Vitória exibiu um lampejo de desconforto no rosto, mas logo se recuperou. Ela negou firmemente:
- O que há de errado com a família Garrote? Depois dos seus quatorze anos, além de pedir que você desse seu quarto para a Carol, em que mais falhamos com você? Como você pode ser tçao ingrata?
Ela gritou para Tatiana, finalmente mostrando sua verdadeira face.
Carolina também interveio:
- Isso mesmo, irmã. Quando eu voltei aos quatorze anos, nossos pais disseram que eu era a filha biológica e pediram que você desse seu quarto para mim, e você concordou. Fora mudar para um quarto menor, não vivíamos todos da mesma maneira? Comíamos, nos vestíamos, morávamos e estudávamos juntas. Como falhamos com você?
As duas tinham sua versão dos fatos decorada. Afinal, haviam se passado tantos anos, Tatiana não tinha como provar as coisas horríveis que eles haviam feito.
Os velhos empregados já tinham voltado para suas casas para cuidar dos netos. Mesmo se ainda estivessem lá, eles duvidavam que falariam a favor de Tatiana!
Além de negar os fatos, Carolina ainda envolveu Lorenzo.
- Loh, você também vinha sempre brincar em nossa casa. Sabe como tratávamos nossa irmã, ela estava sempre conosco, não é?
Lorenzo olhou para Tatiana rapidamente.
O rosto deslumbrante dela reprimiu todas as emoções. Ela permanecia de pé, no centro da multidão, inabalável.
Ele não tinha esquecido o passado, e muitas cenas passaram por sua mente.
Havia a imagem dela sorrindo radiante antes da volta de Carolina, e depois dos seus quatorze anos, sentada no sofá com a cabeça baixa, vestida com discrição.
Aqueles olhos negros sempre ocultos por cabelos espessos, sem revelar nenhum brilho.
Então, ele começou a achar Tatiana cada vez mais sem graça, como um zumbi, fazendo tudo o que os mais velhos mandavam.
O avô mandou que ela se casasse, e ela concordou; ele também desenvolveu uma certa antipatia por ela, ele nem queria falar com ela.
Mas e se ela tivesse se tornado assim por outros motivos?
Carolina o chamou novamente, vendo que ele estava distraído olhando para Tatiana.
Tatiana virou a cabeça, e seu olhar encontrou diretamente o de Lorenzo.
Sob o olhar de todos, Lorenzo permaneceu em silêncio.
Após um momento, ele finalmente falou:
- Eu não morava o tempo todo com a família Garrote, então não sei exatamente o que aconteceu.
Carolina ficou atônita. Ela não esperava que Lorenzo fosse dizer aquilo, afinal, eram palavras que ela mesma havia dito em seu escritório pela manhã. Como ele poderia... Como ele poderia falar a favor daquela mulherzinha!?
Um lampejo de surpresa também passou pelo rosto de Tatiana. Ela estava um pouco surpresa que Lorenzo não tivesse seguido o rumo da conversa de Carolina. Era realmente incomum.
Lorenzo acrescentou:
- Eu não estou sempre na família Garrote, então não sei desses detalhes, mas durante minhas visitas, de fato, não vi a Tati ser tratada injustamente.
Implicitamente, ele sugeria que a família Garrote tratava sua filha biológica e a filha adotiva igualmente.
Claro, isso era sob a premissa de que havia estranhos presentes.
Quanto ao que acontecia na maior parte do tempo na família Garrote, quando não havia ninguém por perto, e as histórias divergiam.
No entanto, Carolina já havia tomado as palavras de Lorenzo como a verdade completa, elevando sua voz aguda:
- Vocês ouviram, o Presidente Borges disse que nossa família Garrote nunca maltratou a Tatiana. Ele tem uma boa relação conosco e também é um parceiro de negócios de muitos de vocês. Suas palavras são confiáveis, não são? Por outro lado, a Srta. Tatiana, além de nos acusar verbalmente, tem alguma outra prova?
- Se você quer provas, não é que eu não as tenha. - Disse Tatiana suavemente.
Carolina sorriu maliciosamente, abandonando completamente a fachada de amor fraternal. Ela zombou:
- Ótimo, se você tem provas, então mostre-as!
Também estavam profundamente comovidos, pois a bela mulher diante deles estava coberta de cicatrizes.
Algumas pareciam cortes, outras pareciam queimaduras, marcas desiguais, e algumas eram manchas escuras, talvez de muitos beliscões que não desapareciam...
E pelas marcas das cicatrizes, era óbvio que eram de anos atrás;
E estavam todas nas costas, não podiam ter sido feitas pela própria pessoa.
Muitos convidados idosos, com filhos, não suportavam pensar em uma criança de dezesseis anos sofrendo aquele tipo de abuso, e desviavam o olhar com os olhos marejados.
O silêncio tomou conta do local, e só foi quebrado por Elio.
Ele tirou seu próprio terno e colocou sobre Tatiana, e seu olhar frio passou por Carolina.
- A senhorita está satisfeita com as provas da minha irmã?
Carolina abriu a boca, mas não conseguiu emitir nenhum som. Sua garganta estava seca, e ela só olhou para Lorenzo.
Mas o homem nem sequer lhe lançou um olhar. Ele estava fixo em Tatiana, não estava nem piscando.
Não era de admirar que ela havia reagido daquela maneira naquela manhã.Corpo feio? O coração das pessoas Que era feio.
Ele também era cego e tolo, nunca havia percebido, até pensando que ela estava se tornando tímida e obediente, perdendo completamente a si mesma. Quem se atreveria a levantar a cabeça e viver sob o sol, sendo constantemente repreendido e punido?
Ele piscou, seu olhar era perfurante. Ele parecia querer andar até Tatiana, mas ela já estava coberta pelo casaco de seu irmão, e tinha pessoas a protegendo. O que ele deveria fazer então?
- Loh, eu realmente não fiz de propósito. Você sabe como eu estava doente antes, eu realmente não sabia o que estava fazendo.
Enquanto Lorenzo olhava para Tatiana, Carolina de repente começou a chorar ao seu lado.
Mas isso não funcionou mais, o homem apenas olhou friamente para ela, evitando seu toque.
A mão de Carolina, por isso, ficou suspensa no ar.

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Os comentários dos leitores sobre o romance: Após divórcio, ex-marido implora por reconciliação todo dia
Por favor, continuem esse livro!...