“Tessie, cuidado!” As pupilas de Ysabel se contraíram em puro choque. Ela ainda não havia despertado seu lobo — não teria tempo de reagir.
Sem sequer olhar para trás, Tessa estendeu o braço e agarrou o pulso de Winona. Um lampejo prateado cintilou em seus olhos azuis-claros.
Era o brilho exclusivo dos lobisomens de alto escalão, pulsando com uma força arrebatadora.
“Winona, está querendo morrer?”
Num piscar de olhos, Winona ficou completamente paralisada.
Estava atônita. Havia acabado de liberar toda a energia da sua loba interior, decidida a desfigurar o rosto de Tessa de uma vez por todas.
Então, por que foi neutralizada com tamanha facilidade?
Não teve tempo para pensar. No instante seguinte, suas garras transformadas foram cravadas direto na sopa fervente.
O creme de mariscos tinha acabado de sair do fogo. A temperatura era muito alta.
Houve um chiado de vapor quando a pele encostou na superfície quente, logo em seguida veio o som da pele queimando.
“Ah-!”, o grito de Winona, entrecortado pelo típico agudo dos lobisomens, estilhaçou diversos copos próximos.
Com os dentes trincados pela dor, ela tentou puxar a mão da sopa, mas não conseguiu se mover sob a força do aperto de Tessa.
A dor lancinante atravessou sua palma. As lágrimas surgiram sem controle.
Tessa observava, impassível, a expressão distorcida da irmã contorcida em sofrimento.
“Eu te dei uma chance, Winona. Achou mesmo que eu não colocaria você no seu devido lugar?”
Todos na lanchonete — alunos e funcionários — permaneciam imóveis, tensos, olhos arregalados.
Naquele instante, Tessa parecia uma das antigas lobas guerreiras das lendas: imponente, inabalável.
A frieza assassina que ela demonstrava era tão intensa que parecia afetar o ambiente ao redor, deixando o ar mais pesado e fazendo com que as pessoas ao seu redor perdessem a capacidade de reagir instintivamente.
Até Ysabel estremeceu.
“Tessa, eu sou sua irmã. Como pôde ser tão cruel comigo? Você-” Winona chorava agora, a voz embargada de revolta.
“Hã? Não foi você quem atacou primeiro? Eu só queimei sua mão. Enquanto isso, sua intenção era destruir meu rosto, não era? O que foi — meu rosto te incomoda tanto assim?” Tessa recuou levemente sua pressão de alfa, fitando a irmã com frieza.
“Moça, o ferimento dela é grave demais — isso não vai sarar sozinho. Ela precisa ir para o hospital, imediatamente!”, exclamou finalmente o dono da lanchonete, recuperando a fala.
“Sem problema. É só uma mão. Com a fortuna da Srta. Sinclair, tenho certeza de que tudo pode ser resolvido com dinheiro. Posso bancar essa mão dela”, disse Tessa com um sorriso sarcástico.
Um calafrio percorreu a espinha de Winona. Um mau pressentimento se instalou.
Ela gritou na mesma hora:
“Tessa, pare de falar besteira!”
“Besteira, é?” Os olhos de Tessa se estreitaram. “Não foi você quem mandou aquelas fotos para a Anna postar no fórum? Ouvi dizer que ela tem enfrentado dificuldades ultimamente. O que foi, não pretende ajudá-la?”
Ela acertou em cheio. O segredo por trás do escândalo no fórum estava, agora, completamente exposto.

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