Apenas Clara romance Capítulo 278

— Uma mulher casada como você, Clara, não deveria se interessar tanto pela minha vida.

— ...

Clara Rocha preferiu se calar, assumindo o silêncio de quem não quer se comprometer.

No fim da tarde, Clara recebeu uma mensagem de João Cavalcanti.

Ele avisava que, por um imprevisto, não poderia buscá-la naquela noite e pediu que, ao chegar em casa, ela desse notícia de si.

Clara respondeu apenas com um "Ok" e não voltou ao assunto.

De repente, um carro parou à sua frente. O vidro do motorista foi baixando lentamente, revelando um homem desconhecido.

— Srta. Rocha, o Sr. Gustavo pediu que eu a levasse para casa.

Clara conferiu a placa. Era mesmo o carro de Gustavo Gomes.

Ainda assim, manteve-se cautelosa.

— Onde ele está?

— O Sr. Gustavo precisou resolver um problema em casa e partiu antes, junto com o assistente Kauan.

Se o motorista conhecia Kauan e ainda dirigia o carro de Gustavo, provavelmente era mesmo alguém de confiança da família Gomes.

Clara abriu a porta de trás e entrou.

No caminho, Clara enviou uma mensagem a Gustavo agradecendo por ter providenciado o transporte.

Assim que terminou de digitar, percebeu que o carro não seguia nem na direção da Serra do Sol Encantado, nem para Alto do Ipê.

— Senhor, acho que o senhor pegou o caminho errado.

O motorista olhou para ela pelo retrovisor, mas não respondeu.

Uma sensação inquietante começou a crescer em Clara, que franziu a testa.

— Por favor, mude a rota imediatamente para o retiro Serra do Sol Encantado, senão vou ligar para a polícia.

— Srta. Rocha, por favor, não se altere. Foi a nossa senhora que pediu para vê-la.

— Que senhora?

— A mãe do Sr. Gustavo, Dona Gomes.

Clara apertou o punho involuntariamente.

— O que ela quer comigo?

— Não sei, senhora.

O carro entrou por uma estradinha ladeada por árvores de folhas douradas, quase escondido pelas copas baixas e flores.

Logo chegaram a uma vinícola.

O lugar era isolado, parecia quase abandonado, como um velho depósito.

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