AMBER
Nossos corpos nus devem estar deslumbrantes nadando pelas profundezas do poço, que se interna nas entranhas da enorme montanha, através de uma caverna submersa.
Os raios de lua se filtram pela água criando um efeito visual lindo e etéreo.
A mão de Vincent nunca soltou a minha enquanto nadávamos até sair do outro lado, no interior escuro e úmido de uma caverna subterrânea.
— Vem, eu te carrego pra não machucar seus pés — ele propõe quando saímos da água.
Há apenas escuridão ao nosso redor, mas conseguimos ver os detalhes com nossos olhos de lobos.
— Não, posso andar. Estar tão perto de você agora é muito perigoso — respondo sorrindo e voltando a segurar sua mão.
— O quê? Tá com medo de eu pular em cima de você feito um lobo feroz? — ele pergunta, e me surpreendo, porque nunca o vi tão brincalhão, tão relaxado, sem aquela testa franzida de sempre.
— Não, meu amado Beta, tenho medo de ser eu quem vá pular em cima de você e te estuprar feito uma loba no cio — me inclino e sussurro sedutora no ouvido dele.
A risada baixa e rouca dele aquece meu coração.
Vamos avançando na escuridão total, mas sempre com os dedos entrelaçados, por corredores frios e úmidos.
Brincando, nos seduzindo, provocando.
Sinto que estamos subindo e o ar vai ficando mais puro, a brisa assobia entre fendas escavadas, como um labirinto dentro da montanha.
Uma luz prateada anuncia o fim do túnel e, quase chegando, Vincent para.
Percebo que ele está nervoso.
— Descobri esse lugar há muitos anos e venho reformando aos poucos pra você, pra esse momento especial... eu... espero que goste — diz tenso, e eu levanto a mão pra acariciar sua bochecha.
— Se foi criado pelo meu companheiro, não tem como eu não gostar — respondo, e ele beija minha palma com ternura.
Depois me vira de costas pra ele, tapa meus olhos com as mãos e me faz avançar devagar.
Quando liberta minha visão, mal consigo acreditar na paisagem maravilhosa diante de mim.
Vejo o céu salpicado de estrelas e uma lua cheia romântica que derrama seus raios pelo buraco no alto da montanha.
Perto dos meus pés, as águas tranquilas de um poço profundo e azul reluzem.
Ao redor, no chão e nas paredes de pedra, há vegetação verde e flores brancas, vermelhas e amarelas florescendo apesar do frio.
Entre as flores, pequenas luzes como velas acesas e vaga-lumes brilhando no ar.
É magia. Todo esse espaço é moldado por magia — um refúgio apartado do mundo, só nosso.
— Juntei vários feitiços que comprei ao longo dos anos. Queria criar algo especial pra você... se nós... se algum dia pudéssemos ficar juntos…

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