Tessa pegou um táxi direto para o Hotel Jeston. Samuel já a aguardava por lá.
Ela mal havia batido na porta quando Samuel a abriu por dentro. Usava uma camisa branca e calça social preta.
No entanto, os três primeiros botões da camisa estavam abertos, revelando parte de seu peito definido, marcado com o emblema singular da Organização Médica dos Lobisomens.
Com aquele visual, exalava uma aura de charme desleixado, quase como um canalha refinado.
“Vista essa camisa direito”, disse Tessa, desviando o olhar de sua pele exposta, o tom carregado de irritação.
“Para quê? Já estou vestido de forma bem apresentável! Se não fosse porque você vinha, eu nem colocaria camisa! E cá entre nós, sabe quantas garotas dariam tudo para ver esse corpo? Estou deixando você olhar de graça e ainda reclama? Não está exagerando, não?”
Tessa, sinceramente, não fazia ideia de onde vinha tanta autoconfiança.
“Abotoe logo”, em seguida pensou:
Por favor, poupe meus olhos.
Sem alternativa, Samuel começou a fechar os botões da camisa.
“Acho que você é quem não confia em si. Está com medo de se deixar seduzir pela minha aparência, por isso esse excesso de rigor com minha roupa.”
Diante disso, Tessa ficou sem saber o que responder. Já que ele estava tão satisfeito consigo mesmo, ela resolveu deixá-lo com o ego inflado.
Samuel a conduziu até o sofá e trouxe um copo d’água para ela.
“O negócio é o seguinte: a Organização Médica dos Lobisomens vai realizar um congresso médico nos próximos dias. Preciso retornar para isso. Então, a cirurgia do seu avô precisa ser feita antes da minha viagem. Isso é um problema para você?” Sabendo como Tessa era ocupada, ele foi direto ao ponto.
“Entendi.” Tessa tamborilou levemente a mesa com a ponta dos dedos, distraída.
Samuel reconhecia aquele gesto — um hábito inconsciente dela sempre que se sentia insegura.
Ele se sentou ao lado dela e segurou sua mão.
“Como eu mesmo farei a cirurgia, você pode ficar tranquila.” Sabia o quanto Walter era importante para ela, e por isso vinha se preparando intensamente para a operação, determinado a não permitir que nada desse errado.

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