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Após a volta da ex-namorada, a herdeira parou de fingir romance Capítulo 151

Larissa sentiu um aperto no coração.

— Não se preocupe, Felícia. A Dra. Helena é uma pessoa muito boa, ela não vai se importar com essas coisas. Pode ficar tranquila. — Larissa tentou passar segurança enquanto estendia a mão para tocar a cabeça da menina.

Felícia, por causa da quimioterapia, havia perdido todo o cabelo e, para sair de casa, sempre usava um gorro de lã rosa, muito fofo. Larissa sabia que aquele gorro tinha sido um presente de Noah, e a menina o tratava como um verdadeiro tesouro.

O coração de Larissa ficou apertado, e seus olhos começaram a arder com as lágrimas que teimavam em se formar. A mão estendida parou no ar por um momento, antes de descer devagar e pousar suavemente sobre o gorro da menina.

— Felícia, não se preocupe. A Dra. Helena com certeza vai ajudar no caso do seu irmão!

— Tá bom. — Felícia finalmente desfez a expressão tensa do rosto e abriu um sorriso inocente e sincero. — Obrigada, Larissa. Obrigada, Dra. Helena.

Helena, que dirigia e ouvia a conversa no banco de trás, suspirou profundamente em silêncio.

"Que gente sofrida." Ela pensava. "Por que a corda sempre arrebenta do lado mais fraco? Por que o azar persegue quem já está por baixo?"

Helena era muito empática e sensível. Diante de situações como aquela, ela sentia um nó no peito, e agora seus olhos começavam a marejar. Ela respirou fundo, tentando controlar as emoções, e, quando se sentiu mais calma, virou-se para o banco de trás.

— Larissa, por favor, ajuda a Felícia a colocar o cinto de segurança.

— Claro.

...

Noah e Felícia estavam internados no mesmo hospital. Era um hospital público comum, com quartos pequenos onde quatro camas dividiam o espaço apertado. Era início de inverno, o vento frio soprava lá fora, e as janelas do quarto permaneciam fechadas para manter o calor.

Assim que entrou no quarto, Helena sentiu um cheiro azedo vindo do homem na cama perto da porta. Provavelmente fazia dias que ele não tomava banho. O odor era tão forte que ela quase não conseguiu segurar o enjoo. Helena franziu o cenho, tentando ignorar o desconforto, e seguiu Felícia até o fundo do quarto.

Noah estava deitado na cama mais afastada, apoiado no travesseiro. Ele olhava pela janela, aparentemente absorto, enquanto observava as folhas secas caírem das árvores.

— Irmão. — Felícia chamou, com sua voz doce e clara.

Noah imediatamente virou o rosto para ela.

— Felícia! Você veio. Já comeu alguma coisa?

Felícia assentiu com um sorriso, tentando parecer despreocupada.

— Comi, sim! Acabei de comer!

A verdade, no entanto, era que ela não tinha comido nada. Mais cedo, ela tinha escapado do hospital para pedir ajuda a Larissa e, até o momento, não teve tempo de comer. Mas ela não queria preocupar o irmão, então preferiu mentir.

— Larissa, você também veio! — Noah sorriu ao cumprimentá-la.

Depois, seu olhar se voltou para Helena, e ele hesitou antes de perguntar:

— E essa moça, quem é?

— Isso significa que, se você perder o caso, não precisa pagar nada.

Os olhos de Noah brilharam com uma mistura de esperança e surpresa.

— Sério? Isso é possível?

— Claro. — Helena respondeu com seriedade.

— Então... Então tá bom.

— Ótimo. — Helena assentiu. — Agora, preciso saber mais detalhes sobre o caso.

Larissa interveio:

— Dra. Helena, enquanto vocês conversam, vou levar a Felícia de volta para o quarto dela.

Helena fez uma breve anotação mental antes de ouvir Noah detalhar o caso. No fim da conversa, Noah pegou o celular do criado-mudo.

— Dra. Helena, acho que é isso. Se precisar de mais informações, é só me avisar. Que tal trocarmos contato para facilitar?

— Claro. — Helena pegou seu celular. — Qual é o seu número?

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