Amaldiçoado romance Capítulo 48

Kassandra Monte Negro

Aquela sensação ruim e angustiante foi embora,

quando estou com Alexandre meu ursinho a sensação que tenho é de segurança, nada nem ninguém pode me fazer mal com ele ao meu lado.

Então rezo e louvo os hinos a Deus na missa como a religiosa que sou.

__ tá gostando da missa?

Pergunto achando que ele pode até esta gostando de ouvir a palavra de Deus,

__ preferia está no cabaré ou em qualquer outro inferno menos na igreja.

Suas palavras além de me chocarem me machuca, olho para o gigante e vejo que mesmo com toda sua brutalidade ele é bonito e deve se deitar com muitas mulheres, pois para os homens isso é normal, ao ter esses pensamentos meu peito se aperta.

__ que demora da desgraça de acabar essa missa!

Ele xinga e já não estou tão feliz, rezo a Deus com muita fé em meus pensamentos que se ele tiver intenções maldosas com outras mulheres que seu passarinho não funcione, que dê defeito,

__ que o passarinho não funcione amém!

Ele nem presta atenção a minha prece, parece que está com uma inquietação enorme pois não deixa os pés parado um segundo sequer.

Ninguém na igreja dava um pio, só se ouve a voz do padre e a minha glorificando.

Quando enfim a missa termina ele comemora de forma exagerada,

__ até que fim essa marmota toda acabou, venha me de a mão, vamos sair daqui, estou ficando com coceiras.

Acompanho Alexandre e nem vejo para onde estamos indo, até que quando ele para, vejo que estou na doceteria da cidade.

__ venha, vou comprar um sorvete pra você!

Ele se importa comigo, dou um pequeno sorrio, fico me recordando quando ele falou que me ama e me sinto um pouco mais contente.

__ eu gosto de sorvete!

Escolho meu sorvete e me sento numa mesa a esperar e logo o sorvete chega.

__ você não vai pedir nada?

__ não, odeio coisas doces! A única coisa doce que sou viciado é o mel de sua xota, mas nem isso nessa desgraça eu posso comer mais.

Ele fala cada coisa e eu fico constrangida, Alexandre gosta de fazer amor comigo, se bem que o que ele faz comigo é mais do que fazer amor,

mais agora eu quero ouvir sobre seus sentimentos por mim, ouvir ele se declarar!

__ você ainda me ama?

Ele me olha de um jeito impaciente,

__ você falou que me amava!

Falo choramingando com voz de dengo.

__ nanica eu sou macho porra! e macho não fica falando essas idiotices de sentimentos isso é coisa de mulherzinha!

Fico tão triste que quase choro, só queria ouvir ele falando que me amava, não sei porque estou me sentindo tão sensível.

__ ei não faz essa carinha de choro porra! Olha pra min!

Ele ergue meu rosto com sua mão grande me fazendo encarar seus olhos verdes que parecem indecifráveis,

__ Vamos nos casar semana que vem não vamos?

Balanço a cabeça que sim e sem controlar uma lágrima desce do meu rosto,

__ porra nanica já falei que não suporto choro de mulher, parou? Eu amo, pronto amo falei! mas que desgraça...

Dou um sorriso mais contente pois ele nunca falaria isso se não fosse verdade,

Alexandre não é o tipo de homem que fala as coisas só pra agradar outra pessoa, então se ele falou é porque sente.

Mas ele é tão grande, forte, tão bonito, e como vai ficar sem usar a florzinha? E se ele procurar outra florzinha? Novamente esses sentimentos ruins ficam na minha cabecinha.

__ onde você foi quando me deixou na igreja?

Pergunto curiosa, ele estreita os olhos, alisa a barba e fico pensando se outra mulher já alisou a barba dele!

__ no cabaré!

Sua resposta me faz querer chorar, então ele foi mesmo atrás de outro rabo de saia!

__ e agora que cara de choro é essa de novo? Eita que mulher é bicho difícil!

__ você estava com outra mulher!

__ eu não estava com outra mulher, eu...

Então para de falar e da um sorriso de quem está matutando alguma coisa,

__ você está enciumada de mim?

__ eu? Enciumada?

Isso é Ciúmes? Eu nunca senti isso antes, essa sensação de raiva por imaginar outra mulher colando a mão na barba do meu ursinho! Será que isso é Ciúmes?

Então o sorvete que o moço me entregou a uns minutos atrás se torna enjoativo e meu estômago embrulha, antes que faça uma sujeira na doceteria corro até a porta e vomito toda a entrada do estabelecimento!

__ nanica você está bem?

Vomito novamente, e as mãos de Alexandre me seguram pela cintura!

__ VOU MANDAR COLOCAR ESSA ESPELUNCA ABAIXO, ESSA MERDA DE SORVETE FEZ MAL A MINHA MULHER!

Mesmo com um mau estar terrível consigo falar,

__ não grita, não foi o sorvete, deve ter sido o calor!

__ vou te levar ao médico, desde que aquele imundo te tirou de mim você não foi ao médico, vamos!

Sem pedir permissão ele me coloca no colo como se eu não passasse nada, seguirei em seu pescoço entrelaçando as mãos para não cair,

__ ursinho...

__ humm...

Ele resmunga alguma coisa!

__ quero ir pra casa!

__ não, vamos ao consultório do doutor!

__ ursinho por favor só quero ir para casa repousar um pouquinho...

__ Kassandra!

Faço carinho atrás do seu pescoço, e deito minha cabeça em seu peito,

__ por favor...

__ que desgraça! Mas amanhã cedo o doutro vai na nossa casa te examinar!

__ tudo bem.

Fecho os olhos e relaxo em seus braços duros e ao mesmo tempo tão macios, ele é meu ursinho e não vou deixar nenhuma oferecida ficar de sem-vergonhice com ele.

Estou deitada no meus aposentos e fico ouvindo Alexandre discutindo com o senhor peludinho.

__ para de me seguir desgraça! Kassandra esse bicho tem algum problema.

__ ele estava com saudades de você e quer carinho, alisa a cabecinha dele!

__ nunca, jamais! Sai pra lá coisa feia, horrível!

__ me dá ele aqui!

__ eu não vou tocar nisso!

__ Alexandre...

Ele termina colocando o gato no meu colo, a Antônia entra com uma bandeija de sopa de legumes nas mãos.

__ eu não gosto disso.

Digo fazendo uma careta.

__ mas vai comer nem que seja um pouquinho tá muito fraquinha.

__ pode deixar que eu dou a ela Antônia, pode sair!

__ mas Sr...

__ eu mandei sair é surda?

Antônia sai do quarto com Alexandre xinganado ela, e acho que ela está agorrando ele, pois sai falando umas coisas que mal da para entender.

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