ALFA RAVEN de Escrava a Rainha romance Capítulo 355

ALGUNOS MESES DEPOIS...

NARRADORA

— Sério? Nunca teria pensado em combinar esses dois feitiços, você é mesmo um gênio — elogiou Aaron, sem conseguir se conter diante de Aidan.

Já não tinha mais nada para ensinar àquele discípulo de magia... o mestre havia se tornado o aluno.

— Não me surpreende, ele nunca foi de ter ideias novas — “o que minha velha bacia agradece”, pensou Dalila com sarcasmo.

— E então, pequena feiticeira, vocês dois só falam de magia o dia inteiro?

Ela sussurrou para Isabella, que ficou mais vermelha que um tomate.

Tinham ido visitar os mais velhos, os mestres de feitiçaria do príncipe no Santuário, mas aquela velhinha vivia fazendo perguntas traiçoeiras que deixavam Isabella em alerta, como se estivesse pisando num campo minado.

— Não, não... falamos sobre tudo. Aidan e eu somos almas gêmeas — respondeu, tentando desviar o foco enquanto pegava a xícara fumegante da mesinha.

— Hm, almas gêmeas, então? E quando pensam em fazer um filhote? Posso te explicar como cuidar de uma gravidez da nossa raça.

Dalila atacou sem piedade, e a princesa quase cuspiu o chá pela boca.

— Nós... não... eu... - “Amor, socorroooo!”

— Vovó, para de pegar no pé da minha companheira. Já não procriaram o suficiente as Centúrias e os Homens do Inverno? — Aidan se aproximou, abraçando Isabella, que gritava por ajuda em pensamento.

— Tá bom, mas eu tô curiosa pra saber o que vai sair de dois seres tão poderosos. Será que os filhotes vão ter lobo interior ou serão bruxos? — perguntou com os olhos brilhando.

— Tenho que ver meus bisnetos antes de morrer!

Aidan torceu os lábios com sarcasmo. Desde que a conhecia, ela estava “morrendo”, mas continuava com a mesma saúde de sempre.

Dalila considerava todos esses filhotes como sua própria família, desde que adotou Raven e Ana como filhas do coração.

— Mulher, em vez de Sacerdotisa, deviam te chamar de Casamenteira. Deixa os jovens em paz, ainda não tá na hora de filhotes — disse Aaron, abraçando-a por trás e segurando seus ombros.

— Dona Dalila, olha, trouxe esse presente pra senhora. É muito poderoso, encantado com minha magia — Isabella logo tirou um cajado belíssimo, negro, feito de Obsidar, mas surpreendentemente leve.

Dava pra sentir o poder de longe.

É claro que encantou a velha Centúria, e a conversa voltou a girar em torno de magia e de como aquele cajado seria útil, já que o antigo estava desgastado de tanto bater em idiotas do reino.

Isabella finalmente respirou aliviada e piscou carinhosamente para seu companheiro, que se afastou de novo para conversar com Aaron.

Aidan sorriu apaixonado. Sabia que ela fazia tudo aquilo por ele, porque entendia a importância daqueles dois anciãos em seu coração.

— Aidan, estive decifrando o código secreto em alguns livros que o Sr. Mortimer deixou. Eram do tutor dele, e falam de um portal nesta região — ela apontou para algumas montanhas distantes no mapa do reino.

— Mas eu tentei acessar esse lugar e é muito estranho... parece uma floresta escura encantada. Tem magia no ar que não me deixa avançar — Aidan confessou — mas agora, eu não estaria mais sozinho.

Ele olhou para sua companheira, ao longe.

— Não se arrisque. Só estou te contando porque sei que você ama explorar. Parece que ali tem um portal para outro Continente. Vem cá, vou te explicar o que dizem sobre essas criaturas.

*****

— Mãe, não! Esses brincos combinam mais com a cor do vestido. Você colocou as botas pretas?! Eu te falei que as marrons combinavam mais!

Uma linda ruiva repreendia a Beta Centúria, que estava a ponto de explodir em chamas.