10 de outubro
No segundo em que atravessei, respirei fundo.
Como uma rebelde, entrei no território de outro Alfa. Eu estava procurando por uma morte prematura esta noite?
Mas depois de alguns momentos de agonia, a floresta permaneceu imóvel e deixei minha ansiedade desmoronar. Depois de um profundo suspiro de alívio, quase ri com a facilidade com que deixei o medo me dominar e adentrei o território desconhecido.
Empurrei um galho baixo com uma rede frágil de galhos para fora do meu caminho e chutei uma massa de folhas a cada passo. Não havia trilha a vista, os lobos raramente deviam cruzar este território.
Talvez tivesse sido abandonado.
Entretanto, ainda tinha a questão daquele cheiro incrível pairando, agora mais forte do que nunca entre as árvores. Mas tudo estava tão quieto e parado. Tinha algo estranho.
No momento em que a ideia de escapar da escuridão para voltar para minha adorável e quente cama estava me atraindo, uma voz soou.
"Olá."
Um choque tomou conta de mim.
"Droga", logo xinguei, girando.
Apareceu então a figura de um homem diante de mim.
Eu olhei para cima. Sua altura o tornava imenso, independentemente da largura de seus ombros e da força de sua estrutura. Era o suficiente para me intimidar, mas eu ainda me orgulhava em ser difícil de assustar.
Seu capuz preto cobria os olhos, mas o que eu podia ver de seu rosto era ameaçador o suficiente. Com as maçãs do rosto definidas projetando sombras em seu queixo, delineando sua mandíbula afiada, e seus lábios perfeitamente retos e imóveis. Eu dei um passo para trás.
Ele era extremamente bonito, mas sua expressão gelava até a minha alma.
"O que temos aqui?", ele disse, com suas palavras recheadas de diversão.
Fiquei em silêncio e cambaleei para trás mais alguns passos.
"Parece que você está em meu território, lobinha."
Ele tinha um leve sotaque alongando suas palavras, apenas intensificando a fluidez encantadora de sua voz.
"E-eu já estava de saída. Desculpa."
Ele soltou uma risada curta, "Já vai embora? Você nem me disse seu nome... Ou por que ousou cruzar minha fronteira sem permissão."
"Foi um erro", eu disse. "Eu irei agora."
Ele me olhou de cima a baixo enquanto eu cambaleava para trás.
"Não...", ele disse, "pode ficar."
Era uma ordem em vez de um convite.
"Que tipo de homem deixaria uma garota bonita como você sozinha na floresta?", ele disse. "Já é tarde e está frio. Me deixa te levar a algum lugar quente."
"Eu vou ficar bem sozinha", eu disse, "mas obrigada."
A essa altura, ele havia se aproximado o suficiente para estender a mão e passar um longo dedo pela minha bochecha.
Ele parou no meu queixo, logo abaixo dos meus lábios.
Eu congelei.
Seu toque era tão suave, mas desencadeou algo poderoso dentro de mim. Eu me recusei a olhar para ele. Mesmo com seu olhar queimando em mim, mantive meus olhos fixos em uma árvore à frente.
"Há algo intrigante em você", disse ele.
Mordi o interior da minha bochecha, com minhas mãos pegajosas de suor.
"Você é diferente", continuou ele.
Forcei um sorriso, "eu realmente tenho que ir."
Ele soltou uma risada curta e apenas levou os dedos ao meu cabelo e ao meu pescoço novamente.
"Não é assim que funciona, querida", disse ele. "Agora, pode olhar para mim?"
Ele levantou o capuz, revelando todo o rosto. Com o canto do olho, avistei um cabelo loiro escuro despenteado e uma testa larga e bem decorada com sobrancelhas escuras e grossas, além de um nariz grego. Mas eu não conseguia me obrigar a olhar em seus olhos.
"Olha nos meus olhos", ele exigiu.
"Não", eu disse, mantendo meus olhos na árvore. "Não posso."
"Então você é daquelas que provocam? Ainda mais divertido para mim."
Ele agarrou meu rosto com uma de suas mãos enormes e me forçou a encará-lo.
Eu fechei meus olhos com força.
"Abre seus olhos. Não me faça dizer duas vezes", ele ordenou em um tom firme e autoritário.
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