João Cavalcanti não teve uma noite tranquila; sob seus olhos, viam-se ainda vestígios das olheiras.
Clara Rocha comia em silêncio, sem fazer perguntas. Cesar Cavalcanti, porém, notou o semblante do filho.
— Está se sentindo mal?
A voz dele saiu rouca:
— Não.
Cesar olhou para a filha, e, antes que ele dissesse algo, ela se apressou:
— Pai, hoje preciso ir até o hospital.
Ele refletiu por um momento antes de assentir:
— Pode ir.
Clara inclinou a cabeça:
— Obrigada por entender, pai.
João olhou para ela e disse:
— Eu te levo.
Ela pensou em recusar, mas Cesar ergueu os olhos, cortando calmamente o filé no prato:
— Se não se sentir à vontade, peça para o Ramos levá-la.
— Não confio em mais ninguém.
Clara se aproximou dele e falou em voz baixa:
— Não precisa!
Ele respondeu:
— Também vou ao hospital, é caminho.
Ela ficou sem argumentos.
No passado, ele não era do tipo que gostava de companhia…
Após o café da manhã, Clara deixou o hotel, com João caminhando atrás, sem pressa.
O segurança trouxe o carro e abriu a porta para ambos.
Assim que entraram, o telefone de Clara tocou.
Era uma ligação de Viviane.
Ela atendeu. Antes que dissesse qualquer coisa, ouviu do outro lado, em tom aflito:
— Clara, Hector... ele está no terraço!
A mente de Clara ficou em branco.
João percebeu sua expressão:
— O que houve?
Ela largou o celular, atônita:
— Me leva agora pro hospital, aconteceu uma coisa grave…
…


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Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Apenas Clara
Não tem o restante?...