Apenas Clara romance Capítulo 469

Clara Rocha olhou para a sua expressão apocalíptica e sorriu, resignada.

— Mas eu e João Cavalcanti já nos divorciamos. Mesmo que eu realmente more na casa de um homem, ninguém tem nada a ver com isso, certo?

— Como não têm nada a ver? Ele... — Lilia Silva, em seu desespero, quase deixou escapar a verdade, mas corrigiu-se rapidamente. — Ele partiu há tão pouco tempo. O que você está fazendo não pega bem.

Antes que Clara Rocha pudesse responder, ela continuou.

— Façamos o seguinte: eu vou com você!

Clara Rocha ficou perplexa.

— Comigo?

— Sim! Um homem e uma mulher sozinhos, é tão inconveniente. Se eu estiver junto, as pessoas não terão do que fofocar! — Lilia Silva sorriu, seus olhos se curvando.

— Isso não me parece uma boa ideia.

— Ah, se você tem vergonha de pedir, então eu vou... — Lilia Silva preparou-se para sair de supetão, mas deu de cara com Gustavo Gomes, que estava parado à porta.

Era evidente que ele tinha ouvido tudo.

— Se a Srta. Silva quer ficar, que fique.

Lilia Silva hesitou por um instante e depois sorriu.

— O Sr. Gustavo é uma pessoa direta!

Sua expressão permaneceu inalterada.

— Mas não gosto que mexam nas minhas coisas.

Ela levantou as mãos em sinal de rendição, forçando um sorriso.

— Pode deixar, não tocarei em nada.

Gustavo Gomes olhou para Clara Rocha, não disse mais nada e se virou para sair.

Ela não queria incomodar mais Gustavo Gomes, mas não esperava por isso...

Clara Rocha olhou novamente para Lilia Silva, sentindo que cada movimento dela era inesperado.

Seria coincidência ou...

Ela decidiu não pensar mais nisso.

À noite, Lilia Silva dormiu no mesmo quarto que ela.

Lilia adormeceu cedo, mas Clara, ao contrário, não conseguia pregar os olhos.

Não era por ter mais alguém no quarto, mas sim pelas palavras que Gustavo Gomes dissera no consultório.

Depois de se revirar na cama sem conseguir dormir, sentiu sede e levantou-se para sair do quarto.

Para sua surpresa, Gustavo Gomes também estava na sala de estar.

Ele vestia um roupão de veludo preto e preparava café atrás do balcão da cozinha.

A luz amarelada e quente projetava um brilho suave em seus cabelos.

Clara Rocha parou por um instante.

— Prof. Gomes, ainda não dormiu?

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