícil ficar em um elevador, imagina com aquele homem ao meu lado?

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: A Virgem de Luxo
Qdo vão liberar os capítulos ???lento demais...