Alfa, você me ama? romance Capítulo 3

“Srta. Layla? Sou Justin. É um prazer encontrá-la novamente.”

Era o soldado de antes, o superior que havia me chamado até a plataforma. Havia três outros lobisomens da matilha Deep Tree atrás dele que me observavam com um olhar curioso. Nenhum deles parecia enojado, embora pudessem, sem dúvida, sentir minha ascendência mestiça. Eles ficaram em posição de sentido no corredor, permitindo-me sair do meu quarto.

Estranho. Estariam eles guardando seu desdém para mais tarde?

“(Ela é bonita)”, pensou Justin enquanto estendia a mão para pegar minha bolsa, eu dei um sorriso. Não pude sentir nenhuma hostilidade oculta em seus pensamentos, e a gentileza dele foi suficiente para baixar minha guarda.

“Olá, Justin,” eu disse. “ O prazer é meu.”

Mas se eu estava esperando por uma companhia amigável, eu iria me desapontar. Desde que saímos, sem despedidas, da residência de Big Lake e fomos conduzidos para o território da matilha Black Tree, não houve conversas nem interações. Fui praticamente arrastada até a luxuosa mansão do Alfa Vinícius. Perdi o fôlego ao me deparar com os tetos altos, a bela arquitetura, as fontes cintilantes e os jardins. Até mesmo os funcionários, que andavam apressados, se vestiam de uma forma elegante, seus uniformes pareciam ser mais caros do que metade das coisas nos armários de Lilian e Rose.

Mal tive chance de absorver todo aquele mundo novo e eles já me apressaram pelos corredores me levando até uma sala de jantar privada. Sentei-me lá depois que as portas duplas se fecharam, completamente confusa por vários minutos.

O que tinha acabado de acontecer?

Eu não deveria ser uma criada? Certamente havia um dormitório para servos onde eu deveria colocar minhas coisas e logo em seguida aprender sobre minha rotina e tarefas de limpeza.

A mesa estava repleta de comida, muito mais do que eu aguentaria comer. Talvez fosse prudente esperar até que os outros se juntassem a mim, mas e se esta fosse a única oportunidade que eu teria para comer? O que aconteceria se eles percebessem que cometeram um erro e me expulsassem? Eu precisava aproveitar enquanto tinha a chance.

Comi o máximo que pude, tanto que mal consegui terminar o prato que havia feito. Meu estômago estranhou a carne de primeira qualidade, considerando o pouco que recebia de comida enquanto ainda morava com a matilha Big Lake.

Quando as portas da sala de jantar foram abertas novamente, duas criadas entraram e se aproximaram enquanto eu me levantava. A mais velha na frente me lançou um olhar de cima a baixo, como se eu fosse um objeto em exibição.

“Temos muito o que fazer, mas a base é boa”, disse ela. “Vamos levá-la ao salão de beleza.”

"Salão de beleza?" eu gaguejei.

“Sim, isso mesmo.”

Apesar de sua breve resposta, os pensamentos girando em sua cabeça eram muito mais acelerados.

“(Hmn… Acho que o Alfa prefere assim, com o cabelo preso. Precisamos vesti-la em roupas adequadas, esses trapos são inaceitáveis. Se ao menos ele tivesse trazido outras mulheres antes, eu teria um ponto de referência, mas esta é a primeira vez que ele se interessa por alguém. Teremos que nos virar, imagino.)”

Se eu não estivesse tão confusa, teria rido. Elas acharam que eu era uma amante! Ou, com certeza, algo bem diferente de uma simples criada infeliz.

Mas… ela estava certa sobre minhas roupas. Eram trapos. Uma onda de angústia tomou conta de mim — até os trabalhadores mais modestos dali estavam vestidos muito melhor do que eu, mas essas eram as roupas mais apresentáveis que eu tinha.

“Temos muito trabalho a fazer”, repetiu a mulher. “Me siga, por favor.”

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