Beatriz sentiu um choque no coração. A palavra "esposa" a atingiu como uma faca.
Gabriel estava protegendo Helena de forma tão aberta, chamando-a de esposa mesmo antes do casamento. Como ele podia fazer isso?
Cíntia, visivelmente irritada, respirava com dificuldade. Seu peito subia e descia rapidamente.
— Gabriel, você é meu neto. Como pode defender uma pessoa de fora assim?
Gabriel apertou ainda mais a mão de Helena, fitando os olhos da avó com firmeza. Sua voz era séria e resoluta:
— Eu fico sempre do lado da minha esposa. Não importa quem esteja contra, isso não vai mudar.
— Você... Você, você... — Cíntia levou a mão ao peito, completamente fora de si, sem conseguir articular uma frase inteira.
— Gabriel, já chega. — Disse Beatriz, fingindo preocupação. — Não fale assim. A vovó tem problema no coração. Não a deixe nervosa.
Gabriel soltou uma risada fria e cortante.
— Se você causasse menos problemas, ela não estaria assim.
Beatriz ficou sem palavras, o rosto tomado por uma mistura de fúria e humilhação.
— Chega. Todos calem a boca e vamos para a sala de projeção. — Helena interveio, com a voz firme e gelada.
No final do salão de festas, havia seis elevadores, três de cada lado. Cada elevador tinha capacidade para quinze pessoas, podendo levar noventa pessoas de uma vez até o andar superior.
Helena levantou a voz, chamando a atenção dos convidados:
— Eu detesto ser acusada injustamente. Quem estiver interessado, pode me acompanhar até a sala de projeção no quinto andar para assistir às imagens da câmera de segurança.
Muitos convidados começaram a segui-la em direção aos elevadores.
Os sussurros recomeçaram, preenchendo o ambiente.
— Parece que a Helena realmente foi injustiçada. Ela é herdeira da família Almeida, tem tudo o que quer. Por que se importaria tanto com um vestido se não estivesse certa?
— Concordo. Algo nessa tal de Beatriz não me parece certo. Se ela não tem nada a esconder, por que não quer que as imagens sejam exibidas?
— Desde o começo estava na cara. Beatriz é uma falsa. Vocês não repararam no jeito que ela olha para o Gabriel? Tem algo estranho ali.
Quando os curiosos finalmente chegaram ao quinto andar e entraram na sala de projeção, muitos se mostraram impressionados.
— Uau! A família Almeida realmente é a número um de Cidade J. Olha o tamanho dessa sala de projeção! E ainda tem um teto com estrelas. Que incrível!
— Então manda seu pai construir uma dessas para você.
— Impossível. Só essa sala deve ter custado dezenas de milhões. Minha família não chega nem perto da riqueza dos Almeida.
— Dizem que todo esse terreno foi comprado por Léonidas como presente de casamento para a Helena. É outro nível.
— Meu pai reclama quando eu gasto um milhão por mês. A gente realmente não está no mesmo patamar.
— Pois é. A desigualdade já começa no berço. Não tem como competir.
Quando todos estavam acomodados em seus lugares, Helena foi até o computador à frente da sala.
Ela conectou o pen drive, abriu a pasta correspondente e localizou o arquivo do vídeo da câmera de segurança. Depois, ligou o projetor para exibir as imagens na tela.

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Os comentários dos leitores sobre o romance: Após a volta da ex-namorada, a herdeira parou de fingir