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Alfa, você me ama? romance Capítulo 2

Então, de repente, outro pensamento… outra voz. Acho que é o lobo dele.

“(Não. Não é ela. Ela não é nossa companheira).” Eu não consigo sentir isso.

Oh, Deusa da Lua. Eu não tinha ideia do que estava acontecendo, mas me senti aliviada ao escutar aquelas palavras. 'Sim! Agora deixe-me ir', pensei.

Em vez disso, ele ergueu meu rosto tocando meu queixo com seus dedos quentes. Oh, Deusa da Lua. Ele me fazia parecer uma anã, ele era enorme, era como se eu não fosse nada além de uma criança.

Mais do que seu tamanho, foi a alegria intensa inundando sua mente que me surpreendeu. Era felicidade pura. Por um momento, perdi o ar ao me perguntar se o meu sonho secreto de infância estaria prestes a se tornar realidade.

Depois de uma vida miserável, rodeada por ódio e abuso, seria possível este homem ser uma luz no fim do túnel?

Ele iria me dizer que esperou a vida inteira para encontrar alguém como eu?

Ele abaixou a cabeça e colocou os lábios no meu ouvido.

“Você”, disse ele, “de agora em diante você será a minha criada pessoal.”

Criada? Eu já desempenhava esse serviço, em todos os sentidos, para a matilha Big Lake. Se o Alfa Vinícius queria uma criada — ou mais provavelmente, uma escrava — No final, nada mudaria.

Mas por que eu? Por que ele perdeu tanto tempo ordenando que seus soldados vasculhassem as fileiras de Big Lake, apenas para, no fim das contas, buscar por uma criada, seja lá o que ele realmente queria? E por que ele me escolheu tão especificamente, quando ele poderia ter alguém mais privilegiado ou importante ao seu lado? Qualquer um que não fosse uma mestiça desprezada.

Todos estavam me encarando. Eles provavelmente pensaram que o Alfa Vinícius estava prestes a me decapitar. Apesar de ser tolerada na matilha, quase como uma escrava para as minhas meias-irmãs, havia outras matilhas mais tradicionais que preferiam me ver morta. A Matilha Deep Tree era uma delas, e provavelmente estavam se perguntando por que eu ainda estava viva.

O homem que eu deveria chamar de pai estava perto o suficiente na base da plataforma para que eu pudesse ouvir seus pensamentos. “(Parece que essa mestiça pode ser útil no final das contas)”, ele meditou.

Oh… Que legal da parte dele ter um mínimo de fé no meu valor.

O soldado que havia chamado por mim momentos atrás, agora estava falando alto e insistentemente com o Alfa Vinícius através da conexão mental. Essa era uma forma de comunicação muito diferente de um simples pensamento.

“(Essa é a pessoa que salvou sua vida?)” ele perguntou. Não havia sinal de ceticismo em sua voz, apenas urgência. “(Vinícius!)”

Mas o Alfa Vinícius permaneceu em silêncio, fixando o olhar em mim, em vez de responder ao seu subordinado.

“(Por que ela não está me respondendo?)” Vinícius se perguntou.

Mas como eu poderia? Como isso poderia estar acontecendo? Eu não estava próxima da maior parte de Big Lake ou Deep Tree, mas qualquer um que estava vendo e ouvindo o que o Alfa havia me dito também ficou paralisado em estado de choque.

Vinícius estava errado. Ele estava procurando por alguém que o salvou há nove anos. O que quer que isso significasse, eu não era essa pessoa.

“(Não devo ter ouvido direito. Ele disse que queria que ela fosse sua criada?)”

Eu também não tinha respostas para essas perguntas, não importa o quanto eu as quisesse. Tudo o que eu podia fazer por enquanto era obedecer.

***

Fiquei em meu quarto com a minha única mochila meio cheia de roupas e pertences. Não foi muito difícil encaixá-los, já que eu não possuía muitas coisas. Se havia algo que realmente me incomodava, era o fato de ter passado tanto tempo ociosa naquele lugar. A essa hora, eu com certeza estaria limpando com banheiros para as minhas meias-irmãs.

… Eu estava partindo. Estava realmente saindo. Por tanto tempo, sonhei em me libertar de Big Lake, mas nunca, nem nos meus sonhos mais loucos, teria imaginado que aconteceria dessa forma. Não que eu fosse sentir falta disso de qualquer maneira.

Eu nunca poderia dizer que a residência Matilha foi um lar para mim. O Alfa Raven, Lilian e Rose sempre deixaram bem claro que eram meus mestres, não minha família. Eu sequer tinha amigos para me despedir. Quando eu era pequena, costumava brincar com os filhos dos escravos escondida, mas Lilian acabou com isso. Desde aquela época, ela já fazia questão de me importunar e se divertir com a minha miséria.

Com o tempo, até os escravos passaram a me odiar. Ser proibida de sair de casa exceto para ir à escola ou me trancar naquele quarto apertado todas as vezes que alguém importante visitava a residência, tornou-se rotineiro para mim.

Mas eu finalmente estava deixando tudo para trás.

Rezei para nunca mais ter que voltar.

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