Amaldiçoado romance Capítulo 55

Alexandre Monte Negro

AGORA

__ Nunca mais volte a falar sobre isso, NUNCA!

Rosno as palavras e avanço com desespero até onde se encontra a nanica, a mulher capaz de me acalmar só com seu cheiro, a única, meu calcanhar de Aquiles!

Horas antes...

Tentei voltar a razão de outras formas, através da violência e derramamento de sangue como sempre fiz, mas foi em vão, o tormento não me deixava em paz!

Minha estrutura estava abalada, fui derrubado por uma nanica que mal mede 1 metro e meio, preciso dela e por mais que no começo não conseguia entender nem muito menos aceitava o poder dessa menina sobre mim.

Nunca falei sobre aquele dia com ninguém, nunca.

Eu acreditava que levaria isso comigo para o túmulo.

Quando escuto ela fazer a pergunta : porque te chamam de amaldiçoado?

Não estava preparado para isso, não mesmo.

Quando vi o amedrotamento em seu olhos minha única atitude foi fugir,

fugir de todas as emoções que eu estava sentindo naquele momento, eu nunca tive emoções por nada, nem por ninguém, me sentia perdido como um peregrino em terras desconhecidas.

Sempre fui um homem seco, morto de sentimentos e agora estou vivendo uma guerra com sentimentos desconhecidos por mim, porém intensos de mais para que eu pudesse suportar.

Jamais serei um abusador com a Kassandra novamente, por isso tentei sufocar esse sentimento assassino com a única coisa que funciona comigo, a coisa que mais me dá prazer no mundo, que me acalma, que é SANGUE, MORTE E VIOLÊNCIA, ao menos eu achava que funcionaria, mas não, não nesse momento.

Depois que provei da calmaria, da paz que essa pequena criatura me trouxe, nada mais consegue fazer a fera que ruge dentro de mim ser domada, só ela!

Então tudo que fiz foi em vão, a fera continuava insandecida e com um apetite voraz, o homem desfigurado na minha frente depois de tanto socos que desferi em seu rosto, em vez de me acalmar ficava cada vez mais agitado, sempre que fechava os olhos só me vinha os olhinhos amedrontados de Kassandra!

__ DESGRAÇA, DESGRAÇA, MIL VEZES DESGRAÇA!

Antes que o patife dê seu último suspiro pego minha adaga e faço meu ritual de sempre, e quando enfim tenho seu coração na mão, espero sentir o mesmo prazer animalesco que me possui, porém desta vez ele não vem!

Masco um pedaço do órgão duro e cuspo, é como se pudesse sentir o gosto do primeiro coração que masquei, o do meu pai! é sempre assim cada coração que arranco é como se fosse o dele...

Jogo o órgão longe e me ergo limpando as mãos em minha roupa a sujando de sangue.

__ Kassandra!

Saboreio seu nome e enfim entendo o que vai me acalmar, entendo e aceito minha sentença, meu destino, aceito que sou um homem rendido, apaixonado e totalmente dependente dela.

Preciso voltar para ela, voltar para minha dona, a quem pertenço de corpo e alma, a dona dos meus sentimentos.

Agora

__ preciso te sentir... Seu cheiro... isso... sua maciez... Só você meu anjo, só você!

Falo e Abraço Kassandra com tanta força e brutalidade sem nem ter consciência disso,só quero que seu cheiro fique totalmente impregnado em mim e que nunca mais saia da minha pele, chega a ser assustador meu desespero por Kassandra, meu pequeno anjo.

E como já sabia minha respiração aos poucos vai se normalizando, inspiro fortemente meu nariz sobre a pele alva e macia do seu pescoço.

Kassandra tem um poder sobre mim, sobre meu corpo e minhas vontades que me assustam, ela é capaz de arrancar tudo de mim, só ela...

__ Eu vou te falar tudo, mas depois vamos virar essa página, e você nunca mais vai falar sobre isso...

Sem a soltar caminho com minha mulher até nosso leito, A faço se sentar no meu colo com suas pernas em minha cintura, a nanica deita a cabeça em meu peito enquanto estou sentado na cama com o peitoral encostado na cabeceira,

como um dependente químico inspiro o perfume que exala do seus cabelos cor de bronze levemente dourado, meu sangue borbulha sob a pele se agitando, saboreando seu aroma.

__ Essa é a história de um menino solitário que vivia dentro de um cabaré, esse menino tinha sua mãe como algo sagrado, sua rainha! embora ela pudesse ver essa adoração nos seus olhos que sempre brilhavam para ela, essa mulher não se importava! Mas ele continuava a adora-la e viver a suplicar por um mísero carinho, atenção, qualquer coisa que ela quisesse lher dar e o garotinho não se importava em mendigar..

Sinto tanta dor ao recordada de tudo isso, dói demais...

Mas engulo minha dor e prossigo!

__ Essa mulher era uma mulher da vida fácil, uma desfrutavél, mas o garotinho não se importava ele simplesmente a amava demais para se importar com isso, em busca de palavras de amor o garotinho só recebia palavras de ódio!

Graças a você ele não me quer mais!

Você é um estorvo!

Te odeio garoto! Porque você não morre?

__ Que triste ursinho, essa mulher não merecia o seu amor, não merecia o amor do garotinho lindo.

Fecho os olhos e bebo as palavras de Kassandra, a mulher responsável por me tornar um pouco mais humano.

__ Essa mulher só queria saber dele, Do homem mau e perverso! esse homem espancava, deixava o garotinho sem comida e muitas outras perversidades, inclusive cortou o rosto do garoto de faca!

Passo o dedo em minha cicatriz na sobrancelha me recordando de tudo!

Então sinto os dedos de Kassandra fanzedo carinho em minha barba e todo sufocamento que me entalava, vai embora, Kassandra sem dúvida algum é meu remédio.

__ mas o garotinho não se importava com a dor, ele só queria proteger sua rainha, sua mãe...

__ está tudo bem ursinho, me fala o que aconteceu naquele fatídico dia?

__ O homem mau chegou, e ele estáva muito mais perverso do que ja esteve na vida, então ele avançou para cima da mãe do garoto, ele espancou ela com toda força de seus punhos, seus gritos horripilantes pedindo por socorro eram ouvidos por distância a fora! Ele iria matá-la e o garotinho tinha que protegê-la, mesmo não tendo forças em comparação aquele homem que era enorme o garoto pulou em seu pescoço e lutou com ele, lutou bravamaente...

Volto a buscar o ar e torno a falar.

__ Mas o homem era mais forte e jogou o garotinho no chão!

Garoto idiota, fraco, quis te fazer forte igual a mim mas você é só um fracote!

Sua mãe é só uma outra imunda sem valor!

__ Quando ele avança para acabar com o garoto, o garoto ver o brilho da sua adaga presa em sua cintura, com a agilidade de um menino ele pega sua adaga e antes que ele o acerte com um soco potente o garotinho crava a adaga em seu coração em um golpe certeiro,