Apenas Clara romance Capítulo 241

Clara Rocha apertou os punhos e, de repente, sorriu — Mas tem uma condição, não tem?

O movimento de João Cavalcanti ao abotoar o paletó parou no meio, e ele franziu o cenho — E se eu disser que não tem?

— Você acha mesmo que eu acreditaria?

João Cavalcanti deixou escapar um leve riso — E se eu disser que tem, aí você aceita?

Clara Rocha permaneceu imóvel, desviando o olhar dele.

Percebendo que ela só queria distância, João Cavalcanti, com um olhar contido, segurou a mão dela, um pouco fria — Está vendo? Você também não aceitaria. Então, por que perguntar? Se eu digo que não tem condição, é porque não tem. Você não precisa acreditar.

Clara Rocha retirou a mão — Qual o sentido disso tudo pra você?

— João Cavalcanti, todos esses anos você fingiu que eu não existia, não fingiu muito bem? E quando você defendia Chloe Teixeira e o filho dela, protegendo e acobertando os dois, você sequer pensou nisso agora?

O rosto dele endureceu, mas logo voltou ao normal — Clara Rocha, eu te devo, vou compensar.

— E o que me importa a sua compensação? — os olhos dela se encheram de lágrimas novamente — Sua compensação, por acaso, pode trazer meus pais de volta?

De repente, Clara Rocha desabou, socando o peito dele com força, extravasando a dor — Eu só quero o divórcio! Por que você insiste em não me deixar em paz? Não acha que já sofri o bastante, que já não sou suficientemente infeliz? Ou quer me punir mais ainda pelo fato de, anos atrás, ter forçado você a se casar comigo e, com isso, afastado a mulher que você amava?

— Então me mata, João Cavalcanti! Por que você não me mata de uma vez?

Ele não se esquivou, deixando que ela extravasasse toda a raiva.

Mas logo percebeu que havia algo errado. Quando Clara Rocha perdeu completamente o controle das emoções, mal conseguindo respirar, ele se apressou em ampará-la — Clara Rocha!

Ela tremia por inteiro, profundamente abalada.

João Cavalcanti a pegou nos braços e saiu do quarto, chamando por ajuda médica.

O Instituto Serra do Sol Encantado dispunha de um setor de emergência e mantinha contato direto com médicos e chefes de grandes hospitais. Professores e especialistas dessas instituições também vinham periodicamente ao local para consultas.

No quarto de emergência, uma enfermeira colocou uma máscara de oxigênio em Clara Rocha. Sentada perto da cabeceira, ela fitava o lado de fora da janela, os olhos perdidos, vazios.

A enfermeira saiu do quarto e se aproximou de João Cavalcanti — Presidente Cavalcanti, sugiro que a leve para uma consulta com um especialista em saúde mental.

João Cavalcanti cerrou os punhos — Psiquiatra?

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