Após a volta da ex-namorada, a herdeira parou de fingir romance Capítulo 7

Helena sentou-se na poltrona ao lado de Maria, mantendo uma expressão serena, sem demonstrar nenhum sinal de fraqueza. Seu olhar para a madame era calmo, sem a menor oscilação.

— Eu nunca tive a intenção de entrar para a família Mendes.

Maria, no entanto, não acreditou nem por um segundo.

Ela analisou Helena de cima a baixo.

Então esta era a garota com quem seu filho estava há três anos?

De fato, era bonita e tinha um certo charme. Apesar de vir de uma família comum, não exalava aquela timidez ou insegurança típica de pessoas sem berço.

Na entrada, Maria havia feito questão de testar Helena, esperando deixá-la desconfortável, mas a jovem não demonstrara qualquer emoção. Ao contrário, manteve-se composta, respondendo sem submissão e com firmeza.

Mas, no fim das contas, o que isso importava?

Para Maria, Helena não passava de mais uma oportunista sonhando em se casar com um homem rico. Não importava o quão bem soubesse fingir, pessoas como ela nunca estariam à altura.

O tom de Maria carregava uma nítida superioridade.

— Não precisa fingir. Eu também sou mulher, sei muito bem o que se passa na sua cabeça. Sei que Leonardo sempre atraiu muitas garotas. Encontrar um herdeiro como ele não é fácil, não é? Aposto que ele já gastou bastante dinheiro com você.

Helena respondeu com tranquilidade:

— Não me interesso pelo dinheiro dele.

Maria soltou uma risada fria, os olhos carregados de desprezo.

— Já vi muitas garotas como você—dizendo que não se importam com dinheiro, mas, no final das contas, se envolveram com um homem como Leonardo por quê, então?

Helena riu.

— Sra. Maria, a senhora está insinuando que seu filho não tem nada a oferecer além de dinheiro?

— Você!

A respiração de Maria ficou visivelmente acelerada. Seus olhos se estreitaram com raiva enquanto lançava um olhar fulminante para Helena.

— Petulante! E pensar que Leonardo ainda elogia você, dizendo que é uma moça doce e bem-comportada. Como ele pôde estar tão enganado?

Sem pressa, Helena pegou a xícara de café e tomou um gole, umedecendo a garganta.

Maria a observou com desprezo e comentou friamente:

— Que falta de educação. Uma senhora mais velha sentada aqui e nem ao menos se dá ao trabalho de servir um café.

Helena exibiu um sorriso falso.

— Desculpe, Sra. Maria. Aqui não tem xícaras sobrando, e tenho certeza de que a senhora não gostaria de usar a que eu já usei. Então, pensando bem, é melhor deixar para lá, né? Afinal, não é como se a senhora estivesse morrendo de sede.

Maria ficou furiosa.

Onde Leonardo tinha arrumado uma garota tão insolente?

Ela respirou fundo, tentando se acalmar, e então continuou:

—Eu vim aqui hoje para deixar bem claro que qualquer uma não pode simplesmente entrar para a família Mendes. Se você tem esperanças de se casar com Leonardo, esqueça!

Helena assentiu displicente.

Maria franziu a testa, irritada com a falta de reação.

— Camila sempre foi a nora que eu quis. Além de a família dela ser nossa parceira há anos, ela foi o primeiro amor de Leonardo. Melhor você desistir de uma vez e ir embora logo. Deixe o caminho livre para ele!

Helena curvou levemente os lábios.

Lembrou-se de quando ouviu por acaso Leonardo falando ao telefone sobre os problemas financeiros da Grupo Mendes. A cadeia de investimentos estava em colapso, vários projetos haviam sido suspensos e as perdas eram enormes.

Naquela época, ela até pensou em ajudar.

Leonardo nunca soube que ela vinha de uma família rica e nunca teve a intenção de se casar com ela. Mas, depois de três anos juntos, havia um vínculo entre eles. Não seria nada demais dar um empurrãozinho.

Naquele dia, ela foi ao jantar onde Leonardo estava exatamente para conversar sobre a possibilidade de investir no Grupo Mendes.

Ela havia rompido relações com sua família, então seu pai, Leonidas, jamais ajudaria.

Mas seu primo, Rafael, era agora o líder da família e tinha transformado o Grupo Santos em uma das dez maiores empresas do país. Ele sempre a tratou com carinho, e se ela pedisse, um investimento no Grupo Mendes não seria problema algum.

Só que naquela noite, Helena ouviu Leonardo dizer que ela não passava de uma substituta para Camila.

Ao recordar disso, Helena afastou os pensamentos e olhou para Maria.

— Não se preocupe. Vou voltar para minha cidade em alguns dias e não pretendo voltar.

Maria não esperava que fosse tão fácil convencer Helena a desistir.

Tão simples assim? Sem pedir um único centavo?

Havia algo estranho nisso, mas ela não conseguia identificar exatamente o quê.