Amaldiçoado romance Capítulo 37

Kassandra Monte Negro

__ cadê o demônio? Ainda está trancafiado no escritório com um dos seus servos?

__ credo Antônia você fala de um jeito horripilante, tadinho do gigante ele está ceguinho e ainda sim continua a trabalhar todos os dias no escritório, eu tenho dó dele, além do mais ele nunca mais foi malvado comigo, pelo contrario tem sido até bonzinho comigo, ele até me deixa brincar com sua barba quase todas as manhãs!

__ hum ceguinho sei... O pior cego é aquele que não quer ver!

__ não entendi Antônia!

__ claro que não entendeu, você agora vive rolando e se esbaldando na cama com o demônio!

__ valei-me Antônia! Eu não estou rolando nem me esbaldando na cama com ninguém, cruzes...

__ sei, sei, vamos deixar de prosa e me traga ovos lá do galinheiro!

Faço o que Antônia pede, e vou recordando como o gigante está diferente, deve ser devido a cegueira tadinho, mas ele não bate em mim e até esta gritando menos, a noite ele beija minha florzinha até sinto umas coisas gostosas que me faz pegar fogo, depois me faz brincar com o passarinho dele sem machucar minha florzinha, as vezes até me deixa brincar com seus cabelos e barba, o gigante é tão peludo, seu corpo todo tem pelos, principalmente nos braços e no peito, quando está dormindo Alexandre mais parece um ursinho peludinho e gigante, ele faz um barulhinho fofinho quando dorme.

Mesmo tendo me feito mal de forma imperdoável para qualquer pessoa eu não consigo guardar raiva dele, raiva é um sentimento feio, eu prefiro perdoar e acreditar que todos podem se redimir, toda fera pode virar um príncipe encantado.

Miauuuuu

__ o que é isso?

Escuto um miado fraco e baixinho, vou seguindo o som e me derapo com um animalzinho miúdo e assustado!

__ você se perdeu de sua mãe filhotinho?

Vejo um pequeno gatinho preto, ele não deve ter muitos dias de vida pois é muito pequeno, sua cor é negra e ele tem os olhos muito amarelos, acabo me lembrando do sr pretinho!

Será que o gigante vai voltar a ser malvado e matar o primo do sr pretinho?

__ você precisa ficar escondido até eu achar sua mamãe filhotinho...

Pego alguns ovos e trago o gatinho junto!

__ mãezinha, mãezinha...

__ minina que afobamento é esse se acalma respira!

__ preciso de leite, leite!

__ você quer um copo de leite essa hora?

__ não é para mim, olha isso mãezinha como é fofo!

__ você sabe que ele vai ter o mesmo destino da quele pinto, vai parar num saco preto!

__ aff Antônia pare de agorar, além do mais o gigante golias não está enxergando nada então ele não pode fazer mal ao primo do sr pretinho!

__ minina quem já viu um gato ser primo de um pinto só você mesmo! Vem cá vem, vamos alimentar esse gato preto antes que ele vire um defunto!

__ precisamos escolher um nome pra você...

Falo enquanto coloco o pequeno em cima da mesa para tomar leitinho.

__ tanto faz ele não vai durar muito tempo mesmo...

Alexandre Monte Negro

Ursinho peludinho e gigante...

Sempre escuto a nanica fala isso pela amanhã enquanto ela pensa que estou dormindo, suas mãos passeia pelo meu peitoral como labaredas de fogo queimando toda minha pele com um simples toque, me fazendo arfa, agonizar por mais, mais um toque...

Em seguida ela começa uma desgraça de uma reza que nunca tem fim! Ela reza pela natureza, pelo sol que brilha, pela chuva, por tantas baboseira que meus ouvidos doem.

Ela sempre termina a reza pedindo para proteger a Antônia, sua irmã e seu pai, depois pede por mim, como se existisse mesmo um Deus no céus o que não existe! E mesmo que esse tal Deus existisse ele nunca ia olhar por um homem marcado como eu!

Mas ela pede com tanta fé, tanto fevor...

__ vem brincar com minha barba, vem...

Peço e minha voz sai de um jeito manso que me deixa sem jeito, porra!

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