Seguiram em direção ao interior, rumo ao destino do passeio.
— Porque você não bota uma música?É um longo caminho até lá. — Céu pediu.
Ele ligou o rádio e começou a tocar uma música no estilo eletrônico que estava bem na moda no momento. Quando escutaram as três próximas e eram do mesmo estilo, ela não aguentou e comentou.
— Na sua playlist só tem esse tipo de música?
— Acho que sim, por que você não gosta?
— Na verdade, eu detesto.
— Nossa, achei que você fosse uma pessoa muito eclética em relação a tudo.
— Quase tudo. Desde que eu me lembro eu odeio música eletrônica. Na minha cabeça não faz sentido nenhum. Não consigo me sentir tocada por toda essa mistura de ritmos e batidas.
— Eu nunca pensei muito sobre isso. Só gosto do ritmo. E é o que geralmente toca nos lugares que eu vou.
— E que lugares são esses? — Ele havia falado demais.
— Vários. —respondeu simplesmente, parecendo não querer dar segmento ao assunto.
— Mas apesar de algumas preferências, para livros e filmes você é bem eclética.
— Em geral, sim. Só tem um tipo de filme que eu realmente odeio.
— E qual é?
— Filmes de, ou sobre o Natal.
— Mas todo mundo ama filmes de Natal. – Ele disse admirado.
— Bem, eu com certeza não estou entre essas pessoas.
— Mas por quê? Qual o motivo disso? Agora eu que sou obrigado a perguntar, o que você tem no lugar do coração, uma pedra?
— Não, eu só não tenho paciência. É tudo muito repetitivo, meloso e clichê. As histórias são sempre as mesmas, e parece serem sempre filmes de baixa produção. Para dizer a verdade, eu vi no máximo uns dois em toda minha vida que eu não odiei.
— Está bem, então, você definitivamente sabe defender seu ponto de vista. Mas bota uma música para gente escutar então. Alguma coisa que você goste.
Maria do Céu percebeu o seu estupor e soube que havia acertado na escolha do passeio.
— E então? — perguntou ela. — Eu não disse que iria valer à pena?
— Olha baixinha, você deu uma dentro. O lugar é maravilhoso.
Ela foi até um local na areia e estendeu as esteiras que trouxe, largou as bolsas em cima delas e se sentou para tomar uma água. Tirou a camiseta larga, ficando apenas com o top preto de ginástica. João se virou nesse exato momento voltando da beira da água e a viu. Como uma simples camiseta ou a falta dela podia mudar tanto uma pessoa. Desde que a conheceu só a via usando roupas largas e confortáveis.
Aparentemente não se preocupava muito com moda e estilo, não que andasse de forma ridícula, mas em nada seguia as tendências da moda. Mas com aquele short justo e curto, ficaram expostas as pernas mais perfeitas que ele já havia visto. Apesar de sua baixa estatura, as pernas eram longas e bem torneadas. Os pés eram pequenos e bem cuidados, apesar de aparentemente não usar nenhum esmalte nas unhas. Era magra, mas sem exageros, e os seios eram surpreendentemente grandes e arredondados. As roupas largas escondiam tudo aquilo. Hoje ela ainda havia prendido o cabelo ondulado em um longo e alto rabo de cavalo, o que deixava seu colo ainda mais em evidência.
Sentiu seu corpo reagir e imediatamente se virou em direção a água. Fazia muito tempo que não saía com uma mulher. E ali, naquele lugar paradisíaco, ela estava especialmente tentadora. Tirou o tênis, as meias e a camiseta, achou melhor entrar logo na água. Para que ela não percebesse a sua repentina empolgação. Era muito desconfortável, estava se sentindo um garoto de 15 anos, sem controle sobre o próprio corpo. Ela se levantou e foi para perto da água.
— Eu entendo, essa água é irresistível mesmo. — E entrou atrás dele.
Ele foi até embaixo da queda d'água e ficou ali, deixando que a água fria caísse sobre sua cabeça, torcendo para que esfriasse a mente. A observava nadar habilidosamente e mergulhar, cada vez que ela tomava impulso para submergir o traseiro ficava em evidência, era uma tortura. Ele não sabia se agradecia o fato de estarem só os dois ali ou maldizia. Por um lado, não havia nenhum expectador para sua provação, mas talvez fosse ainda mais torturante o fato de estarem apenas os dois em total isolamento, para fazer qualquer coisa que desejassem.
Céu o achou um pouco distante, como se algo o incomodasse. Resolveu dar um tempo para ele pensar e aproveitar o momento. Seguiu nadando e matando a saudade desse lugar tão querido. Nem sequer imaginava o que se passava em seus pensamentos nessa hora, bem como em outras partes menos mencionáveis do seu corpo.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: A vizinha do CEO
Livro ótimo, quero mais capítulos cadê, já estou ansiosa, pra ver o desfecho desse casal....