Nos dias que seguiram Atílio sempre ia ver o filho e Guadalupe na fazenda.
–Temos que marcar logo a data do nosso casamento, mal posso esperar para te os dois comigo. – Atílio falou para Guadalupe.
–Eu também quero muito Atílio, mas vamos esperar pelo menos mais alguns dias. Não fica bem que eu tenha enterrado o marido e a poucos dias já me case novamente.
– Me perdoe por intervir, mas todos na vila sabem as circunstâncias que te levaram a se casar com Igor. Não acho que tenha que se preocupar com falatórios. – Ester disse sorrindo, queria ver logo a filha feliz.
– Certo, vamos marcar a data para daqui a um mês. – Guadalupe escolheu a data e todos ficaram felizes.
–Espero que esse mês passe muito rápido. – Atílio exclamou.
–Dona Ester, temos mais uma visita. – Nádia anunciou a chegada de Luíza.
– Bom dia Lupe!
– Finalmente veio me ver. – Guadalupe falou sorrindo e Sebastião logo os cumprimentou também.
– Patrão, bom dia.
– Agora que tudo ficou esclarecido e olhando bem, Benjamin se parece com Atílio. – Luíza falou deixando Atílio ainda mais feliz e ele respondeu.
– Mas tem os olhos lindos da mãe.
Luíza
E algo nele me parece familiar, ele tem a mesma pinta no pescoço que Amélia tem. Sempre achei estranho todo o cuidado dela com Atílio, será que ela é...mãe dele?
Não, não poderia ser!
– Atílio e Guadalupe vão se casar de novo. – Leonel anunciou.
– Nossa separação foi um grande equívoco, mas nada que não possa ser consertado. Dentro de um mês eu terei a minha vida de volta. – Atílio disse.
Guadalupe sorriu e Luíza colocou a pequena nos braços dela.
– Ela e Benjamin serão bons amigos.
– Sim Lupe e decidimos chama-la de Isabela. – Luíza revelou o nome da filha.
– Lindo nome!
Sebastião
Era bonito ver como Benjamin já estava apegado a Atílio, era como se os laços de sangue gritassem mais alto do que qualquer outra coisa.
– E estamos aqui para convidar os dois para serem os padrinhos de nossa filha.
– Claro Sebastião, claro que aceitamos. – Atílio concordou, mas Ester pediu que esperassem um pouco mais.
– Mas o batismo precisa acontecer depois do casamento deles.
– Por que esperar tantos dias mamãe?
– Não dá boa sorte Lupe.
– Então por favor esperem, já chega de tantos problemas. – Atílio pediu.
É claro que vamos esperar! – Luíza sorriu ao concordar.
Delegado
Celina é jovem e bela demais para passar a vida na cadeia, não seria justo, mesmo que me custe o cargo, eu vou ajudar ela a sair dessa situação e tem que ser logo.
Jamile estava em casa cuidando do filho e muito feliz com a gravidez, iria contar para o pai hoje mesmo durante o jantar. Haviam convidado ele e Guadalupe, dona Ester e Leonel iriam juntos, pois eles ainda não estavam casados novamente.
Ouvi baterem na porta, fui abrir enquanto Héctor brincava no chão com seus cavalinhos de madeira. Era uma moça, quase da minha idade e parecia estar bem nervosa.
– Vim buscar o meu filho! – Aquela jovem disse, mas Jamile não se intimidou.
– Héctor é meu, deram ele para que eu pudesse cuidar. – Jamile gritou.
– Mas é meu filho e eu vim buscar.
– Só por cima do meu cadáver. – Jamile respondeu tomando uma atitude.
Peguei ele do chão e abracei forte, aquela mulher não estava sozinha e o homem que estava com ela me apontou uma arma. Eu comecei a chorar e aquela mulher horrível pegou ele dos meus braços, Héctor chorava assim como eu.
– Para o seu bem, não venha atrás de nós! – Sofia avisou para Jamile e ela ficou desesperada.
– Por favor, não.
Eles foram embora em cima de uma charrete, eu queria não me sentir tão covarde e inútil. Por que Deus permitiu que me tirassem ele assim? Não é justo e eu tenho que agir. Montei no cavalo de Gabriel, ele havia deixado ele ali para trabalhar com meu pai e estava usando o carro dele.
Saí perguntando por Gabriel a todos que eu via, ele precisava ir buscar nosso filho das mãos daquelas pessoas cruéis. Acabei fazendo o cavalo correr demais...
Um dos peões de Atílio viu Jamile caída no meio da estrada, eles a levaram para a casa do patrão.
– Vá atrás do patrão agora mesmo Josué, ele está na fazenda de Guadalupe. E Paulo vá buscar Gabriel e rápido. –Jacinto pediu desesperado.
– O que aconteceu? – Amélia perguntou, vendo a moça ser carregada por um deles para dentro de um dos quartos.
– A encontramos caída no meio da estrada, ela caiu do cavalo de Gabriel.
– Meu Deus, Jamile está grávida e não pode ter acontecido o pior. – Amélia falou preocupada.
– Então é melhor que a senhora comece a rezar.
Josué chegou bem rápido na fazenda e Ester pediu que ele entrasse.
– O que aconteceu? – Atílio perguntou para Josué.
– Sua filha senhor, ela caiu do cavalo e Jacinto a levou para sua casa.
– Vá buscar o médico na cidade e rápido. – Atílio pediu e seu coração estava acelerado de pavor.
– Á cavalo não ele irá demorar demais, você sabe dirigir? – Guadalupe avisou e Josué respondeu.
– Não senhora.
– Então pegue o carro Atílio e iremos buscá-lo.
– Sim Lupe, por favor Sebastião e Luíza vão até minha casa e cuidem dela.
– Claro, claro que vamos. – Sebastião concordou e Ester se prontificou a cuidar das crianças.
– Eu fico com os bebês!
Logo Paulo encontrou Gabriel e ele ficou desesperado e foi direto para a casa de Atílio. Jamile ficou desacordada por horas e nem com álcool Amélia conseguiu despertá-la, até que Atílio e Guadalupe chegaram com o médico.
– Vou subir para ver como ela está. – O médico avisou, Gabriel e Atílio foram com ele.
– Eu vou com o senhor.
– Espere aqui princesa, eu vou com eles. – Atílio pediu que Guadalupe esperasse e ele subiu as escadas com o médico e Gabriel.
– Volte depois para nos dar notícias.
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