Apenas Clara romance Capítulo 255

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O salão de festas estava repleto de gente; além dos expoentes do meio acadêmico e dos diretores dos principais hospitais, também compareceram todos os membros do conselho da NeuralSol Tecnologia Médica.

Clara Rocha se afastou do tumulto e saiu para o hall. Nesse momento, Chloe Teixeira surgiu na outra ponta do corredor acompanhada de duas colegas brasileiras da equipe.

A voz de Chloe era inconfundível para Clara.

Assim que avistou Clara Rocha, Chloe teve uma ligeira mudança de expressão, mas logo forçou um sorriso:

— Você está mesmo em Cidade R, hein?

Clara Rocha permaneceu em silêncio.

— Srta. Teixeira, você conhece ela? — perguntou uma das brasileiras ao lado, curiosa.

Chloe respondeu em inglês:

— Ela? Não passa de uma figurante, provavelmente tentando se enturmar nesse meio só por causa de homem.

— O quê? Tão baixo nível assim?

A outra colega riu:

— Ela não entende o que estamos falando, né?

Chloe olhou para Clara e sorriu, pronta para responder:

— É claro que ela...

— Por que tanto inglês, sendo todo mundo brasileiro aqui? — interrompeu Clara Rocha, com calma e sem pressa. — Ou será que só porque estudou alguns anos fora já se acha superior? Aliás, quem está tentando se enturmar aqui por causa de homem, Srta. Teixeira, acho que você entende mais do que eu.

— Você não disse que ela não entendia...? — murmurou, sem jeito, a colega de Chloe.

Chloe mordeu os lábios, irritada:

— Clara Rocha, você tem coragem de dizer que nunca se apoiou em homem nenhum? João está em Cidade R, não é? Se não fosse por ele, você teria conhecido o professor André?

Ela se referia ao evento anterior, ocorrido em Cidade Capital.

O que Chloe não sabia era que João Cavalcanti tinha decidido levar Clara, e não o contrário. Mesmo se ele não a tivesse convidado, ela não teria ficado desapontada; afinal, se o professor André colaborasse com o orientador dela, haveria outras oportunidades de contato.

Como Clara não respondeu, Chloe achou que havia tocado em um ponto sensível e se aproximou:

— Você não consegue lidar bem com o fato de eu e João estarmos juntos, não é? Por isso se escondeu em Cidade R? Deve estar sofrendo, né?

As duas colegas cochichavam, atentas ao desenrolar do drama.

Chloe olhava para Clara com arrogância, como se quisesse esmagá-la e deixar claro para todos que Clara não era digna nem de lustrar seus sapatos.

Chloe usava salto alto, ficando quase uma cabeça acima de Clara, que calçava sapatos baixos.

Mas, para Clara, aquela arrogância não passava de altivez de quem, no fundo, sentia-se inferior.

— Me esconder? — Clara a olhou impassível. — Três meses atrás já havia solicitado transferência de trabalho. Lembro que cheguei a te avisar que sairia logo de Cidade Capital, mas parece que você não acreditou.

Chloe ficou atônita por um instante.