- Não há comparação entre os dois.
Lorenzo franziu a testa.
- Como não há comparação? Só porque o Presidente Orsi é homem e a Srta. Carolina é mulher? - Tatiana se sentou ereta e afivelou o cinto de segurança. - Além disso, eu sempre quis te perguntar uma coisa. Entre mim e Carolina, quem é realmente a amante para você?
O clima no carro de repente ficou tenso.
Só se podia ouvir o motor roncando e a respiração dos dois.
Tatiana não esperava que Lorenzo desse uma resposta.
Ela sorria ironicamente.
- Tem um ditado popular que diz que a pessoa que não é amada é o verdadeiro amante. Mesmo que você não diga, eu sei no meu coração. Agora eu sei que coisas forçadas realmente não funcionam... - Ela fez uma pausa e virou a cabeça para olhar Lorenzo. - Então, Presidente Borges, eu já desisti, por que você não pode me deixar em paz?
Lorenzo olhava fixamente para frente, com os lábios apertados.
A velocidade do carro era estável, mas ele dirigia com uma sensação de alta velocidade.
Depois de um longo tempo, Lorenzo disse com raiva:
- Você voltou para o país já preparada para o divórcio, não é? Naquela noite na Mansão Riacho Belo, você mentiu para mim.
Mesmo sabendo da verdade, ele precisava ir até o fim.
Até sua pergunta soou mais como uma afirmação.
Tatiana manteve uma expressão indiferente.
- Eu estava preparada para o divórcio desde o início, e você não estava? Por que você fala com se eu tivesse te abandonado? Se você acha que eu te fiz mal, eu posso pedir desculpas.
A atitude despreocupada dela deixou Lorenzo ainda mais frustrado.
Mas ela estava errada?
Ele havia pedido o divórcio, mesmo que ela já quisesse, ele foi o primeiro a agir.
Por que ele estava zangado?
Tudo parecia justo e natural, mas Lorenzo ainda sentia uma chama em seu peito.
Ele levantou a mão para afrouxar a gravata, não queria mais pensar naquilo.
E decidiu mudar de assunto.
- Como você conheceu as pessoas da família Orsi?
Tatiana lhe lançou um olhar frio.
- Isso não tem nada a ver com você, Presidente Borges. É minha privacidade, não quero responder.
Ela fechou os olhos, aparentando estar cansada.
Lorenzo, sem saber o que fazer, respirou fundo e disse com paciência:
- A família Orsi tinha seus negócios na Cidade B, e de repente eles apareceram na Cidade R, e não é só uma pessoa. Você, que acompanhou seu avô por tantos anos, nunca pensou que eles podem não ter a melhor das intenções?
Ele falou de maneira sutil, mas Tatiana compreendeu.
As pessoas da família Orsi podiam estar agindo com más intenções, ou talvez ela mesma, desejando se aproximar da família Orsi, estivesse divulgando informações secretamente.
Ela não sabia se Lorenzo pensava daquela forma, mas ela considerou essa possibilidade.
Ela abriu os olhos e riu baixinho, uma risada cheia de sarcasmo.
De repente, ela ficou curiosa. Será que haiva sido seguida no exterior por causa de Carolina ou por que Lorenzo temia que ela divulgasse segredos do Grupo Borges?
Afinal, aos olhos dos outros, ela era a escolhida de Jacarias para ser a próxima matriarca da família Borges. Ela certamente sabia de informações importantes.
Realmente, ela sabia de algumas coisas.
Se não, não teria ajudado Lorenzo secretamente depois dele assumir o Grupo Borges, colaborando com ele através do Estúdio Dávida.
Foi o vovô Jacarias quem havia dito que haviam muitas pessoas ambiciosas no grupo, e a família Borges, agora com apenas Lorenzo, poderia ter dificuldades em se firmar na empresa.
Naquela época, ela ainda guardava a mais sincera alegria, mesmo depois de ser enviada para o estrangeiro, ainda nutria a ilusão de seu amor e fazia todo o possível para que ele não tivesse preocupações.
Assim, o amor que queimava intensamente, desmoronou completamente.
Ela o odiava? Não.

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Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Após divórcio, ex-marido implora por reconciliação todo dia
Por favor, continuem esse livro!...