No momento em que o segundo príncipe adentrou no bar do hotel se viu olhando para os lados ao mesmo tempo em que mantinha sua expressão impassível. Ele optara se vestir com elegância mesmo que sua vontade fosse se encontrar em outro local. Ao avistar a pessoa que buscava, caminhou até ela fazendo com que algumas mulheres que estavam no local, suspirassem ao vê-lo passar.
Desde jovem, recebia olhares repletos de desejo e ganancia, e se viu demorando anos para encontrar alguém que o olhasse como pessoa.
Como Michael. Apenas Michael.
Suspirou ao se ver recordando do sorriso genuíno de Susana da primeira vez em que se encontram, e logo em seguida sua mente foi envolvida pelas imagens que sempre o deixavam com o estomago embrulhado. Meneou a cabeça para esquece-las assim que viu o homem que procurava. Ele mantinha uma pasta marrom em cima da bancada do bar, seus trajes excêntricos chamavam mais atenção do que o seu cabelo laranja.
— Ainda chamativo – Michael disse ao se sentar ao seu lado – Eu esperava que viesse mais... Normal – Disse ao olhá-lo de cima a baixo. O homem vestia uma calça caqui, uma blusa dos minions amarela e um casaco preto. – De qualquer forma, conseguiu a informação? – Perguntou antes de pedir um uísque ao garçom. Aguardaram o copo ser depositado em frente a eles para o homem finalmente entregar a pasta para Michael.
— Tem todas as informações que consegui, mas devo admitir que não esperava algo assim.
— Ela é uma ameaça? – Perguntou frio ao abrir a pasta começando a ler todos os documentos, sorrindo incrédulo ao final da primeira página.
— Não a considero uma ameaça diante de tudo o que pesquisei, mas talvez o rei seja – Revelou sem hesitar. Ele havia servido com Michael no exército e se consideravam amigos – Que motivo o levou a desconfiar dela?
— Ela é estranha – Disse ao beber o uísque de uma só vez – Não importa o quanto eu tente machuca-la, ainda continua em minha frente sem demonstrar medo. Ela consegue chorar quando é ameaçada, mas não chora quando eu a estrangulo – Olhou para o seu amigo ignorando o olhar de assustado – Sabe como sou depois daquilo.
— Sim, mas eu não esperava que ainda estivesse assim – Suspirou ao passar a mão pelos cabelos que acabara de pintar – Deveria procurar ajuda psicológica – Comentou tentando não falar nada ao ver Michael pedindo uma segunda dose. – E agora que sabe o segredo dela, o que fará?
— Descobrir se ela já sabia.
— E se a resposta for positiva?
— A destruirei. Eu realmente a destruirei – Falou sério ao beber o uísque, se levantando em seguida – Na próxima falaremos sobre os velhos tempos, prometo.
O homem sorriu sem se importar realmente com o modo frio de Michael. Ele sabia o quanto o seu amigo se sentia desconfortável diante dos olhares e em como sempre deveria agir de forma apropriada em frente às pessoas.
Eu só espero que a mulher sobreviva.
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Lis abriu os olhos arrependida pelo seu comportamento assim que as imagens dela beijando Michael surgiram em sua mente. Instantaneamente levou as mãos até o rosto, os escondendo agradecendo por estar deitada em sua cama. Ela não saberia o que fazer, se ele estivesse ao seu lado deitado na sala. Todas as perguntas e as respostas da noite passada ainda estavam em sua mente. Piscando como um vagalume em uma mata densa. Não importava o quanto ela tentasse esquecer, não conseguia. Um gosto amargo subiu em sua garganta no momento em que se recordou da expressão de Michael ao indaga-lo sobre a sua antiga noiva.
Se ele pode amar alguém, por qual motivo é perverso comigo?
Questionou-se ao suspirar, tentando criar teorias, as quais sabia que jamais seriam respondidas. Lis acreditava que Michael era um ser perverso que não teria salvação, por mais que tentasse. Mesmo que as vezes tivesse a impressão de que ele seria uma boa pessoa.
Meneou a cabeça assim que se ergueu da cama, espreguiçou-se e se levantou. Ela iria aproveitar o dia livre – já que não teria aula – para relaxar e conhecer a cidade sem que Michael ficasse ao seu lado, como um pittbull raivoso ao seu lado.
No momento em que abriu a porta, se deparou com o olhar frio dele. Michael a olhava com um sorriso de lado mantendo seus braços cruzados em frente ao seu corpo. O olhar da jovem dirigiu-se para as pernas dele subindo vagarosamente até parar em seus lábios. Lis engoliu em seco ao se lembrar de suas próprias palavras.
Ela se sentia estúpida.
— Bom dia – Lis falou tentando sorrir ficando confusa ao ver o modo como Michael havia descruzado os braços e caminhado em sua direção, parando a poucos centímetros de si – O que está fazendo?
— Alguém me implorou por um beijo e antes que diga, sei que se lembra de tudo – Sorriu malicioso antes de passar os braços em sua cintura, colando seus corpos. Lis respirou fundo sentindo a fragrância sedutora do príncipe. Um aroma pecaminoso que sempre a fazia desejar abraça-lo. Fechou os olhos por alguns segundos antes de perceber o que ele iria fazer. E em um ato de lucidez, colocou as mãos em frente aos lábios. – Agora está sendo tímida – Percebeu ao exibir suas covinhas – Podemos fazer isso de duas formas, a fácil e a difícil, e eu prefiro a difícil – Confidenciou ao apertá-la ainda mais contra si. Michael olhou levemente para baixo afim de avistar os seios dela pressionados contra o seu corpo. – Vamos pelo difícil, já que gosto de cumprir os pedidos que me fazem – Sorriu travesso ao ergue-la levemente do chão com facilidade sem se importar com o olhar surpreso e nem com os gritos dela. Com extrema facilidade, entrou no quarto de Lis a colocando deitada na cama, deitando-se sobre ela. Com uma mão segurou os braços dela acima da cabeça, e com a outra acariciou o seu rosto. Passou os dedos pelos seus lábios, contornando-os, para em seguida mordiscá-los levemente. Passou a língua por eles suavemente antes de beijá-la apropriadamente.
Lis sabia que deveria afastá-lo. Chutá-lo.
Ela sabia que deveria ter feito de tudo para que ele se afastasse, mas antes que pudesse perceber estava ansiando pelo seu beijo, como se ele fosse a água que buscara no meio do deserto. Michael August Stone tinha o efeito de deixa-la insensata.
Fechou os olhos ao se entregar ao beijo do príncipe, ficando cada vez mais alucinada por ele. O modo como Michael a beijava, como ele acariciava o seu pulso com seus dedos mesmo que sua mão ainda estivesse prendendo-a.
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