Após a volta da ex-namorada, a herdeira parou de fingir romance Capítulo 183

Leonardo estendeu a mão na direção de Thiago.

— Me deixa ver.

Thiago entregou o celular para ele.

Leonardo segurou o aparelho com força e começou a assistir ao vídeo de aniversário. Ele assistiu uma vez, depois outra, e mais outra, como se estivesse preso naquele momento. As lágrimas corriam incontrolavelmente pelo rosto dele.

Eliseu, com o rosto fechado, olhou para o filho e comentou com desdém:

— Olhar para você nesse estado me dá raiva!

Maria puxou Eliseu pelo braço, irritada.

— Você não cansa de jogar lenha na fogueira? O que quer dizer com "nesse estado"? Esqueceu que foi o Leonardo quem conseguiu aquele investimento que salvou a empresa? Se não fosse por ele, já estaríamos falidos há muito tempo!

Eliseu ficou em silêncio. Ele lançou um último olhar profundo para Leonardo e, sem dizer mais nada, virou as costas e saiu do quarto.

Camila, que observava Leonardo segurar o celular como se sua vida dependesse disso, não aguentou mais ficar ali. Ela se levantou e saiu também, sem dizer nada.

Maria enxugou as lágrimas e, com a voz trêmula, disse:

— Meu filho, esquece essa mulher. Eu arranjo alguém melhor para você.

Felipe suspirou e tentou ajudar:

— Leonardo, existem tantas mulheres no mundo. Por que se prender a uma só? Me diz o tipo de mulher que você gosta, e eu te apresento alguém.

Leonardo, no entanto, continuava vidrado no vídeo, como se não tivesse ouvido nada.

Thiago balançou a cabeça, resignado.

— Esquece. Vamos deixá-lo sozinho por um tempo para ele se acalmar.

— De jeito nenhum! — Maria disse, firme. — Eu não vou arriscar deixá-lo sozinho de novo. E se ele tentar outra coisa?

…

A cirurgia de transplante de medula de Felícia foi um sucesso. Não houve rejeição, e sua vida foi salva. Finalmente, Helena pôde respirar aliviada e voltar a se concentrar em seus outros compromissos.

Nos últimos dias, ela esteve ocupada com a preparação de processos e audiências.

— Leonardo, você está me machucando! — Helena gritou, com as sobrancelhas franzidas de irritação.

Leonardo, como se tivesse sido atingido por um choque, soltou-a imediatamente. Um traço de culpa passou por seus olhos.

— Desculpa, Helena. Eu não queria... Eu só não quero que você vá.

Helena massageou o pulso, que estava vermelho pela força que ele havia usado. Sua voz era calma, mas completamente indiferente:

— Eu já deixei claro que entre nós não há mais volta. Não adianta essas atitudes desesperadas. Você só está tentando se convencer de que isso significa alguma coisa.

Ela deu dois passos para frente, mas algo passou por sua mente. Helena parou, virou-se e olhou diretamente nos olhos de Leonardo. Sua expressão era séria.

— Fiquei sabendo que você tentou se matar. Leonardo, se você é uma pessoa tão extrema assim, então só posso me sentir aliviada por ter me afastado de você. Isso não me faz pensar que você me ama. Só me faz pensar que eu não deveria estar ao seu lado.

Ela fez uma pausa e continuou:

— Não faça isso de novo. Eu não quero carregar o peso de uma vida por causa de um relacionamento que já acabou.

Sem esperar por uma resposta, Helena seguiu em direção ao elevador e entrou com os funcionários da mudança, deixando Leonardo parado no corredor, sozinho.